domingo, 29 de abril de 2012

As obras de arte dos meus sobrinhos

Quando os meus pais decidiram vir a NYC perguntaram-me o que eu queria que eles trouxessem. Respondi que queria um desenho de cada um dos meus sobrinhos para colocar no frigorífico...Nunca pensei que fosse uma tarefa tão complicada... 

Quem já conheceu os meus sobrinhos pessoalmente e passou com eles algumas horas percebe imediatamente que desenhar não é o forte deles... O mais velho está sempre a dizer que não consegue desenhar, e tem sempre desculpas ou porque  lhe dói as mãos, ou porque  lhe dói os dedos, a barriga.... O que ele gosta mesmo é de andar atrás das pessoas com os lápis de cor ou de cera ou então com um quadro daqueles que dá para apagar. Então um dos passatempos preferidos dele é não deixar as pessoas em paz e pedir para desenhar as coisas mais estranhas... deve ser para testar a paciência delas. O meu sobrinho mais velho tem duas pancas: Mickey e os sinos. Claro está, que o que ele mais pede é para desenharem Mickeys e sinos. E depois vai dizendo que está bem, ou não está bem, maior, mais pequeno, aqui, ali...vai dando as instruções. E quando a coisa corre bem é ver a cara de satisfação no final! 

O meu sobrinho mais novo nem precisa de inventar desculpas. Não desenha mesmo. Não desenha e pronto. É sincero, não gosta! O que ele mais gosta é mesmo de carros. Desde que tem um ano e meio que sabe as marcas todas dos carros e foi através deles que aprendeu os números (por causa das matrículas) e as cores. Das coisas que me rio sozinha até hoje é que na praia tínhamos que andar uns 5 mns a pé até ao parque da Marina de Portimão e ele mal saía do areal começava a pedir colo. Como é que o pai o convencia a ir de mão dada até ao carro? Vamos lá ver os carros, quantos carros iguais ao do pai (queria dizer da mesma marca), iguais aos do avô, iguais aos da Ana Margarida.... e ele lá ia a contar e a dizer as cores. As crianças são mesmo fáceis de convencer. Isto era assim todos os dias!

Como a tarefa de os fazer desenhar não foi fácil de conseguir, o meu irmão, que tanto desenha para eles já lhe apanhou o jeito! Ideia do meu irmão: faz dois desenhos e diz a cada um para lhes desenhar o que lhes apetecesse para os avós levarem para a Ana Margarida que eles acham que mora "lá em cima" (Empire State Building) e que se teletransporta num avião. Sempre que falamos o mais velho pergunta-me sempre o mesmo: "Estás quase a chegar?". O resultado dos desenhos deles provoca-me sempre uma gargalhada sempre que passo pelo frigorífico. O desenho do mais novo é completamente abstracto, não se consegue entender, e tenho muitas dúvidas que o próprio saiba explicar. Devia ter pensado para ele mesmo: "vou rabiscar isto e eles ficam contentes e eu também!". Este deve sair à tia que ainda hoje se ri com os desenhos  da infância. Nunca consegui desenhar. E o que desenhava até para mim era estranho... O mais velho, como também detesta desenhar, foi pelo caminho mais fácil... escreveu o nome dele, que é a única coisa perceptível que ele consegue fazer com um lápis. Seguem as duas obras de arte:

Rabiscos do sobrinho mais novo sobre desenho do pai

Assinado pelo sobrinho mais velho sobre desenho do pai

Birdland

Ontem fui pela primeira vez a um clube de jazz daqueles que aparecem nos filmes: Birdland. Quem me conhece bem sabe que eu sou uma total analfabeta no que respeita ao jazz e não sou grande apreciadora. Há uns tempos soube que a Paula Morelembaum e o Marcos Valle iam actuar neste clube duas vezes/dia durante uma semana. Conseguimos comprar bilhetes para o último concerto: sábado ás 11 da noite. Foi uma verdadeira experiência. O palco rodeado de mesas, sala a meia-luz, podia-se comer e beber. Bebi Key Lime Pie Martini. Fica a recomendação.  Mas é fraquinho... As margaritas do Cubby Hole é que são...



quinta-feira, 26 de abril de 2012

Vida precária I


Acabo de ler no Público que o governo quer cobrar IRS aos bolseiros da FCT.  Para ser mais correcta, não é o governo, é o ministério das finanças, porque o ministro da educação e ciência é contra... Isto depois de termos assinado um contrato (no meu caso, renovável anualmente até 36 meses) com a FCT em que numa das alíneas diz exactamente que os bolseiros estão isentos desse pagamento. Eu não seria absolutamente contra se tivéssemos os mesmos direitos de todos os trabalhadores. Somos apenas pagos 12 meses/ano, não descontamos para a segurança social sobre o valor que ganhamos, não temos direito a 13º mês nem subsídio de férias e/ou subsídio de desemprego. Para piorar o cenário, somos talvez a única classe em Portugal que não vê os salários actualizados há 10 anos. De facto, nós não existimos. Duvido muito que hoje algum bolseiro consiga contrair um empréstimo. E vivemos nesta corda-bamba. 

