segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Dia 3 na Grande Maçã

Ontem fomos ao brunch na Clinton Street Baking & Co. Pelos vistos, lugar afamado, dado o tempo ridículo que esperamos (quase 3 hrs). Estes lugares em NYC dão-se ao luxo de não fazerem reservas e as pessoas vão para lá marcar presença e fila. O que vale é que nesta cidade, os dias são maioritariamente bonitos!  Estava um sol lindo mas um frio e um vento de cortar! A temperatura estava abaixo de 0ºC. E o segredo em NYC no inverno é sempre entrar em lojas ou starbucks para nos aquecermos. 

No tempo de espera, que era muito, resolvemos ir a Little Italy, experimentar um dos restaurantes para enganar a fome. Para quem sabe, Little Italy, faz lembrar aquelas ruas do Algarve cheios de maus restaurantes sazonais, das praias turísticas, em que há aquelas pessoas que nos chamam e falam todas as línguas. Um deles perguntou-nos a nacionalidade e começou a falar-nos em espanhol!!! Hello! Nem sabia onde era Portugal nem que falavamos português... mas tinha a mania que era italiano... Devia ser daqueles bem americanos “red necks”. Entramos, num dos restaurantes, quase a congelar de frio. Eu já não conseguia articular palavras porque a minha mandíbula estava paralisada!!! O restaurante tinha um aspecto exterior que não combinava com o interior... nem guardanapos de pano tinha... Pedimos vários antipasti para partilhar e todos eles eram péssimos. A bruschetta estava ensopada em mau azeite com quadrados de tomate e pão de gosto duvidoso, os cogumelos recheados davam medo de provar a imaginar o resultado da sua ingestão (pareciam com a inscrição: “se querem uma diarreia comam-nos”). O resto eram uns pratos de queijo e salame. Pedimos ainda uma pizza. Nunca na vida comi nada tão mau. A base era daquelas compradas nos supermercados e o recheio para esquecer... O F., tamanha era a desilusão, deixava cair tudo e sujou-se todo!!! Foi a única parte de rir à gargalhada! À hora marcada voltamos para a Clinton Street Baking & Co. O lugar era aceitável mas nada de espectacular, nem guardanapos e toalha de mesa de pano tinha. A minha preferência continua a ser o Sarabeth. Comi “Eggs Benedict” que estavam bons mas nada que justificasse uma espera de 3 hrs...




Esqueci-me de falar das “irmãs da Pipa”. Na sexta estava na fila do MoMA para guardar a mochila e junto a mim estavam umas adolescentes que não deviam ainda ter atingido a idade adulta. Eram portuguesas e o sotaque e pouca flexibilidade na mandíbula pareciam indicar injecções de botox. Esta semelhança fez lembrar-me imediatamente a “Pipa da Samsung”. Aproveito para dizer que não tenho nada contra a Pipa, muito menos contra o seu desejo/sonho de ter uma mala Chanel. Cada um é para o que nasce! Se a miúda tem um trabalho honesto, qual o problema de ter como sonho de consumo uma mala Chanel? Eu não percebo esse desejo porque não faz parte dos meus gostos. Mas não me chocaria ninguém dizer que queria a seriagrafia X, o livro y ou a viagem z. Pessoas que trabalham honestamente têm que ter sonhos. Afinal para que serve a vida? Obviamente que existem milhares de desempregados no nosso país, e não sou indiferente a isso, e milhões de pessoas no mundo a passar fome e subnutridas. E todos somos poucos para ajudar.  No entanto, lembro-me do ideal comunista de querer um mundo pobre sem ricos. Não pobres a desejar viver melhor... Tudo isto para dizer que não tenho simpatia alguma pela Pipa mas detesto as pessoas que apontam o dedo. As “irmãs da Pipa” tinham todas um iphone e todas tinham um bronze invejável de quem tinha passado o Carnaval no Brasil ou uns minutos dentro de um qualquer solário de Lisboa ou Cascais... Eram fúteis, de facto, as suas conversas mas a visita ao MoMa fica sempre bem. No dia seguinte,  ao fim da tarde,  quando subia o Guggenheim encontrei-as sentada, a descansar, num dos sofás. Que mundo pequeno este! Continuavam com os seus iphones mas com um ar desinteressado porque no Guggenheim não se pode fotografar a colecção. 

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