quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Os telhados de vidro dos políticos

Conheço pessoas com muito talento na política. Ao contrário da maioria, considero que muitos dos políticos são bons, bem preparados e de boa índole. O grande problema, é como todos os seres humanos, os políticos também o são. E aqui é que reside muitas das suas fraquezas. Não entendo, nem sei qual a motivação, dos muitos dos políticos que conheço pessoalmente, pelos quais tenho grande consideração e apreço profissional e pessoal, tenham alguns boys and girls  absolutamente pouco recomendáveis. Conheço gente que subiu, com muito talento, desde a juventude dos partidos até ao topo e sempre acompanharam quem se tornou grande. O problema, é que juntamente com estas pessoas de confiança, subiram as "ervas daninhas”. Gente que lhes estão amarrados como lapas. Gente que eles nunca deixarão cair. Gente que, independentemente dos cargos políticos que ocuparão, segui-los-á sempre. Já se deram ao trabalho de apreciar os curricula destes assessores ou adjuntos? Estas ervas daninhas caracterizam-se por, primeiro de tudo, serem uns grandes engraxadores. Uns lambe-botas. Personalidades tupperware. Gente que anda no último grito da moda. Que tem tempo para ir ao ginásio. Que estão sempre atrás ou à frente do chefe, sempre junto. O grande organizador da banda. O cabelo no último grito. Um carro topo de gama. O pequeno poder. A pessoa que socialmente e profissionalmente não vale nada mas acha-se muito. A verdadeira pessoa sem vergonha e sem qualidades. Aqueles que quando surge uma notícia verdadeira nos jornais culpam a oposição (dentro do partido e fora). Aqueles que desmentem a notícia verdadeira como sendo um ataque pessoal, mesmo sabendo que tudo aquilo é verdade, e que depois acabará (também) por ser provado em tribunal (mas aí toda a gente já se esqueceu). Têm um salário alto mas não têm valor para tal. Mas têm um lugar de confiança política. Pessoas que se inscreveram à pressa num curso, numa qualquer universidade privada (que sobrevive à custa de gente como eles). Gente que é tratada por Senhor Doutor e Senhor Engenheiro, mesmo que nunca chegue a ser, tal como os doutores das praxes. Gente que queria ter um curso à séria mas que por incapacidade intelectual comprará apenas aquilo que consegue com um nome duvidoso. Gente que anda de cabeça levantada, quando deveriam ser as primeiras pessoas a não ter coragem (nem) para sair de casa. Gente cheia de tiques. Gente que quando chega a algum lugar da moda identifica-se pelo cargo que ocupa junto do político a quem lambe as botas. Gente que nunca será aplaudido por aquilo que é mas por quem acompanha. Gente que rasteja como as minhocas, um nemátode. Mas nem isso eles conseguem ser.  São como as ténias, parasitas. Reduzem-se a um platelminte, com um sistema nervoso muito rudimentar, com uma capacidade intelectual que serve apenas para cumprir ordens e executar (mal) funções. Mas que sobreviverá a tudo, como os vermes. Conseguirá sempre um favor, um tachinho, uma avença, uma consultoria, um ajuste directo.

Quando o padrinho cair, cairá junto. Mas levantar-se-á de novo e de novo e de novo. A resistência e a resiliência são os seus elos mais fortes. Resistem a tudo. A teoria de Darwin no seu melhor. Os (mais) espertos sobrevivem (sempre).

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