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segunda-feira, 11 de março de 2013

Dia 6 e 7 na Grande Maçã


Um destes dias à noite, à ida para casa do F., depois da ópera, fomos a uma capela no Columbia Medical Center que está fechada para obras. É enorme, mais parece uma igreja, embora seja sem religião. Estava cheia de pó das obras e tinha um piano que o F. já experimentara. Fomos para lá. Parecia daqueles filmes de suspense, meia-luz, silêncio total, ecos, parecia que a qualquer momento alguém haveria de entrar...Cena mesmo de filme. O F. a tocar piano, uma capela fechada, no silêncio absoluto, que para lá da porta eram os corredores do hospital...Depois subimos ao coro, iluminados pela luz do tlm do F., onde estava um orgão estragado mas q o F. conseguiu tirar algum som. E depois... tocou duas vezes os sinos!!!! Quando os ouvi tocar lembrei-me imediatamente da paranóia do meu sobrinho mais velho pelos sinos (que depois contagiou o mais novo). Durante algum tempo achei que eles tinham um problema. Mal o mais novo andava e falava mas era vê-los a discutir sinos, principalmente de Braga, tons e cores. Coleccionavam todo o tipo de sinos. Inclusive os meus pais trouxeram de NY e Washington umas pequenas réplicas. Até têm sinos com galos de Barcelos! Existem uns vídeos do mais novo, que mal se equilibra das pernas, mas que já domina o tom dos sinos “tim-tão, tim-tão”!!! O mais velhos, outra vez, comeu todos os sinos de chocolate existentes na árvore de Natal e deixou lá os papéis. Agora o vício é outro: tudo o que tenha Cars 2! E parece que é uma moda mundial. Na FAO Schwartz e Toys’r’us era ver pais, avós e crianças, todos à procura do mesmo.
Estes dois dias foam também dedicados às compras. Sentada num Pret à Manger perto do WTC avisto o já mais alto edifício de NY. Não pára de crescer. Em frente tenho um “buraco” entre prédios revestido pelos nomes de muitas cidades do mundo.



No dia seguinte mais compras. Uma ida a West Village, outro mundo. Almoço no Fish. Seis ostras, um copo de Merlot e uma sopa de peixe. Vou arrefecer para a montra exterior da Book Book, onde se encontram verdadeiras pechinchas. Uma livraria pequena na Bleecker street que era conhecida como “Biography Bookshop”. Quando a cara e as mãos já não aguentam entra-se e encontra-se outras tantas perdições. Por cada livro que se compra colocam um marcador. Sigo pela Bleecker em direcção à W 11th street. Entro na Bookmarc onde se encontra sempre excelentes livros de arte, mesmo em frente tem uma Magnolia, que hoje pela hora ou por ser dia de semana não tem fila de turistas. Mesmo ao lado entro na Marc Jacobs e invisto na prenda da minha afilhada. Como não podia deixar de ser, vou ao 11thstreet Cafe. Tem excelentes omeletes de cebola e coentros e tem wireless. Passei muitas horas a escrever aqui e só boas memórias. Uma passagem rápida por Times Square, entra-se num Starbucks para aquecer... Segue-se para jantar ramen na Broadway com a 125, perto do Main Campus de Columbia, Jin Ramen Noodle Bar. Que bom! Sake é que não é comigo, nem quente nem frio!









quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A imperdível rota dos escritores em NYC


Uma das perguntas que se coloca é qual a razão de Manhattan não ter a vida e a boémia literária de outros tempos? Um dos possíveis diagnósticos é o da proibição de fumar nesses locais boémios. Outro dos diagnósticos, embora eu discorde, parece ser a internet. Acho que se vê  muitos escritores nas mesas dos cafés a trabalhar e a procurar a inspiração de uma massa. Há quem diga que a paixão que uma determinada geração nutria pela poesia e ficção foi canalizada para a comida, fazer pickles, chocolate ou cerveja. Hoje os interesses são outros.

Outra das coisas que foi dita, e com a qual concordo, é que hoje os escritores não estão nos bares a beber até morrer, como Dylan Thomas, mas em cafés. Muitos explicam também que a cena literária mudou-se para Brooklyn porque as rendas são bem mais baratas. Por mais que me expliquem e me apresentem razões que morar em Brooklyn é que é, e que ser hipster é que é, e que aquele lado do rio é que está na moda, não me convence. Para mim, Manhattan é Manhattan e ponto.

No "Café Loup" ainda se encontram muitos editores, académicos e escritores. Nos finais dos anos 90, Susan Sontag e Paul Auster eram dos frequentadores habituais.