Quem está a começar a carreira científica acha tudo maravilhoso e nem pensa. O futuro é algo muito longe, a euforia dos 20 acompanha-nos e isso de planos a longo prazo não existe. Quando comecei o meu doutoramento nem imaginava no buraco sem fundo que me metia... Aquele entusiasmo inicial de que vamos revolucionar o mundo e que alguém é o arauto das boas novas... Nunca, nessa altura houve pensamentos pessimistas.  Alguém, que pela primeira vez nos dava valor profissional e nos animava a sermos mais, maiores.  Citando o João Lobo Antunes: “tal como os apóstolos, quando ouviram o chamamento, deixamos  tudo e segui-lo”.  E eu comecei o meu doutoramento neste entusiasmo cego, fascinada por resultados, uma vida punk de se passar noites no lab, num tempo em que se podia fumar cigarros em todo o lado, jantar a horas que se deveria estar a dormir, viver de noite e, ainda por cima, de dia. Mas tudo muito divertido, muito companheiro, muita ajuda, tudo a remar para o mesmo lado.. Horas infindáveis, dias e noites que se confundiam, choros de desespero de não se conseguir solucionar um problema antes de uma conferência... Algumas músicas que me acompanharam nesses dias, e hoje quando as oiço, ainda me fazem arrepiar ao lembrar-me desse desespero. 

Depois essa coisa do mundo adulto, viajar e conhecer cidades novas, com pessoas que eram “cool” que nos mostravam o mundo. E nessa altura o objectivo era produzir mais e melhor para sermos seleccionados para apresentações orais nas conferências. E sim, não vou dizer que foi péssimo, que detestei. Não, adorei, na maioria das vezes. O problema era mesmo as apresentações. Eu costumo dizer até hoje que perdi anos de vida. Na minha primeira apresentação oral na Suiça,  era eu ainda um “bebé de fraldas” (na gíria científica) a acabar o meu estágio. Lembro-me até hoje de estar na plateia e dizer ao meu orientador que ia à casa de banho. Quando regressei ele disse-me que estava preocupado e que já estava a prepara-se para fazer a apresentação por mim. Sobrevivi a esse dia e muitos mais haviam de vir. 

Outra das memórias que tenho foi numa cidade no fim do mundo, Memphis. Isto em 2005. Aquilo era uma cidade fantasma, às 6 não havia nada... Lembro-me apenas da Beale Street cheia de clubes de jazz e do rio Mississipi, que fiquei tão desiludida quando vi. Eu a pensar que aquilo era tipo o rio Amazonas... Mas o que queria mesmo falar é que o centro de congressos era gigante, bem à medida das cidades da América profunda. Tudo é grande. Uma das primeiras coisas que o meu orientador fazia era mostrar-nos a sala onde íamos fazer a apresentação para que não caíssemos redondas de surpresa. Bem, quando chego à sala... aquilo não era uma sala, aquilo parecia a FIL. Tinha um palco e dois ecrãs gigantes que parecia que era a Madonna que ia actuar! Eu quase morri. Devia ter ficado com tão mau aspecto que o meu orientador disse-me: “Não te preocupes que vão dividir a sala. Isto é só para a sessão de abertura”. Fingi que acreditei. Chegada a hora lá subi ao palco com o microfone de lapela (tão sofisticada que era a coisa). Percebi rapidamente que os ecrãs eram tão longe do pódio que o laser era imperceptível. O sistema naquela altura já era muito à frente (tipo ipad) tocava-se no ecrã do computador e isso era reflectido nos ecrãs gigantes. Desisti, claro de apontar porque as minhas mãos pareciam dois abanadores. Também aqui sobrevivi. 

