sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Infelizmente, não estivemos prontos para Hillary

Não nos esqueçamos nunca que Hillary Clinton teve a maioria dos votos populares. Richard Zimler, que eu muito aprecio e que é um cidadão americano e um profundo conhecedor da realidade americana, dizia-se com “uma sensação física de dor”.

Ao ouvir, ver e ler os dois discursos de Tim kaine e Hillary Clinton chorei ontem pela segunda vez. Talvez pela sensação profunda de uma grande oportunidade perdida. Há muito que sou uma ferverosa apoiante de Hillary. Li muito, talvez (quase) tudo sobre ela, o bom o mau, o feio e o bonito. As biografias autorizadas, as não autorizadas as autobiografias. E foi, talvez depois disso, que a minha convicção se consolidou. Hillary Clinton é uma pessoa inteligente, bem preparada, grande política, foi uma competente advogada, Primeira-Dama do Arkansas e dos EUA, Secretária de Estado, Senadora de NY e que podia ter sido a próxima Presidente dos Estados Unidos da América.

Uma das minhas amigas dizia-me que o discurso da “derrota” tinha sido tão bom e muito melhor do que todos os que tinha feito durante a campanha. Outro dos meus amigos dizia-me que eu escusava de a endeusar porque Hillary não era tudo isso. O que eu refiro em cima não são louvores, são factos! Ela foi e é isso tudo. Custa acreditar, eu sei.

Quem não  gosta ou não simpatiza (como diz o meu pai quando não gosta mas quer usar um eufemismo) não aprecia Hillary Clinton diz para desclassificar e terminar a discussão que ela é uma burocrata, betinha, nerd, sem um pingo de carisma, que aceitou as infidelidades do marido e que tem telhados de vidro (ou aparenta ter). Outras opiniões ainda piores consideram-na uma imperialista, criminosa, oportunista e cínica .Há também quem diga que Trump e Clinton representam os mesmos interesses políticos e económicos, estando ao serviço de uma elite gananciosa e acumuladora que quer a cada dia mais poder. Para esses, não demorará muito a perceberem o quão errados estavam. Oiçam e leiam o discurso de Hillary Clinton e imaginem o quão bom poderia ter sido tê-la como próxima Presidente.

Tim Kaine fez um discurso improvisado, sincero, emocional e lindo. terminou com uma frase do William Faulkner: “"They killed us, but they ain't whopped us yet." Quem cita um escritor num final de um discurso de derrota só pode ser um intelectual e alguém que tem muito para dar.

Hillary fez um discurso carregado de emoções, grato mas ao mesmo tempo triste. Que pena não ver esta mulher e esta equipa de gente na Presidência dos Estados Unidos. Começou por dizer, de forma honesta, que este não era o resultado que esperava e que tinha muita pena de não ter vencido principalmente por causa dos valores que partilhava com os seus eleitores e pela visão que tinha para o país.  Que sabia o quanto estávamos desapontados porque ela sentia o mesmo. E que 10 milhões de americanos investiram as suas esperanças e sonhos nestas eleições: “Isto é doloroso e se-lo-á por muito tempo”. Fez um apelo, dirigido especialmente aos jovens, ressaltando que durante a sua vida adulta tinha tido sucessos mas também contratempos, alguns deles muito dolorosos e que isso faz parte da vida, que estas perdas magoam muito. Terminou com palavras de esperança e de força para que os americanos não abandonassem aquilo em que acreditam.

Não sei se o violeta foi propositado. Hillary apareceu com um fato com apontamentos roxos e Bill com uma gravata da mesma cor. Era assim que eu me sentia, de luto.

