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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Quando os sobrinhos acham que têm a cadela mais bonita do mundo

Chego ao carro. Entro para o banco de trás, onde seguem os meus sobrinhos, e eu espremida entre ele no lugar do meio. Beijinho num e beijinho no outro, reparo que o mais velho está triste. Pergunto-lhe o que se passa.Responde-me, todo fungoso, que a Bu não ganhou o prémio (fiquei sem entender se era prémio de habilidades ou beleza...). Durante a tarde tinham ido a uma "Cãominhada", uma caminhada solidária com cães que visava recolher ração para uma associação. Uma das actividades seria um concurso, que não cheguei a perceber o tipo. Choroso, o mais velho, continuou a explicar detalhadamente que a Bu não fez nada do que ele lhe pediu (mas que faz sempre). Não deu a patinha, não lambeu, não deitou, não sentou e não deu a barriguinha. Nada. Niente. Zero. E eu tentei explicar-lhe que a Bu não é uma cadela de circo. Que a função dela não é exibir os seus dotes artísticos mas ser feliz. Na linguagem mais simples tentei dizer-lhe que os cães, tal como nós, têm vontades e que, muitas vezes, só fazem o que lhes apetece. Provavelmente, viu muita gente e ficou inibida. Petrificou. E por mais que o dono pequeno (que ela adora) lhe pedisse e lhe implorasse, ela não se mexeu. Disse-me também que não ganhou o prémio de mais bonita. Perguntava-me ele como é que isso era possível? O que para ele não existe qualquer dúvida, mas apenas, uma certeza. O amor dos pequenos por ela é tão grande que lhes tolhe o juízo!

Pois bem, vou fazer a analogia com a história da coruja que ouço desde criança contada pela minha mãe. Era uma vez uma mãe coruja que precisava de ir arranjar comida para os filhos e pediu/avisou os predadores que não os comessem. Nas palavras da mãe-coruja "eram muito bonitos" quando questionada sobre a aparência deles. Quando os predadores chegaram, viram criaturas tão feias que não hesitaram em come-las de tão feios que eram. Moral da história: "Quem feio ama,bonito lhe parece".


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

O dia que a Bu fugiu

Nunca imaginei um dia assim. Vivo por antecipação muitos dos dias da minha vida. Imagino cenários, antecipo situações, sofro por antecipação, sonho alegria e tristezas, imagino conversas, tento o simples tão difícil. Mas nunca imaginei que a Bu um dia fugisse. Era uma sexta à tarde e ligaram-me. Fiquei parada sem reacção. Não sabia o que fazer. Não sabia por onde começar. Liguei primeiro para uma amiga e para o meu irmão. Ficaram os dois como a noite. Liguei para um vizinho meu que tem duas cadelas para me aconselhar. A Bu fugiu porque é uma medricas. Estava a passear sem trela e ouviu um barulho grande e fugiu com o medo. Desorientou-se. A bem da verdade, ela nunca é orientada. O tempo que demorou a chegar a Braga foi uma eternidade. Preparei-me psicologicamente para que o pior tivesse acontecido ou fosse acontecer. O meu medo não era que a roubassem ou que se perdesse porque ela tem chip e uma placa com o nome dela é com o meu telemóvel. O meu receio é que fosse atropelada. Com uma rua cheia de trânsito à frente de casa nunca imaginei um bom cenário. Quando cheguei a casa comecei por procurar o Poeta e pedir-lhe que a procurasse e espalhar a notícia. Depois fui à pastelaria. Estava tudo em alerta. Depois fui procurá-la a pé a chamar pelo nome dela. Quando achei que a vi, avistei- a ao longe. Uma coisa pequena a andar junto ao rio. Comecei a gritar o nome dela. E ela imediatamente parou. Não correu, não andou, simplesmente parou. Rodava a cabeça sem sair do lugar. E quando cheguei ao pé dela ela não reagiu com a euforia e o barulho de sempre. A excitação era muita mas não se ouvia apenas se via. Desde esse dia que reparo que está muito mais atenta e que não foge. Desde esse dia que não mais a passeei sem trela.



domingo, 15 de dezembro de 2013

O fim de semana ideal

Fui buscar os meus sobrinhos a casa da mãe na sexta. Estava com a S. Os meus sobrinhos adoram o meu carro. E toda a conversa a caminho de Braga foi à volta disso. A S. conheceu-os nesse dia. Fartou-se de rir com eles principalmente quando o meu afilhado lhe disse:
-Gosto de tudo de carros, de chaves de carros e de lavar carros!

Quando chegamos a casa dos meus pais, o meu irmão já tinha ido buscar a Bu. Os meus sobrinhos deliram com a Bu. E o mundo para a Bu pára quando vê os meus sobrinhos. Pediram para ficar com ela. E eu não tive como não deixar porque ela é uma vendida e troca-me, sem nenhuma dificuldade, por eles.

