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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Mário Soares,1924-2017

(Escrito no dia em que morreu: 7/01/2017)


Nunca votei Soares. Quando andava na primária usei e abusei do "Soares é fixe e o resto que se lixe", mal sabia eu o que era política. Mas ninguém pode negar a importância dele na política portuguesa. Depois, sempre respeitou muito Sá Carneiro e reconciliou Amália com Portugal,conseguindo prestar-lhe a homenagem que ainda viu em vida. Um homem culto, moderno, visionário, leitor voraz.Um conhecedor e admirador de arte, admirava as coisas belas. Um defensor da ciência e dos cientistas. O político português mais conhecido no mundo. Errou Ao candidatar-se ao Parlamento Europeu e ao recandidatar-se a PR, contra a vontade até dos seus amigos e familiares. Numa época em que a política é inundada de gente sem qualidades, Soares é um exemplo. Fui a maior das críticas da Fundação Mário Soares, ainda em vida. Não é porque na morte toda a gente é boa mas porque é merecido. Abomino as destilações viscerais de muita gente com pouco o que fazer no anonimato das redes sociais.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Mário Soares, o visionário

Este senhor foi o mesmo que há uns anos, sem qualquer noção do ridículo se auto-proclamou candidato presidencial do seu partido contra o outro camarada, Manuel Alegre. Nesse ano teve uma derrota que o devia ter enchido de vergonha.... Mas pelos vistos não... 
E há ainda quem lhe dê tempo de antena. Nunca simpatizei com este homem. Ainda me lembro nitidamente, apesar da minha memória ser semelhante à de um peixe, da campanha presidencial Soares vs Freitas do Amaral. Andava na primária e ouvia “Soares é fixe”. O que me irrita nele é que viveu a vida toda à custa da política, foi o Presidente português que mais viagens fez. Depois, segundo as biografias mais ou menos autorizadas, descrevem-no como um bon vivant e um homem de várias mulheres. Para além de lhe ficar muito bem, como homem de família, dá uma credibilidade desgraçada ao seu conceituado casamento com a Maria Barroso. Depois o tão badalado acidente do filho, que fez a sua mulher reconverter-se ao catolicismo, nunca se soube muito. Nunca se explorou essas ambíguas relações com Angola e se isso tinha alguma relação directa com o seu enriquecimento pessoal. Não percebo também, como a sua própria Fundação, que só serve para os seus proveitos pessoais e para o da família próxima, continua com o apoio do governo português. Foram tão céleres a extinguir a Fundação Paula Rego mas continuam a patrocinar a Fundação Mário Soares...

Este senhor, de fraca memória, deve ter-se esquecido que foi o governo dele nos anos 80 que pediu ajuda externa para Portugal não cair na banca rota. E foi 20 anos depois, o mesmo partido a que ele pertence, que voltou a pedir ajuda financeira. O que me deixa boquiaberta não é a entrevista, mas onde esta foi publicada, num dos mais importantes jornais brasileiros. Este senhor mostra que vergonha na cara é coisa que ele não tem. Uma das coisas que ele afirma é que “Nunca houve tanto desemprego, tanta pobreza, tanta miséria ..”. Este senhor sabe por acaso o que é pobreza e miséria? Ou reparte a sua fortuna pessoal com alguém? Ou a sua fundação é mecenas de alguém??

Mais à frente tem a brilhante afirmação “Eu sou partidário da tese da Argentina e também do Brasil que quando estavam nessa situação disseram: 'nós não pagamos'....”. Este senhor está bom da cabeça? Não pagamos??? Isso é solução? O partido do qual ele faz parte assinou um memorando e agora quer recusar a pagar??

Mais pérolas: “O Serviço Nacional de Saúde quase desapareceu, há gente que não vai aos hospitais porque não tem dinheiro para pagar [as contrapartidas cobradas conforme procedimento]. As universidades, como as de Lisboa, do Porto, de Coimbra, Aveiro e do Minho, que eram reconhecidas pelo nível internacional, hoje não têm dinheiro. Os professores são obrigados a sair e a emigrar”. Este senhor esquece-se de dizer que independentemente de se ser um milionário ou um indigente, caso se necessite em Portugal de assistência médica, paga-se 20 euros por uma consulta e necessários exames complementares de diagnóstico. Também se esqueceu de dizer que o atendimento num Centro de Saúde não ultrapassa os 5 euros. Este senhor já experimentou o sistema de saúde brasileiro ou americano, que quem é pobre morre mesmo?! Deduzo pelas palavras deste senhor, que as universidades públicas que ele cita que são instituições credíveis e de reputação internacional, deixaram de o ser por causa da crise...?

Mais à frente afirma: “Um dos grandes objectivos da Revolução de 25 de abril foi descolonizar...”. A história ainda vai mostrar como a descolonização foi tão bem feita...
Para quem tiver curiosidade, aqui fica o link da entrevista

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