A conferência seguinte, nesse mesmo ano foi em Shanghai. A conferência que eu mais queria ir e fui! Só fomos 6 pessoas: 4 alunas e 2 chefes. Foi a conferência e a cidade mais surreal onde estive. Desde os taxistas não entenderem o alfabeto ocidental, sim, porque lá nem ousávamos falar, era mesmo tudo escrito em mandarim! As pessoas ficavam a olhar para nós na rua porque éramos as únicas pessoas não-asiáticas. A nossa companheira inseparável era a máquina calculadora. Tudo era negociado. Marcávamos o preço na máquina e a partir daí começava o negócio. Comemos as coisas mais absurdas: andorinha, tartaruga e afins. Até há uma história da AR que se entusiasmou ao ver o que ela achava ser abacate e mete uma colher cheia à boca... e o que era? Wasabi!!! A aventura de comprarmos meias de vidro para a C porque o tempo passou de tropical a glaciar... Eu nunca fiz tanta mímica na vida! A simpatia das senhoras na loja até hoje me comove. O quão mal fiquei num jantar no hotel porque a ementa estava em chinês e não conseguíamos pedir nada de jeito e depois acabamos a noite num bar a beber vinho tinto. Claro que nem vou descrever o resultado. A aventura ainda maior de nos terem levado para o hotel errado e de nos tentarem explicar em chinês que os nossos nomes não constavam na lista. Mas nós insistíamos que sim, que era aquele hotel... só me lembro de ter acordado a meio da tarde, a recuperar do jet lag, com a M. a dizer que estava noutro hotel e que o nosso era o errado... E foi também nessa semana que eu fiz uma amizade que me ficou para a vida, com uma pessoa, como quase todas as outras, eu não gostei à primeira vista. Estas amizades são o que ficam para a vida e o que me fazem olhar para trás e não arrepender-me das escolhas que fiz. 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Evento "Portuguese Circle"@ City Sandwich

Ontem ao fim da tarde alguns portugueses (e não só) juntaram-se com o pretexto de provar as sandes do City Sandwich em Hells Kitchen. Há algum tempo que queria ir lá pelas apelativas sandes de nomes tão portugueses como: Nuno, Henrique, António, Fátima... O dono chef é um italiano nascido em Nápoles, criado em Long Island, viveu em Lisboa e voltou para Nova Iorque. O nome dele é Michael Guerrieri, é muito simpático, fala fluentemente português e tudo o que provei estava divino. O Michael tem também um restaurante em Lisboa, na Artilharia um que se chama Mezzaluna. O jantar foi tipo cocktail em que várias sandes do menu foram servidas e as mais apreciadas foram repetidas várias vezes acompanhadas por vinhos da casa Esporão. De todas as que provei as minhas preferidas foram: Nuno ( morcela, grelos, tomate, alho, mozarella e azeite); Auntie (sardinhas, cebola salteada, coentros e azeite) e Henrique (alheira, grelos, mozarella e azeite). Algumas fotos sugestivas:








Todas as fotos são do Henrique Mano

terça-feira, 24 de abril de 2012

Directa no lab

São quase 6 da manhã e eu estou a fazer a primeira directa de trabalho!!! Hoje revelou-se um mundo novo para mim: primers, genes, exões, pares de bases, pcr.... que nó!!! Primers para mais de 20 genes!!! Só vejo letras...AAGGCTAGCTATCG....???!!! Tenho os passarinhos a cantar na janela do lab... está a amanhecer! Good Morning NY!

domingo, 22 de abril de 2012

Tribeca Film Festival

Já tinha comprado o bilhete há bastante tempo para ver a conversa entre Michael Moore e Susan Sarandon. Ninguém adivinhava o tempinho maravilhoso de hoje...e de ontem... Já não me lembrava de ver chover assim em NYC. O caos, como podem imaginar, instalou-se. Filas de trânsito intermináveis, mais pessoas a pedir para os táxis pararem do que os táxis que circulavam...Como hoje é domingo levantei-me tarde mas tinha que ir ao lab antes de ir para o festival. O tempo que demorou para entrar e sair do metro (no total uns 2 minutos) foi o suficiente para os meus pés parecerem que estavam descalços, mas na verdade, estavam numa pocinha de água (que eram os meus ténis). Já saí de casa atrasada, demorei mais tempo no lab do que o que queria, saí atrasada do lab, corri para o Starbucks para comer qualquer coisa e para molhar-me mais um bocadinho... 

