Déjà Lu
Já lido é o significado do nome. Esta é a melhor livraria que
conheci nos últimos tempos. Soube da sua existência através de uma das madrinhas,
Anabela Mota Ribeiro. Já na livraria descobri alguns dos outros padrinhos e as
suas sugestões literárias: Leonor Silveira, Beatriz Batarda, Pedro Rolo Duarte,
José António Tenente. Está situada num local muito privilegiado: Fortaleza da Cidadela
de Cascais, no andar superior do restaurante Taberna da Praça. É uma livraria
solidária cujos lucros revertem para portadores de Trissomia 21. Os livros
podem ser novos ou usados (em muito bom estado) e a óptimos preços. Vale muito
a visita. O conselho é que se vá com muito tempo. Dediquei-me apenas a ver, com
muita atenção, os autores brasileiros e as sugestões dos padrinhos. E acabei por
trazer 8 livros por aproximadamente 64 euros. E tentei fechar os olhos a tudo o
resto. Tudo é apetecível. Difícil não encontrar qualquer coisa interessante. A
secção de biografias também é de perder a cabeça. Depois de a conhecer, a visita é obrigatória.
Quem dera que as livrarias portuguesas fossem todas assim. Bem organizada,
acolhedora, com marcadores repletos de humor, com pessoas responsáveis que
conhecem os livros e que (ainda) aconselham só pelas preferências do que temos
em mãos. De um bom gosto incrível. Tem sofás, bancos, cadeiras. Tudo o que é
preciso para quem gosta de livros. Nem tenho palavras para descrever como fui
recebida. Depois de uma pequena pesquisa, descobri que a senhora que tão bem me
recebeu se chama Francisca Prieto. A frase
“Sinta-se como se estivesse em casa” é arrebatadora. É-nos dado espaço mas com
toda a gentileza. Tudo nos é oferecido para que estejamos confortáveis. A
qualidade do acervo é incrível. E no final, já com livros que não me cabiam nos
braços ainda me foram sugeridos mais 2 livros que acabei por trazer. Não é
habitual visitar livrarias que para além de bonitas sejam geridas por pessoas
que gostam de livros e os conhecem. Muitas vezes é (mais) um negócio. Aqui
respira-se literatura, o cheiro dos livros, conhecem-se (bem) os autores e
através das nossas escolhas conseguem identificar-nos as preferências. Quantas
livrarias há assim em Portugal. Tenho pena que não existam mais assim. Eu seria
com toda a certeza (ainda) mais pobre. Falaram-me que o António Cicero tinha
visitado a livraria e tinha levado muitos livros.Vi a versão brasileira da autobiografia
do Caetano “Verdade Tropical” em cima de uma das mesas. Conciliar uma geografia
privilegiada, bons livros, excelente organização, simpatia, competência e
pessoas que amem livros numa livraria só é obra! Adorei, prometo voltar e doar
alguns dos meus livros. Um verdadeiro tesouro escondido.
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Copyright: Déjà Lu |
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Estou muda de comoção. Obrigada a si, Ana, por ter um coração que palpita pela Déjà Lu como os nossos.
ResponderEliminarMuito obrigada pelo texto. Um feedback como o seu é uma injecção de adrenalina para fazer sempre melhor.
Um grande abraço em nome de todo o staff Déjà Lu