quarta-feira, 25 de junho de 2014

Viagem Porto-NY

23 de Junho. Desta vez não me atrasei. Apesar das poucas horas dormidas e do stress do jogo Portugal-Estados Unidos. Acabamos empatados. Mais sorte do que juízo, poderá ser dito. Acordei antes das 7 e estive no aeroporto a fazer horas. Consegui, pela segunda vez em toda a vida , um daqueles lugares a seguir à primeira classe com o maior espaço para as pernas. A única desvantagem é que fui entalada entre duas mulheres bastante acima do peso. É nestas situações, mesmo apesar de não estar em forma, que me sinto menos culpada. No meu lado esquerdo uma americana. Do lado direito uma portuguesa que se intitulava americana. Adoro! Deu-me todas as instruções e explicava-me tudo, como se eu nunca tivesse andado de avião. Deixei-a brilhar. Se posso fazer as pessoas felizes por que não? Disse-me saber aquilo tudo porque trabalhara no aeroporto. Como se não fosse possível saber aquilo tudo com as muitas horas passadas no ar. Nos 2 lugares junto à janela iam um pai e um filho. Não deveriam saber o que era um banho há semanas. O cheiro era tão nauseabundo que mesmo com o nariz habituado, passados algumas horas, ainda conseguia sentir o cheiro. Os dois eram um desleixo só. Nem a barba tinham feita. Com tempo de verão usavam duas parkas do pico de inverno. Esses dois senhores teimavam usar o WC da classe executiva. A minha “vizinha”, sempre oportuna, dizia-lhes que não podiam usar aquela que era o WC dos ricos. Adiante, quando a pessoa da direita dormia e roncava e a da esquerda também, aproveitei para dar um grande avanço na biografia de Einstein que começara a ler. Chego a Newark e pela primeira vez não encontro fila. Ajudo uns portugueses que vinham visitar um filho por um mês a serem entendidos. Percebo quando saio que o Starbucks não existe mais e que foi substituído por outro que desconheço o nome. A fila para marcar o super shuttle é grande. Mas a espera pelo motorista foi a mais rápida de sempre. Desta vez foi ele que procurou por mim e não eu por ele. A viagem até casa também foi rápida. Não havia trânsito a entrar em Manhattan pelo Lincoln Tunnel. As primeiras pessoas foram deixadas ali para os lados de Hells Kitchen. Outras ficaram num hotel na 96 com a Broadway e eu fui a seguinte. Deixei as malas com o porteiro do prédio e segui rumo ao Starbucks. Como a fila era enorme, resolvi apenas sentar-me. O prédio à frente daquele que foi o meu prédio por 6 meses já está pronto. As lojas e a Broadway continuam na mesma. Apenas alguns táxis mudaram de cor para um verde vómito. O porteiro mudou. A carrinha em frente ao prédio de halal food é a mesma. A fila no Pinkberry continua enorme. Há mais pessoas a passear os cães. Os sem-abrigo a pedir em frente em frente ao supermercado são outros. Sinto-me em casa.

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