Depois de uma directa a acompanhar minuto a minuto os resultados das eleições americanas passei um dia mau. Triste, inconformada, chocada, descrente. Como se fosse um sonho mau. Sem acreditar na realidade. Mas foi o que foi. Como disse Hillary: “vai doer por muito tempo”. Resta-nos conformar. E o que seria, nunca o saberemos.


quarta-feira, 9 de novembro de 2016

O dia em que o mundo mudou

Estava com medo.  Havia um infinitésimo receio. Mas nunca, nos meus piores pesadelos, imaginei que Trump ganhasse. Não achava essa hipótese possível. Arrogância. Excesso de confiança. Chamem-lhe o que quiserem. Mas o povo americano quis pagar para ver. Mantive quase toda a noite a esperança numa vitória de Hillary Clinton, ou quis acreditar. Tudo por puro medo do detestável, arrogante, malcriado, imprevisível e perigoso Donald Trump. Mas a realidade não quis nada comigo, e pouco passava das 4, já a desgraça se anunciava. Apenas os estados ditos “letrados” da costa leste e oeste, onde a América é uma excepção, ex. como Califórnia, NY, Washington D.C. ou Massachussets, foram ganhos. E perdeu inexplicavelmente na Florida, na Carolina do Norte, na Pensilvânia e em estados há muito democratas como Michigan ou Wisconsin.

O dia da queda do muro de Berlim. O dia escrito igual ao que os americanos usam para o 11 de Setembro (9/11, o mês seguido do dia) igual ao que usamos em Portugal (9/11, o dia seguido do mês).

Hoje, para quem não conhece a realidade americana, ficou a conhecer-se a verdadeira América. Os EUA não são NYC nem Boston. A América na sua maioria é conservadora, racista, que até à metade do século passado distinguia as pessoas com base na sua cor de pele. O país que não permitia a Rosa Parks sentar-se no autocarro. O país do Ku Klux Klan. O país que permitiu a imortalização das células HeLa retiradas, sem autorização, sem consentimento prévio, as células de uma neoplasia cervical de uma mulher negra chamada Henrietta Lacks.

Muitos dizem que a América se revoltou. Que foi um voto de protesto. Que não foi Trump que ganhou mas Hillary que perdeu. Mas eu acho que é muito pior do que isso. O resultado destas eleições são o fruto de gente desinteressada que acha que a política tem uma varinha mágica que lhes resolva a vida. Trump disse coisas tão absurdas como: “vamos acabar com a guerra na Síria”, “Vamos irradicar o ISIS”, “Vamos expulsar os imigrantes”,  “não vamos permitir a entrada de muçulmanos”, “vamos construir um muro na fronteira com o México”, “Vamos tornar a América grande outra vez”.... E estes eleitores acreditaram que ele é o salvador. E quem são estas pessoas que votaram Trump? Não me venham dizer que são apenas red necks, a classe média caucasiana, o comum trabalhador que se sente ameaçado pelos imigrantes ilegais que ganham menos e trabalham mais.  O voto branco pobre. O voto menos letrado. Não é só. São também os pobres de espírito. Os frutos do séc XXI que vivem nas redes sociais e só lêem frases feitas com 150 caracteres e ouvem (apenas) sound bytes. Os filhos de uma segunda geração de imigrantes que vive (bem) melhor que os pais, que se esqueceu e finge que não sabe como os pais viveram enquanto foram ilegais. Que dizem que são americanos e não imigrantes. Que são filhos de imigrantes, não imigrantes. E o que mais me envergonhou hoje foi ver na plateia do Trump muitas mulheres, negros e hispânicos a exibirem a sua alegria. Aqueles por quem Trump destila o seu ódio de estimação.

Foi a vitória do populismo, do racismo, da misoginia, da xenofobia, da homofobia, da estupidez, da ignorância, do deboche e da piada. A capacidade de se dizer aquilo que as pessoas querem ouvir. Nada motiva tanto as pessoas como o ódio, o medo e o desespero. Outra da lição que poderemos retirar é que a ignorância, a inconsequência e a falta de instrução têm efeitos devastadores para um país. O partido Republicano manteve a maioria no Senado e no Congresso.

