O Webster Hall era um mítico clube de NY. Agora já não é.
Transformou-se noutra coisa. Poderia dizer mais “Meatpacking District”. Mas nem
sei se é isso. Transformou-se naqueles banais clubes de gente toda igual, de
preferência vestidos colados ao corpo, com mais destapados do que tapados. Aquele
tipo de roupa, que na minha humilde opinião, não fica bem a ninguém.
Antes de ter ido ao Webster Hall já o conhecia. O edifício
do Webster Hall já foi o estúdio do Marcel Duchamp em NY. A L. e a C. quando
foram a NY, antes de eu viver lá, desbravaram e fizeram a descoberta da noite
de NY. Tornaram-se amigas de um dos porteiros do Webster Hall e conseguiam
estar sempre que queriam na guest list. Nessa altura, o Webster Hall tinha uma
festa às sextas que se chamava Trash Party. A L. e a C. conseguiram o feito de
entrarmos sempre por uma porta alternativa, pela qual fugiamos à gigantesca
fila, e pagavamos apenas $10. Não sei bem definir como era a Trash Party. Era na
cave. Escura. Cheia daqueles fumos dos concertos. Gente nua. Gente mascarada. Gente
vestida das mais variadas formas. Onde se podia tudo. A música era
espectacular. E havia o DJ, Jess, excêntrico, rodeado de figuras excêntricas. Era
mítico. O Jess proporcionou-nos das mais inacreditáveis noites da nossa vida. Ontem, a L., disse-me que ele tinha morrido. Soubemos hoje que se
suicidou. O Webster Hall, tal como o conhecemos morreu há algum tempo. As trash
parties acabaram definitivamente no ano passado. E o mítico DJ nunca mais.
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