terça-feira, 25 de março de 2014

Um saltinho até ao Algarve

Estou atrasada para apanhar o avião. Para piorar, não activei a via verde. Sem velocidades loucas e sem perigos, chego ao aeroporto. Passo, sem problemas, pela segurança vazia. Nunca percebi este aeroporto Francisco Sá Carneiro, sempre às moscas. Tanto espaço para tão pouca gente... Tão poucos aviões, tão poucas pessoas, mais funcionários que passageiros, lojas às moscas. Chego à porta de embarque. Bancos compostos, o voo parece estar cheio. Só penso que não impliquem com a mala, como fizeram na única vez que viajei com a Ryanair. Chegada a hora lá vamos nós, filinha indiana, exterior, nevoeiro, frio, esforços para não perder a pose ao subir a escada com a mala de mão. Percebo que agora a Ryanair atribui-nos um lugar, óptimo. Sinto-me menos feliz quando percebo que vou literalmente entalada entre duas pessoas. Tento ler algumas das coisas que levo... mas o cansaço fala mais alto...o voo que dura perto de uma hora, na minha percepção demorou 5 minutos. Acordo quando o avião começa a abanar como um berço e eu só me lembro da frase do VES: “Não quero ser carne para peixe!!”. Eu habituada à TAP, aterro desajeitadamente (se não tivesse o cinto teria batido com a cabeça no tecto) com um “ai”. Mas o pior já passou, respiro de alívio. A temperatura é bastante mais alta que no Porto. Passam das 11 da noite e tenho a G. à minha espera. Em casa, em vez de dormirmos cedo, colocamos a conversa em dia e preparo o meu estágio para ficar afónica (isto acontece sempre que me encontro com a G.). Aterro na cama, e pela primeira vez em duas semanas, adormeço sem dificuldade. Interrogo-me se não será por não ter a minha vizinha maluca aos pontapés à minha porta diariamente ou a gata do vizinho que está com o cio... Acordo tarde. Banho. Festinhas no “Estibi” (aka HTB). Pequeno-almoço com o pão alentejano com manteiga. Sol, muito sol lá fora. O que mais se pode querer? Em 5 minutos estamos na Universidade. Apenas o tempo de subir até ao gabinete da G. e atinar com os vídeos que teimam em nunca funcionar. Dou a palestra em 45 minutos. Consegui cumprir o tempo. Perguntas e pessoas interessadas (ou disfarçam muito bem). Ideias novas, sugestões. Bom para o ego, sempre. Vamos almoçar à cantina 3Bs: “BOM, BONITO e BARATO”. A verdade, é que não fui eu que paguei. 

Início da tarde, aula para os alunos de Ciências Biomédicas. Pelo que a G. me disse aparecem todos ou quase todos. Assinam a folha de presenças. Eu, como não sei dar aulas, e como despejar matéria toda a gente pode fazer, decidi falar do meu percurso académico. Desde que aprendi a escrever aos 3 anos até agora. Juntamente com a apresentação powerpoint, falei de tudo, de ter andado dos 6 aos 18 anos num colégio de padres, que não entrei no curso que queria, que não gostei do curso, que escolhi o meu estágio por acaso porque fui a uma aula teórica à tarde, de Houston, do Ike, de osso, do doutoramento, de NY, do coração, dos meus sobrinhos... Fiz um intervalo, não muito convencida que a maioria regressaria. Para meu espanto, apareceram novamente todos. 

À noite fomos jantar ao “Tertúlia Algarvia”. Bebemos vinho algarvio, que foi uma estreia para mim. Entradas: pão, azeitonas e Queijo de cabra gratinado com maçã reineta. E para jantar: Tentáculos de polvo com grelos e batata a murro, Costeletas de borrego com molho de hortelã e puré, Bife de novilho à Tertúlia com redução de medronho. Sobremesas: Fofo de chocolate e alfarroba, molho de frutos vermelhos e sorvete de citrinos, Fatia de torta regional (alfarroba) e Tarte de requeijão, compota de abóbora e granizado de amêndoa amarga. Depois deste repasto, só nos restava andar muito... e lá fomos olhar os telhados algarvios, a cidade antiga de Faro, as ruelas, os bares e a ria. Ainda fomos beber um copo. Mais uma vez, dormi como um bebé e acordei sem despertador perto da hora de almoço.








Próximo destino: Praia de Faro. Que luz, que sol, que temperatura, que qualidade de vida. Mesmo em frente à praia, a um metro do areal tínhamos já mesa guardada pelo P. Que linda a cor do mar nesse dia, estar só de camisa e muita gente, tal como nós, a aproveitar a temperatura e a paisagem. Que influência tem o sol em mim. Dias claros e luminosos. O azul do céu e o azul do mar e o brilho dos raios. Imagem indescritível.





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