Há algum tempo tinha visto no site de Columbia bilhetes para o concerto da Riverside Symphony no Lincoln Center. O que eu queria mesmo ver era a New York Philarmonic, mas os preços para este concerto a metade do preço num bom lugar da sala do Alice Tully Hall, Starr Theater, prometiam valer a pena. Cheguei em cima da hora, como sempre, mas a atravessar uma das ruas do Lincoln Center pareceu-me ouvir uma voz conhecida, um verdadeiro vozeirão de homem, mas quando olho para saber quem era vi um homem vestido de mulher a fumar. Olhei melhor e percebi quem era: o Antony (the johnsons). Vou à bilheteira a correr levantar o meu billhete, entro na sala e percebo que o meu lugar era um lugar espectacular. Mesmo no centro próximo do palco. Percebo imediatamente que tenho que pedir para metade da fila se levantar...Quando avisto o único lugar vazio vejo que ao meu lado estã não mais do que um gordo, ou melhor, um obeso daqueles mesmo obesos e ocupava a minha cadeira. Sento-me e percebo o quão espremida vou ficar nas próximas horas. Respirei fundo, afinal estava pela primeira vez naquela sala, num bom lugar, tinha que aproveitar. Não se pode ter sorte em tudo. Respiro fundo, ponho os óculos, começo a ver o programa que me tinham dado na entrada. Afinal não estava assim tão atrasada. Levanto os olhos para ver a orquestra e quem está imediatamente à minha frente: Cynthia Nixon com a mulher (sim, porque cheguei a casa e fui ao Google informar-me e vi que se tinha casado no domingo) e mais um miúdo que devia ser o filho. Ela assistiu a todo o espectáculo da Riverside Symphony que tocou HAUSE "The Tree Without End" que também estava na plateia e foi muito aplaudido. Seguiu-se BEETHOVEN "Piano Concerto No 4 in G Major, Op.58) acompanhado pelo pianista Shai Wosner. Depois do intervalo a Cynthia Nixon foi a narradora de"The Story of Babar, the Little Elephant" (POULENC). Adorei o concerto. O que não percebi foi como tanta gente dorme nestes concertos. As duas senhoras ao meu lado até ressonavam e o gordo ao meu lado se esteve acordado 5 minutos foi muito. Até a cabeça lhe pendia para o lado... Provavelmente em muitos outros espectáculos as pessoas também dormem mas como é menos eluminado torna-se menos perceptível. Pronto, confesso que também adormeci na "Tosca" mas era inverno, estava numa sala quentinha, e a ópera demorou perto de quatro horas...
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quinta-feira, 7 de junho de 2012
sábado, 28 de janeiro de 2012
Antony and the Jonhsons: SWANLIGHTS Performance
Eu sou o que se chama “ignorante” quando o assunto é
música. Quase não oiço música. E a pouca música que oiço é quase sempre a mesma
há muitos anos. De vez em quando, muito raramente, lá oiço qualquer coisa nova que
me mostram e adiciono à minha lista. Não consigo fazer nada, que exija concentração, com música. Nunca fiz parte dessa percentagem de pessoas que
conseguia estudar com música, ou escrever, ou adormecer... A única altura em
que oiço música é quando conduzo (e muito pouca, porque normalmente prefiro
ouvir notícias), ou quando corro (também, infelizmente, muito raramente), e
deixei de o fazer enquanto andava de metro (já não o faço mais porque aprendi a
não ficar enjoada enquanto leio).
Tudo isto para dizer que fui ver o Antony Hegarty (mais conhecido como Antony and The Johnsons) ao Radio Music City Hall. Gostei desde sempre da voz dele. Quando soube que ia fazer uma performance única em NYC com o patrocínio do MoMa quis desde logo ir. O espectáculo chamou-se “Swanlights”. O Antony tocou com uma orquestra a que ele chamou “The Jonhsons New York Orquestra” e apareceu vestido com uma espécie de túnica branca, uma mistura de vestido de diva e a túnica de Jesus, quase sempre sozinho no centro do enorme palco. O cenário estava lindíssimo. Tinha um mobile gigante que mudava de cor durante o espectáculo, havia vários jogos de luzes e lazers. Durante a maior parte da performance não se viu a orquestra e mais para o fim uma das cortinas subiu e mostrou a orquestra que estava no fundo do palco. Ele escolheu as canções mais contemplativas. Ao contrário do que é habitual, o público manteve-se extremamente calado, como o espectáculo exigia, aplaudindo apenas entusiasticamente no fim de cada música. Foi um concerto coeso, concentrado, pequeno...curto, como a vida. E ainda mostrou que o pop, para além de ser uma corrente muito forte na arte, pode transformar-se em poesia, quando o assunto é música. Antony fez da música da Beyoncé “Crazy in love” parecer um poema: “Got me hoping you’ll save me right now”.
Após a última música, ele abandonou o palco e as cortinas fecharam-se. O público bem insistiu durante uns cinco minutos para que voltasse... Como anti-pop que é, não usou o vulgar truque do encore, e não voltou.
Tudo isto para dizer que fui ver o Antony Hegarty (mais conhecido como Antony and The Johnsons) ao Radio Music City Hall. Gostei desde sempre da voz dele. Quando soube que ia fazer uma performance única em NYC com o patrocínio do MoMa quis desde logo ir. O espectáculo chamou-se “Swanlights”. O Antony tocou com uma orquestra a que ele chamou “The Jonhsons New York Orquestra” e apareceu vestido com uma espécie de túnica branca, uma mistura de vestido de diva e a túnica de Jesus, quase sempre sozinho no centro do enorme palco. O cenário estava lindíssimo. Tinha um mobile gigante que mudava de cor durante o espectáculo, havia vários jogos de luzes e lazers. Durante a maior parte da performance não se viu a orquestra e mais para o fim uma das cortinas subiu e mostrou a orquestra que estava no fundo do palco. Ele escolheu as canções mais contemplativas. Ao contrário do que é habitual, o público manteve-se extremamente calado, como o espectáculo exigia, aplaudindo apenas entusiasticamente no fim de cada música. Foi um concerto coeso, concentrado, pequeno...curto, como a vida. E ainda mostrou que o pop, para além de ser uma corrente muito forte na arte, pode transformar-se em poesia, quando o assunto é música. Antony fez da música da Beyoncé “Crazy in love” parecer um poema: “Got me hoping you’ll save me right now”.
Após a última música, ele abandonou o palco e as cortinas fecharam-se. O público bem insistiu durante uns cinco minutos para que voltasse... Como anti-pop que é, não usou o vulgar truque do encore, e não voltou.
Foi mágico! Visualmente
inesquecível! Estou comovida com o Antony, com o som, com a orquestra, e as
instalações. Isto só podia ter acontecido em NYC, a cidade onde tudo acontece! Tantas tribos, tão
diferentes. Nunca me senti tanto em NYC como nesse dia..
Photo By Neide Vieira
Photo By Neide Vieira
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