E isto é o pronúncio do que (ainda) está para vir. Provavelmente daqui a uns tempos teremos a Marine Le Pen no poder em França e isto é só espalhar e começar a cair como um desmantelar de um baralho de castelo de cartas.

Até há pouco ria da Venezuela e da ascenção democrática de Chavez e do seu fato de treino à la Republica Boliveriana. Ficava perplexa pela hegemonia dos bispos da  IURD e seitas evangélicas no Brasil. E o poder de ditadores como Putin ou Erdogan. Não dá para rir mais. "It's not funny anymore".

Outra coisa que me irrita profundamente é dizerem que a Hillary era fraca e que a derrota se deve a ela. Que o Bernie Sanders é que devia ter sido escolhido. O Bernie Sanders, o revolucionário lá do sítio? Um homem, cuja competência não duvido, mas cujas ideias são ultra revolucionárias para a América conservadora. E não, a Hillary não é fraca. É talvez das mulheres mais bem preparadas da sua geração para Presidente dos EUA. A América perdeu, perdemos todos, por consequência. Que pena a América desperdiçar Hillary assim. O tempo, com toda a certeza, vai mostrar tudo.

Os votos valem o mesmo. São todos iguais. Tal como no nascimento e na morte.“Democracy is a bitch”. Os grandes ditadores foram eleitos democraticamente. Olhemos para trás. O mundo, tal como o conhecemos, acabou hoje. Só espero que não termine como a canção “Anunciaram e garantiram que o mundo ia se acabar...”.


Copyrignt: The New York Times



terça-feira, 8 de novembro de 2016

Go, go Hillary

Eu acompanhei e estive na campanha para as eleições  americanas em 2008 que elegeram Barack Obama como o primeiro presidente afroamericano (afrodescendente, preto, negro, como lhe queiram chamar). Vi o concerto com a G. que Bruce Springsteen fez de surpresa em Philly de apoio a Obama. Fez há pouco exactamente 8 anos. Nesse ano os democratas escolheram Obama em vez de Hillary por uma unha negra. 

Adriana Calcanhotto, que é nora de Vinícius de Moraes, conta a história que Obama descreve na sua autobiografia sobre quando a sua mãe viu o filme “Orfeu” de Marcel Camus baseado no Orfeu da Conceição de Vinícius. Nos anos 50, a mãe de Obama, uma caucasiana da classe média americana percebeu as possibilidades daquele filme. E, também influenciada pelo filme, ela, uma mulher branca, apaixonou-se por um homem negro do Quénia (muito parecidos com o actor que vive o protagonista no filme). E desse amor improvável, na América conservadora e racista dos anos 50, em que os negros não tinham os mesmos direitos que os brancos, nasceu aquele que viria a ser o primeiro presidente americano mulato da História.

Eu desde sempre sou uma apoiante de Hillary. Li todas as biografias dela. Sei a força daquela mulher. A vida académica dela desde o famoso Wellesley College até Yale. Foi uma bem sucedida jurista em Washington na comissão do impeachment do Nixon. Soube o sabor da derrota quando reprovou no exame à ordem para exercer advocacia em NY. Mudou-se para o cu de Judas do Arkansas, a América profunda para ser o suporte do marido como governador desse estado. Foi uma das mais bem sucedidas advogadas da sua geração. Todas as biografias são unânimes em considerá-la uma grande profissional e todas destacam que era muito mais bem sucedida economicamente do que o marido. O resto, já toda a gente sabe. Tornou-se Primeira-Dama. Passou o inferno que se conhece pelo marido. Foi secretária de Estado de Obama e ultimamente Senadora pelo estado de NY. 