Ontem, os meus sobrinhos foram passear com o meu irmão pelo centro e encontraram muitos amigos. Quando chegou a vez de andarem no comboio de Natal, o motorista não queria deixar a Bu entrar. Ao que o meu irmão lhe disse:
-Ou entramos todos ou não entra ninguém.
Perante este cenário, o motorista não teve outro remédio a não ser autorizar a Bu entrar...
Quando chegou a hora do conto na Centésima Página, o meu irmão teve que levar-me a Bu a casa porque, aí sim, não tinha hipótese de entrar. O meu afilhado, perante este cenário, já não queria ir à hora do conto. Queria ficar em casa comigo e com a Bu. Lá tive que entrar no carro e ir com eles. O meu irmão ficou com a Bu a passear nos jardins da Avenida Central e eu fui com os meus sobrinhos à livraria. Chegamos atrasados, como quase sempre, e o conto tinha terminado. Mas ainda chegamos a tempo de uma actividade. As crianças todas sentadas num tapete a construir uma colagem de um anjo de Natal.

O K. é uma simpatia. Mal chegou, entrou no meio da roda de meninos, sem qualquer receio. Sem ninguém lhe perguntar nada disse, em voz alta, o nome dele, que tinha uma cadela que se chamava Bu, e ainda apontou para trás para mostrar a titi e o irmão. O meu afilhado é o oposto. Não se quis sentar junto aos meninos se eu não estivesse com ele. É um anti-social como a madrinha. Para ele uma dezena de meninos é uma multidão. Passamos o resto do tempo a colar o anjo de Natal e o meu afilhado ainda desenhou a cara. Quando os meninos todos sairam fiquei eu, o K., o afilhado e ainda um pai com um filho com uns 9 meses. Os meus sobrinhos adoram bebés. E o introvertido do meu afilhado perdeu a vergonha com o pai do menino que se chamava Vasco.
- o meu avô chama-se Vasco - disse o afilhado
- E tenho uma cadela que se chama Bu e que faz muitas asneiras. Fez cocó no sofá da avó e roeu o tlm da titi, até comeu a tampa!
O pai do Vasco só se ria e o Vasco saltava enquanto o pai o segurava debaixo dos braços. O meu afilhado ainda teve coragem para mais uma coisa:
- Posso pegar no Vasquinho?
E o Vasquinho lá andou, com a ajuda do pai, entre os colos o K. e afilhado.

Depois de jantarmos na casa dos avós fomos para casa. Queriam ver o aviões mas por problemas técnicos acabaram a ver montagem de legos no tablet. Eu no meio, e os dois homens da minha vida, um de cada lado. Eu, que costumo ser uma friorenta, parecia estar nos trópicos, tal era o calor! Quando o afilhado adormeceu, o pai veio buscá-lo para a cama dele. A Bu, ignorando quem é a dona e quem a salvou de um futuro que não parecia muito risonho, trocou-me facilmente para ir dormir no quarto do afilhado. Ainda fui chamar por ela mas ignorou-me completamente. Acabei a dormir com o K. que é um verdadeiro aquecedor mas que, felizmente, não ressona. Adormeci tarde, como sempre, depois de muito ler.

Sei que o toque de alvorada foi pouco depois das 7 porque tenho uma vaga memória de ter ouvido, ao longe, o meu afilhado e o meu irmão a tomarem o pequeno-almoço. Eu continuei a dormir acompanhada pelo mais velho que dormia ocupando quase a cama toda.... e eu sem reclamar. Por volta das 11 acordamos com a Bu a saltar para cima de nós.

Fomos almoçar com os avós e à tarde os meus sobrinhos foram ao cinema com o pai ver "Frozen". Nem preciso descrever a cena da Bu de cada vez que os meninos se vão embora. Dá dó! Chora, soluça, uiva, raspa as patas na porta... nunca vi devoção maior.

copyright: Centésima Página

copyright: Centésima Página

copyright: Centésima Página

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A destruição

A Bu, que está quase a tornar-se adulta, faz cada vez mais asneiras. Quem a vê pessoalmente, à primeira vista, é inofensiva e tem um ar muito meigo e doce. O problema da Bu são os vícios. Meias, ténis, chinelos, peluches, pão, rolos de papel, fotografias, bolas de ténis só, para escrever alguns. Todas as meias que encontra leva-as para a cama. Não lhes encontro encontro estragos, ainda não percebi o que faz com elas...Nos ténis interessa-lhe particularmente os atacadores. Os peluches é um misto de os trincar com cheirar, mas a verdade é que não os destrói, só lhes arranja uns defeitos. Fotografias e bolas de ténis é para roer até não sobrar nada. A porta da casa de banho nunca pode ficar aberta porque a Bu adora desenrolar o papel higiénico e fantasiar-se! A Bu não é grande apreciadora da comida seca que lhe sirvo diariamente. Acho que só a come quando não aguenta mais a fome. O que ela delira é com pão.


Mas o inimaginável aconteceu no domingo! Por vezes, deixo o telemóvel a carregar em cima do balcão, na cozinha. Foi o que fiz no domingo de manhã. Só que o problema é que, em vez, de o desligar quando acabei de tomar o pequeno almoço, deixei-o todo o dia. O fio do carregador devia estar a cair ligeiramente. Imagino que a Bu olhasse para o fio e desafiou o seu físico para tentar alcançá-lo. Devia ter sido isso que fez. Quando cheguei a casa à noite não reparei que o telemóvel não estava no sítio que o tinha deixado... Quando me baixei para ver o que estava no chão, no meio de várias coisas destruídas, encontrei o meu BB!! Estava irreconhecível... Respirei fundo e não me descontrolei. Percebi que funcionava... contentei-me com pouco... E a Bu olhava-me com aquele ar tão terno dela...













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