Marina Abramovic
é conhecida pelas suas performances
perigosas, arriscadas, na maioria das vezes, chocantes. Na maioria delas os
seus limites físicos e psicológicos são testados. Ver o trabalho de Marina
Abramovic é sobretudo uma experiência sensorial. Sentir e experimentar. Quando
me perguntaram quantas horas se demora a visitar a exposição respondi que é o
tempo que quisermos. Ou nos deixamos mergulhar naquele universo ou sairemos
muito rapidamente.
Cheguei ao Palácio Strozzi por volta das 11 da manhã e esperei uns 20 minutos para comprar o bilhete para a exposição, que custava 12€ , mas com o desconto da Booking custou 9.5 €. Subi umas escadas e a primeira coisa com que nos deparamos é uma sala separada por uma parede de vidro, pela qual saberei depois, se pode entrar. Do outro lado da parede de vidro estão duas pessoas nuas em pé debaixo do que simula uma porta. Um rapaz e uma rapariga com alturas muito diferentes. Ele muito alto e ela baixa. Ambos são caucasianos. Ambos são muito jovens. Olham-se nos olhos. Nus. Entre eles há um pequeno espaço físico que só permite a passagem de uma pessoa de lado e que obrigatoriamente terá que tocar em um deles ou nos dois. Do lado de cá do vidro olho sem pressa e aprecio as pessoas que têm coragem de passar entre eles. Depois observo pequenos pormenores como nenhum dos dois estar completamente depilados. E como apesar de serem os dois magros seriam muito mais bonitos vestidos. Os dois tinham caras muito jovens e bonitas. Ele tinha bigode e barba de vários dias. Tinha também vários piercings e brincos na orelha. Um deles era no mamilo. Ela não tinha qualquer piercing nem tatuagem. Uma pele jovem e muito branca debaixo da luz. Ele tem uma pila grande e ela tem a pubis coberta de pêlos. As pessoas vão passando entre eles e a concentração deles mantem-se inalterada. Comparo com as performances, que vi da própria Marina Abramovic com o Ulay há muitos anos atrás, no youtube. E também com as fotos que vi no seu livro autobiográfico. Esta performance chama-se Imponderabilia. Por aqui comecei e nela acabei quando terminei de visitar o primeiro andar da exposição. Passadas mais de uma hora, o casal era outro. A diferença de alturas era grande também. Ele não era bonito e não era tão jovem. Ela era muito bonita e seria tão bonita vestida como nua. Ela também não era tão nova mas o tempo não lhe deixou marcas nefastas no corpo. Ele não era bonito nem tinha um corpo bonito, tinha muitos pêlos e uma pila que parecia a cópia do David do Michelangelo.
Cheguei ao Palácio Strozzi por volta das 11 da manhã e esperei uns 20 minutos para comprar o bilhete para a exposição, que custava 12€ , mas com o desconto da Booking custou 9.5 €. Subi umas escadas e a primeira coisa com que nos deparamos é uma sala separada por uma parede de vidro, pela qual saberei depois, se pode entrar. Do outro lado da parede de vidro estão duas pessoas nuas em pé debaixo do que simula uma porta. Um rapaz e uma rapariga com alturas muito diferentes. Ele muito alto e ela baixa. Ambos são caucasianos. Ambos são muito jovens. Olham-se nos olhos. Nus. Entre eles há um pequeno espaço físico que só permite a passagem de uma pessoa de lado e que obrigatoriamente terá que tocar em um deles ou nos dois. Do lado de cá do vidro olho sem pressa e aprecio as pessoas que têm coragem de passar entre eles. Depois observo pequenos pormenores como nenhum dos dois estar completamente depilados. E como apesar de serem os dois magros seriam muito mais bonitos vestidos. Os dois tinham caras muito jovens e bonitas. Ele tinha bigode e barba de vários dias. Tinha também vários piercings e brincos na orelha. Um deles era no mamilo. Ela não tinha qualquer piercing nem tatuagem. Uma pele jovem e muito branca debaixo da luz. Ele tem uma pila grande e ela tem a pubis coberta de pêlos. As pessoas vão passando entre eles e a concentração deles mantem-se inalterada. Comparo com as performances, que vi da própria Marina Abramovic com o Ulay há muitos anos atrás, no youtube. E também com as fotos que vi no seu livro autobiográfico. Esta performance chama-se Imponderabilia. Por aqui comecei e nela acabei quando terminei de visitar o primeiro andar da exposição. Passadas mais de uma hora, o casal era outro. A diferença de alturas era grande também. Ele não era bonito e não era tão jovem. Ela era muito bonita e seria tão bonita vestida como nua. Ela também não era tão nova mas o tempo não lhe deixou marcas nefastas no corpo. Ele não era bonito nem tinha um corpo bonito, tinha muitos pêlos e uma pila que parecia a cópia do David do Michelangelo.
Muitas das performaces
estão a ser mostradas a preto e branco em televisões. Muitas delas conhecia-as
de exposições anteriores, do youtube e da autobiografia. "Relation I" em que Abramovic e Ulay estão a dar estalos um ao outro,
à vez, com maior ou menor intensidade. "AAA-AAA"
é uma performance de 1978 que dura 15 minutos na qual grita até perder a voz. "Breating in/breathing out", tal como a
descrição em inglês indica é uma performance em que Abramovic e Ulay colam as
bocas, semelhante a um beijo, e respiram de lábios colados. Em "Rest energy" Abramovic puxa o arco da
flecha com a mão e deixa-se inclinar pelo peso do corpo à medida que puxa o
arco e ao mesmo tempo Ulay, do outro lado, puxa a flecha. Outro dos vídeos
mostra Abramovic e Ulay nus a correrem em direcções opostas contra colunas e o
público a assistir. A separação de Abramovic de Ulay é também mostrada, quando
os dois decidem atravessar a muralha da China, cada um começando a caminhada do
lado oposto do outro e encontrando-se no caminho. Esta é uma das descrições
mais sensíveis que me lembro da autobiografia. Pode ver-se também a performance
de quando desenhou uma estrela na barriga e depois se cortou com uma lâmina de
barbear. Não falta, talvez a mais conhecida de todas, aquela que a tornou uma
das mais famosas artistas contemporâneas, e que a consagrou: “The artist is
present” no MoMa em 2010. Nesta performance Marina Abramovic sentou-se durante
8 horas numa cadeira, diariamente, vestida com um longo vestido vermelho ou
preto, com apenas uma mesa a separá-la da outra pessoa. No Palácio Strozzi são
mostradas em simultâneo as caras das milhares de pessoas que por lá passaram
acompanhadas pela expressão de Marina Abramovic.
“The house with the ocean
view”, interpretada in loco, uma pessoa vive numa espécie de mezzanine com escadas de facas com a lâminas como degraus e existem três divisões de uma casa incluíndo um quarto e uma casa
de banho.
Outra das
performances sobre a qual tinha lido, uma das mais recentes e que implica a intervenção
do público e da qual ela tão detalhadamente fala na sua autobiografia é: “Counting the rice”. Montes de grãos de arroz branco e
preto estão em cima de uma mesa na qual várias pessoas se podem sentar.
Coloca-se os auscultadores. Segue-se as intruções. Conta-se grãos. Separam-se
grãos. O conceito de “faz tu mesmo”. O silêncio como companhia e o tempo a
passar. Este é o objectivo de Marina Abramovic no instituto que criou em em
Hudson perto de NY.
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