Como já passava das 2 e o festival começava às 3, e como eu estava quase do lado oposto da ilha, tenho a brilhante ideia (a de sempre) de ir de táxi. E como não aprendo, por mais repetições que aconteçam, lá fui eu perguntar aos "gipsys" quanto era até Tribeca... Percebi imediatamente que não fazia ideia do que eu estava a dizer, não sei se não entendi inglês (embora esta palavra seja a mesma em quase todas as línguas) ou se não sabia onde era (o que era ainda mais grave)... Mas como eu já estava por tudo, e a chuva não perdoava, agora não eram apenas os pés que pareciam descalços... Ainda me perguntou qual era a rua.... "Chambers" respondi eu. Ele começou a pensar, e eu debaixo de chuva, e lá responde: "30 dolars". E eu sem nem esperar um segundo entrei no carro. Ele disse-me que se não houvesse trânsito chegaríamos em 20 minutos. Que optimista que era o homem! Isso nem à noite!!! Mas para abreviar, o que supostamente demoraria 20 minutos transformou-se numa hora. Pela janela do carro via o dilúvio de NYC. Mas cheguei onde queria! A conversa entre a Susan Sarandon e o Michael Moore foi o que seria de esperar, interessante. Se alguém naquele auditório fosse republicano devia ter detestado. E o melhor guarda-se sempre para o fim, as perguntas do público. 









sexta-feira, 20 de abril de 2012

Nature boy

There was a boy
A very strange enchanted boy
They say he wandered very far, very far
Over land and sea
A little shy
And sad of eye
But very wise
Was he

And then one day
A magic day he came my way
And while we spoke of many things, fools and kings
This he said to me
"The greatest thing
You'll ever learn
Is just to love
And be loved
In return"



Eden Ahbez

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Encontros imediatos

Já ia atrasada para me encontrar com o F. no lab dele quando encontro no corredor a lab manager do meu lab. Não sei porque razão especial, não falamos muito no lab, mas quando me encontra fora dele começa sempre a fazer-me imensas perguntas. Eu que costumo usar um atalho entre edifícios, costumo subir as escadas até ao 14º piso (porque não existe o 13º) e depois percorro um labirinto de corredores que me leva ao Black Building onde vou de elevador até ao lab do F. Era isto que estava a pensar fazer, quando a conversa estava a meio e encontramos os elevadores do P&S. Eu não tive coragem de dizer que ia por outro sítio... porque quem não conhece podia achar que era uma desculpa. Toda a gente que vai descer usa estes elevadores como é que eu ia explicar à lab manager que ia por umas escadas manhosas até ao 14º para depois descer para o 4º?! Tive sempre destes problemas por pensar que as pessoas podem achar que é uma desculpa ou algo do género. Lá descemos de elevador, que demorou alguns minutos, porque aquela hora o elevador pára em todas as capelinhas.... Chego ao 1º andar e percebo que o corredor que dá acesso ao outro edifício está fechado para obras, percebo também que já passa das 5:30 e por isso a porta principal do P&S está fechada... Resta-me percorrer os corredores do Presbyterian Hospital e fazer novamente o caminho que deveria ter feito...

domingo, 8 de abril de 2012

Almoço de Páscoa no Manolo's Tapas

Grande escolha esta de almoçar no Manolo Tapas. Sangria razoável, ambiente familiar, bom serviço, comida muito semelhante à nativa. Aprovadíssimo! Seguem-se as fotos do grande almoço:


Sangria

Alcachofras com presunto

Croquetes

Lulas grelhadas

Camarões com filet mignon

Chouriço


Tarte de amêndoa

Brunch no Sarabeth's

Ontem fomos "brunchar" no Sarabeth's para festejar os 25 anos mais um mês da C. Como todos os restaurantes que são bons é preciso esperar. Eu não esperei muito porque já cheguei atrasada. Ficamos numa mesa perto da janela. Desta vez decidi experimentar os "Eggs Benedict" com salmão. São dois muffins com dois ovos escalfados e com molho hollandaise. Gostei da experiência. Para além disso bebi 3 chávenas de café...escusado será dizer o que passei a noite a fazer...Depois do brunch tinha que ir ao lab mas a N. convenceu-me a caminhar até Columbus Circle (em linha recta da 80 à 59). O tempo estava lindo, sol, muita gente nas ruas e temperatura amena.