Podia escrever imenso sobre o que me leva a apoiá-la. Mas neste momento, estou mesmo preocupada e apreensiva sobre a possibilidade de Trump ganhar. Ainda não estou refeita da surpresa do BREXIT. E a possibilidade de Trump ganhar inquieta-me. Manter os Estados Unidos como a terra de todas as possibilidades, da liberdade é crucial para a paz no mundo. Uma mulher presidente que não descrimine nenhuma raça, a comunidade LGBT e especialmente as mulheres, como ela. Uma mulher que não quer nem apoia a construção de um muro. Uma mulher que não é uma palhaça nem diz barbaridades do nível do seu opositor. Só não percebo como Donald Trump chegou até aqui. Essa sim, deveria ser a maior das reflexões a partir de amanhã.

Tenho um autocolante no meu computador  “I’m ready for Hillary” que me deram no Pride de NY. E outro que me deram umas meninas que vendiam laranjada à porta do meu prédio de NY em apoio a Hillary.

Daqui a uma horas só quero ler: “Hillary won. Hillary is the next President of United States”.




segunda-feira, 7 de novembro de 2016

O ego(centrismo)

Ego em demasia deve ser dos piores defeitos que se pode ter. Tal como, paciência, é uma das melhores virtudes que se deve ter. Os egocêntricos não sabem que o são, na sua maioria. E tendem a achar que até são modestos. Mas, o auto-elogio fica mal. É feio. É saloio. Há coisa (muito) melhor do que ser elogiado pelos outros? Os egocêntricos são muito vaidosos, superiormente vaidosos. No fundo, são uns deslumbrados. Nunca pedem desculpa porque nunca erram. Ou se erram, não admitem. São incapazes de admitir erros, a coisa mais humana de todas. Pessoas que se acham. Homens que até são bonitos mas na sua crença acham-se a última coca-cola do deserto. Pessoas que são banais mas acham-se Deus. Pessoas medianas mas que acham que são o Einstein. Pessoas que até lêem mas... Pedro Chagas Freitas e Margarida Rebelo Pinto. Pessoas que acham que a literatura brasileira é Paulo Coelho. Pessoas que não conhecem Clarice Lispector, nem Annie Leibovitz. Pessoas que se acham mas não sabem quem foi João XXI nem que António Gedeão era um pseudónimo. Que não sabem que Torga era médico nem que José Afonso morreu de esclerose lateral amiotrófica. Cientistas que não sabem as razões pelas quais Marie Curie recebeu os prémios Nobel de Química e Física. Nem que a angiografia não foi o motivo de Egas Moniz ser galardoado com o Nobel de Medicina. Como dizia Abel Salazar: “um médico que só sabe de Medicina nem de Medicina sabe”. Cientistas que nunca leram a biografia de Henrietta Lacks, nem a origem do nome HeLa, com as quais trabalham todos os dias. Psiquiatras que não sabem que quem descobriu o lítio foi um português. Doutorados que não sabem escrever, sem dar erros, na sua língua nativa. Com o passar dos anos fico boquiaberta com a quantidade de exponencial de pessoas desinteressantes que conheço. Nunca conheci tanta gente limitada cultural e intelectualmente. O Cruzeiro Seixas, um grande artista plástico surrealista, de 95 anos, vivo, dizia estes dias que tinha ido a um jantar “em que estavam pessoas muito simpáticas, imensa gente, a comida era muito boa, tudo muito bom, e não havia ninguém que falasse de um livro, de um quadro, do futuro a um nível superior. As pessoas contam as suas histórias pequeninas, do dia-a-dia, e nisso se completam, não tem mais ânsia do que essa”. Gente com quem não é possível conversar sobre nada. Gente que não se sabe rir de si própria. Gente sem humor. E quando não é possível rir, o que resta? Respirar? 

Claro que existe o outro lado.  Tendemos, nesta sociedade de parecer mais do que ser, a sobrevalorizar em demasia a inteligência (desculpem-me o pleonasmo). Existem tantas pessoas (superiormente) inteligentes mas profundamente estúpidas e incapazes de compreender coisas tão (insignificantemente) elementares, com uma falta de talento inato para as emoções, para a vida, para a bondade, entre outras.