Muitas das livrarias de Manhattan têm fechado, mas muitos hotéis inspirados em livros têm aberto. Um deles é o “The library Hotel" na Madison, não muito longe da New York Punlic Library na 5ª Avenida e Bryant Park. Este hotel tem almofadas com a seguinte frase: “Book Lovers Never Go to Bed Alone.” Aquelas etiquetas que se colocam nas portas dos quartos para que sejam arrumados ou não se ser incomodado têm a frase: “Please dust off my books.” Uma das razões para se passar algumas horas na "New York Public Library": a loja da biblioteca tem dos melhores presentes relacionados com leitura e livros. Porque é que eu nunca entrei na loja???

O "The Plaza" no Central Park foi onde Truman Capote fez a sua festa “Black and White Ball” em 1966 e onde F. Scott Fittgerald colocou partes no “The Great Gatsby”. Tennessee Williams viveu no último andar do Hotel Elysée em Midtown. Há ainda o mítico Chelsea Hotel onde toda a gente desde Charles Bukowski, Leonard Cohen até Patti Smith por lá ficaram.Arthur C. Clarke escreveu “2001: A Space Odyssey” no Chelsea Hotel.

Em Chelsea, “192 Books”, uma das livrarias que mais frequentei até já  escrevi um post. Fazem muitas leituras com escritores consagrados.  Não é muito grande e tem uma pequena mas brilhante selecção de ficção e não-ficção Para mim esta livraria é adorável.

Há tantas e tão boas livrarias em Manhattan: “Book Book”, também conhecida por ser a antiga livraria das biografias, uma livraria muito pequenina na Bleecker St. repleta de bons livros e alguns em saldo.

A “Book Culture” em Morningside Heights na 112 st com a Broadway. Uma livraria que me faz lembrar a Centésima Página. Cheia de fotos de escritores. Com dois andares, onde as pessoas percebem de livros e sabem aconselhar, onde há cadeirões para nos sentarmos a ler. Passei horas e horas no inverno de NYC nesta livraria por ser muito perto das casas onde morei

Imperdível também a “McNally Jackson" no Soho ou NoLiTa também espectacular. Tem um café e uma loja. Mais do que livros, tem clubes de leitura, apresentações de livros, leituras e muitos eventos.

A St. Marks Bookshop” é uma livraria independente  no Lower East Side, logo, uma zona da cidade que não frequentava muito, só mesmo à noite. Aqui a selecção de livros é excelente, é um edifício renovado, moderno, espaçoso. Tem uma selecção óptima de de revistas literárias e jornais estrangeiros . Vale a pena a visita.

A “Strand” em Union Square, pela localização, pelas pessoas que a frequentam, pelo ambiente da zona , não sei explicar...para mim é um achado. É gigantesca, a sua frase mais conhecida é: “18 Miles of Books.” Na parte exterior tem dezenas de carrinhos com livros de $1 a $5. Encontrei grandes livros no meio destes milhares. Depois, no interior vende-se de tudo dos mais pop, aos tops, a usados, a revistas de especialidade, todos os souvenirs da strand. Tem também no andar superior uma secção de livros antigos, de verdadeiras preciosidades e onde se fazem as leituras e apresentações de livros. Mas o andar inferior é o que mais gosto. Tem sempre imensos livros e CDs a bons preços. Nunca vim de lá a não ser carregada
Há também um novo restaurante e cocktail lounge, Dalloway, na Broome Street- SoHo, ao qual nunca fui. Diz-se que está impregnado com o Espírito de Virginia Woolf. Dizem que é um espaço adorável, com grandes velas, com uma clientela “girl bar scene” (as donas são lésbicas assumidas). Se assim é o restauranet só pode ser bom e de bom gosto.

"The White Horse Tavern", em West Village, também já escrevi um post específico, é uma instituição. Foi onde Dylan Thomas bebeu até morrer, Anaïs Nin e Seymour Krim conversavam e onde alguém um dia rabiscou na parede da casa de banho: “Go home, Kerouac!” durante os anos em que o escritor da geração Beat bebia lá. Vale a pena a visita mas o atendimento é péssimo. Na esplanada pode apreciar-se as vistas e ver por ex a Julianne Moore ou a Natalie Portman.

Acho que já estive no “McSorley’s Old Ale House” em East Village com a C. no St Patrick’s Day. É o mais antigo bar irlandês de Manhattan, meados do séc. XIX. Nos seus frequentadores incluem-se visitors Abraham Lincoln.

Texto inspirado no artigo “A Critic’s Tour of Literary Manhattan” do do crítico literário DWIGHT GARNER.

Credits“The New York Times” 

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