segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Quem perdeu foi o Brasil

Nunca morri de amores pelo PT, pelo fenómeno "Lula", nem pela "presidenta" Dilma. Contudo, concordo que nos últimos 3 mandatos PT, muita gente saiu do limiar da pobreza extrema e a classe média cresceu no Brasil. Falta saber a que preço. E quanto tempo irá durar. Acho que 3 mandatos do mesmo partido no poder só criam maus vícios. O que deixou o Brasil a optar pelo "mal menor" foi o Aécio. Faço minhas as palavras do Benjamin Moser (autor da biografia de Clarice Lispector e talvez o americano que melhor fala do Brasil): "o Aécio com sua cocaína, sua atitude de filho-de-coronel, suas falas, nos Estados Unidos, que a mulher brasileira só vai à praia e faz compras, sabe o que eu vejo? George W. Bush, edição tropical".

Os pobres no Brasil

Grande texto. As desigualdades gritantes do Brasil aos olhos do mundo: «No Brasil, pobre não tem direito a artigo nem plural. Só "pobre (...) Os privilegiados e os "fudidos", como por vezes se escreve no Brasil, uma vez que há aqueles que nem merecem a vogal certa. (..) mesmo a vida dos que deixaram de ser oficialmente pobres continua impedida pelo descaso das autoridades e pela estrutura de castas. Horas de martírio para ir de casa para o emprego, medíocre prestação do Estado na saúde e educação, corrupção, favoritismo, discriminação, desamparo e muito pouca mobilidade social». Felizmente, Portugal apesar da crise e apesar do crescimento da pobreza infantil não tem este tipo de diferença social e de estigma. Espero que este tipo de (in)diferença nunca chegue cá. O texto completo escrito pelo Hugo Gonçalves no DN: 

"No Brasil ser pobre é ter o destino traçado na palma da mão, um estigma quase sempre vitalício. No Brasil, pobre não tem direito a artigo nem plural. Só "pobre". Um dia disseram-me: "Não vou na praia, está cheia de pobre." Pobre é desdentado. Mesmo o astro literário Nelson Rodrigues - que vestia o mesmo casaco puído dias a fio e que tinha mil trabalhos para pagar as contas - não conservava um dente na boca antes dos 40. Mas os pobres - mesmo pobres - que não mudaram a dramaturgia do Brasil como Rodrigues, sempre foram desdentados perpétuos sem esperanças de glória ou justiça, párias cujo desmerecimento e a exclusão vão muito além da falta de dentes.
"Pereba, você não tem dentes, é vesgo, preto e pobre, você acha que as madames vão dar pra você? Ô Pereba, o máximo que você pode fazer é tocar uma", diz uma personagem em Feliz Ano Novo, de Rubem Fonseca.
Pobre é preto - mesmo quando é branco. Pobre vale menos. Às vezes vale nada. A escritora americana Julia Michaels, com 30 anos de Brasil, escreveu que uma mulher fofocava com as amigas sobre o namoro da sua empregada e, quando perguntaram se a empregada era bonita, a patroa respondeu: "Para eles é." Nós e eles. Quem manda e quem obedece. Os privilegiados e os "fudidos", como por vezes se escreve no Brasil, uma vez que há aqueles que nem merecem a vogal certa.

Questionei uma amiga sobre o motivo de alguns anúncios de TV terem o som bastante mais alto do que os restantes. "Porque é anúncio para pobre." Pobre viaja esmagado em ônibus sem ar condicionado. Pobre morre porque o médico não apareceu no hospital. Pobre não vale um tostão furado para a polícia. Pobre causa mais repulsa do que compaixão. Pobre diz, sobre o vereador, o prefeito, o pastor: "Ele rouba, mas faz", uma subversão a condescender porque, por norma, nunca ninguém faz nada pelo pobre.
Os norte-americanos têm nigger, kike, spick, chink, guinea, tudo epítetos raciais. Em Espanha chamam sudacas aos sul-americanos (certo dia vi uma porrada no metro de Madrid e alguém gritava "Soy argentino, no soy sudaca"). Já ouvi chamar "o preto", "o gordo", "o cigano", "o anão", "o mongoloide", mas nunca, como no Brasil, ouvira "pobre" como uma designação tão depreciativa e amplamente usada - um chega para lá social, a arrogância de quem se acha escolhido em oposição à subserviência de quem, desde sempre, baixa a cabeça e se cala.
Caco Antibes, personagem da sitcom brasileira Sai de Baixo, ficou famoso por ter "horror a pobre" e pelos aforismos: "Pobre precisa entender que só passeia no shopping de Havaiana quem é rico." Presumível caricatura de ficção, Caco Antibes tem muitos sucedâneos na vida real.

Pobre faz parte do imaginário do Brasil como o boteco, o arroz com feijão ou Carinhoso, de Pixinguinha. A designação "pobre", para definir um grupo de milhões - mesmo os que não são pobres -, diz muito sobre o teimoso legado da escravidão e as conservadoras e pouco lubrificadas estruturas sociais neste país.
O Brasil já não é, de facto, desdentado. Antes pelo contrário, a democratização dos aparelhos odontológicos faz que hoje a maioria - até "pobre" - tenha a brancura dental das estrelas de Hollywood. Há mais gente na universidade, menos a passar fome, muitas famílias podem agora ter algum conforto, manter os filhos na escola, aspirar a mais do que subsistir da mão para a boca.