Como acredito no humor (quase acima) de todas as coisas e tento a cada dia, mais e mais não levar-me a sério, fica a reflexão. Cada um de nós, mais ou menos importantes, com mais ou menos pessoas dependentes no mundo, somos uma peça da engrenagem, não a máquina. Não somos autosuficientes nem podemos viver isolados. Se não houver os outros, nós não existimos.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Os telhados de vidro dos políticos

Conheço pessoas com muito talento na política. Ao contrário da maioria, considero que muitos dos políticos são bons, bem preparados e de boa índole. O grande problema, é como todos os seres humanos, os políticos também o são. E aqui é que reside muitas das suas fraquezas. Não entendo, nem sei qual a motivação, dos muitos dos políticos que conheço pessoalmente, pelos quais tenho grande consideração e apreço profissional e pessoal, tenham alguns boys and girls  absolutamente pouco recomendáveis. Conheço gente que subiu, com muito talento, desde a juventude dos partidos até ao topo e sempre acompanharam quem se tornou grande. O problema, é que juntamente com estas pessoas de confiança, subiram as "ervas daninhas”. Gente que lhes estão amarrados como lapas. Gente que eles nunca deixarão cair. Gente que, independentemente dos cargos políticos que ocuparão, segui-los-á sempre. Já se deram ao trabalho de apreciar os curricula destes assessores ou adjuntos? Estas ervas daninhas caracterizam-se por, primeiro de tudo, serem uns grandes engraxadores. Uns lambe-botas. Personalidades tupperware. Gente que anda no último grito da moda. Que tem tempo para ir ao ginásio. Que estão sempre atrás ou à frente do chefe, sempre junto. O grande organizador da banda. O cabelo no último grito. Um carro topo de gama. O pequeno poder. A pessoa que socialmente e profissionalmente não vale nada mas acha-se muito. A verdadeira pessoa sem vergonha e sem qualidades. Aqueles que quando surge uma notícia verdadeira nos jornais culpam a oposição (dentro do partido e fora). Aqueles que desmentem a notícia verdadeira como sendo um ataque pessoal, mesmo sabendo que tudo aquilo é verdade, e que depois acabará (também) por ser provado em tribunal (mas aí toda a gente já se esqueceu). Têm um salário alto mas não têm valor para tal. Mas têm um lugar de confiança política. Pessoas que se inscreveram à pressa num curso, numa qualquer universidade privada (que sobrevive à custa de gente como eles). Gente que é tratada por Senhor Doutor e Senhor Engenheiro, mesmo que nunca chegue a ser, tal como os doutores das praxes. Gente que queria ter um curso à séria mas que por incapacidade intelectual comprará apenas aquilo que consegue com um nome duvidoso. Gente que anda de cabeça levantada, quando deveriam ser as primeiras pessoas a não ter coragem (nem) para sair de casa. Gente cheia de tiques. Gente que quando chega a algum lugar da moda identifica-se pelo cargo que ocupa junto do político a quem lambe as botas. Gente que nunca será aplaudido por aquilo que é mas por quem acompanha. Gente que rasteja como as minhocas, um nemátode. Mas nem isso eles conseguem ser.  São como as ténias, parasitas. Reduzem-se a um platelminte, com um sistema nervoso muito rudimentar, com uma capacidade intelectual que serve apenas para cumprir ordens e executar (mal) funções. Mas que sobreviverá a tudo, como os vermes. Conseguirá sempre um favor, um tachinho, uma avença, uma consultoria, um ajuste directo.

Quando o padrinho cair, cairá junto. Mas levantar-se-á de novo e de novo e de novo. A resistência e a resiliência são os seus elos mais fortes. Resistem a tudo. A teoria de Darwin no seu melhor. Os (mais) espertos sobrevivem (sempre).

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