Menu by Neide Vieira

Eggs Benedict by Neide Vieira

Waffles by Neide Vieira

Waffles by Neide Vieira

O Marcos do Meal Plan

Há umas semanas o F. disse-me que uma das pessoas que trabalhava no Meal Plan era brasileiro. Dias depois o F. disse-lhe que eu também era portuguesa. Na quinta-feira passada os meus horários não coincidiam com os do F. e C. e fui sozinha jantar. O Marcos aproximou-se e disse: "Ah, você também é portuguesa"..."Também é doutora dos olhos?". E eu fiquei a olhar espantada para ele e a pensar "doutora dos olhos"?! Lá lhe disse que não era médica e muito menos dos olhos mas que sim era PhD. E ele: "Já? Inteligente você!". Fui sentar-me a jantar e ele apareceu outra vez "Então os seus amigos doutores não vieram hoje não?" E começou com uma lista de histórias sobre as teorias da conspiração, que os terroristas andavam em NY agora mais do que nunca. Que este país vai virar um país de terceiro mundo. E depois virou para outro assunto. Que Portugal é que era, que adorava Portugal, que adorava bacalhau, que Portugal é que é o país do futuro e que vai superar... E que o sonho dele era ir para Portugal! E eu nas poucas oportunidades que tive de falar disse-lhe "O Brasil é que está bem". Ao que ele me respondeu: "Vamos ver quanto tempo vai durar...". Passados uns minutos, já o Marcos tinha voltado para o seu posto e reparo que numa mesa ao lado estavam duas brasileiras. Quando ele voltou eu disse-lhe: "Então, já conheceu aquelas brasileiras?". E ele responde com um ar muito desinteressado: "Eu vejo elas por aí mas se acham". E eu a achar que tinha  feito a boa acção do dia lá tento mudar de assunto. O Marcos é um senhor de meia-idade do Rio de Janeiro (de Santa Tereza, "sabe o bondinho?") que veio para NY há 15 anos à procura de uma vida melhor. Fiquei ontem a perceber a razão do Marcos ter perguntado se eu era doutora dos olhos. A C. explicou-lhe o que fazia e ele à sua maneira fez as suas deduções.

sábado, 7 de abril de 2012

The High Line

Este é o lugar que mais gosto de NYC. É um parque suspenso que aproveita uma linha férrea desactivada, com 2.53 Km que vai de Gansevoort Street (um quarteirão abaixo da 12th Street - Meatpacking District até à 30th Street-Chelsea). Abriu em 2009 e tem uma vista maravilhosa sobre o rio Hudson, ruas, edifícios...E depois é mesmo um parque para as pessoas o aproveitarem. Tem espreguiçadeiras, cadeiras, bancos e mesas ao longo de todo o percurso. Não há fotografias nem palavras que descrevam a beleza deste parque. Tem também outra coisa curiosa, uma espécie de anfiteatro em madeira sobre uma das ruas para as pessoas "observarem o ambiente". Depois existe a obra de arte mais fotografada da High Line, a peça da artista plástica Sarah Sze "Still Life with Landscape (Model for a Habitat)".


Anfitiatro suspenso com vista para uma rua

Vista sobre uma das ruas do anfiteatro suspenso 

IAC building (Frank Gehry)

Edifícios em Chelsea

Empire State Building visto do High Line
 


"Still Life with Landscape (Model for a Habitat)"
Sarah Sze

"Still Life with Landscape (Model for a Habitat)"
Sarah Sze

Empire State Building visto stravés da peça "Still Life with Landscape (Model for a Habitat)"
Sarah Sze

Vista do High Line

Vista do High Line


MoMA

Mais do que que a coleccão, que faz do MoMA um dos melhores museus de arte moderna do mundo, gosto do espaço e da arquitectura. É impressionante a colecção de quadros do Mondrian e do Polock, só para dar 2 exemplos. Tem também os mobiles do Alexander Calder. Consta-se que Calder inventou os seus mobiles após uma visita ao estúdio de Mondrian. Repare-se como reduziu os elementos que compõem as suas peças a formas simples, de limites precisos, pintados de negro, branco ou cinzento, que limitam a estimulação visual essencialmente ao movimento, liberto assim de qualquer outro estímulo. Os exemplos de Calder e Mondrian são dos mais estudados em neurociências pelo estímulo visual das cores  e pela simplicidade.





Frida Khalo
Frida Khalo

Lygia Clark


Mondrian

Rothko


Andy Warhol


Metropolitan Museum of Art

O Metropolitan é um museu gigantesco. Já o visitei várias vezes e acho que ainda não o conheço todo. A colecção do museu parece não acabar desde os túmulos egípcios, às porcelanas de todas as partes do mundo com o meu pessoal destaque para a Companhia das Índias, a colecção de jóias, as mobílias, as pinturas impressionistas, as colecções de roupas. Foi lá que vi a magnífica exposição do Alexander McQueen “Savage Beauty” e só aí percebi  a grandeza do seu talento. Na primavera e verão abre o Iris and B. Gerald Cantor Roof Garden que é um dos bares com melhor vista de NYC.

Já experimentei um dos restaurantes do museu The Petrie Court Café and Wine Bar que é caro como tudo. Mas vale pela vista. Eis a bruschetta que comi da última vez:



Vista do "Roof Garden"

Vista do "Roof Garden"

Truman Capote


Do grande Mondrian


Eis o que queria ter visto lá mas ainda não encontrei:

"The Great Wave" do japonês Hokusai

"Sunset in Venice" do Monet

"The son of Man" do Magritte

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