Mas mesmo a vida dos que deixaram de ser oficialmente pobres continua impedida pelo descaso das autoridades e pela estrutura de castas. Horas de martírio para ir de casa para o emprego, medíocre prestação do Estado na saúde e educação, corrupção, favoritismo, discriminação, desamparo e muito pouca mobilidade social. Ser pobre não é apenas uma designação do governo federal - aqueles com menos de 25 euros de rendimento mensal. É também uma sina e uma opressão.

Encontrei o porteiro do meu prédio, que deveria estar de férias, a lavar um carro no parque de estacionamento às sete da manhã. Perguntei--lhe o que fazia ali. "O coroa vai viajar e pediu para eu lavar o carro dele." O porteiro tinha vindo de propósito de São Gonçalo (longe para burro), de madrugada, interrompendo as férias, para obedecer ao pedido (à ordem) de um inquilino. Quando me indignei, ele não pareceu especialmente vingado. "Faz parte", disse-me - a ordem natural das coisas como ele sempre as conheceu e que se perpetua ainda, apesar do aumento dos rendimentos dos pobres.

Milhões podem ter saído oficialmente da pobreza. Mas no Brasil, que por vezes parece o país dos coronéis, ser pobre ainda continua a ser uma má sina para a vida inteira - mesmo que se tenham os dentes todos".

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Saga lisboeta: tuk tuks e taxistas

Chego a Lisboa à tarde. Santa Apolónia. Há muito não frequento esta zona, desde que me cansei de noites muito longas no Lux. A última vez que vim para estes lados fui ao Bica no Sapato. Ficou a memória do único vinho do Douro que bebo: Graínha. De resto, nada de especial. Sol, como sempre. Fila enorme para os táxis. Os passageiros acomodam-se exemplarmente em fila indiana. Os táxis, a desordem do costume, filas de duas faixas. Avisto dois cruzeiros enormes. Sigo para Alcântara. Reparo que de um lado e outro, mais atrás e mais à frente, a nova moda dos tuk tuk. Assusto-me com a velocidade que atingem. Arrepio-me com a velocidade que fazem as curvas. Imagino a falta de segurança que aquilo deve ter. Comento com o taxista. Questiono-me sobre o que faz os turistas trocarem um táxi por uma pena. O meu cérebro não pára de processar um possível toque de um carro. Tento pensar noutra coisa. Chego a tempo de ir à apresentação do livro do Saramago, que dele tem apenas dezenas de páginas, mas os bilhetes estão esgotados. Sigo para o hotel. Chego ao quarto e tenho uma vista fantástica para o rio, que para mim, é o mais bonito do mundo. Não parece um rio, parece um mar. O Mississipi, visto de Memphis, foi para mim uma desilusão. Este Tejo, continua até hoje, a lembrar-me a descoberta de novos mundos. O hotel manda-me como boas vindas maçãs e uma garrafa de água. Eu que não gosto de maçãs. Ando há dias com uma crise de vesícula que teima em não passar. Mas o destino parece conspirar a meu favor. As maçãs revelar-se-ão a minha salvação, já que pouco mais consigo comer.

A noite chega. Escrevo. Tenho o ar condicionado (AC) ligado, embora deteste. Por isso, espero o mínimo tempo possível para arrefecer. Desligo-o. Não sei que truque de magia fiz mas consegui fazer desaparecer o comando do AC. Como estou reduzida a poucos metros quadrados, não saí e o chão não é furado...Tenho poderes? Revisto tudo. Não o encontro. Agora, para além do esforço físico da procura, acrescento o calor tropical do quarto. Tento dormir. Não consigo. Levanto-me, uma vez mais, para fazer outra busca. Nada. Passei a noite nisto. Mal dormi. Obviamente quando deveria ter acordado, e já era bem dia, adormeci. Isto é o espelho da minha vida.

Depois do almoço sigo de táxi para Belém. Chegada aos Jerónimos comovo-me, como sempre. Não sei o que é. Os olhos ficam marejados. Felizmente, tenho óculos de sol. O que haveria o taxista pensar de mim? Reparo numa das invenções turísticas mais estúpidas que conheço, e que inundam as grandes cidades do mundo: cavalos e carroças. Neste caso, é apenas um cavalo e uma carroça. O cavalo tem a cara tapada. Viro costas porque não posso fazer nada. E penso que não posso mudar o mundo.

Dia seguinte. Outro táxi. Digno de registo. Mal entrei no táxi, percebi. O taxista, sem eu lhe pedir, conduzia para além dos limites de velocidade. Tipo bala. Resmunga com todos à volta. Para mim é simpático. Diz mal de todos. Queixa-se de tudo. Para mim é amável. Quando chegamos ao pé dos Jerónimos para virar para o CCB, estou tão distraída com o comportamento do taxista, que não reparo no cavalo. Nem tenho tempo de me emocionar com os Jerónimos. Uma parte de mim é receio e a outra é riso (escondido). Azar dos azares, aparece um tuk tuk à frente. Não podia ser pior. O taxista espuma-se. Quando ultrapassa o tuk tuk, a coitada da senhora só diz um tímido “Obrigadinha”. Palavra que disse. O taxista insultou-a de todos os nomes que envolviam filhas e alhos. Eu só queria que não sobrasse para mim. Vasculho os bolsos e rezo para ter trocos mas só encontro notas. Daquelas que não dão para ficar com o troco. Mas eu já estava por tudo. O taxista só gritava que os tuk tuk eram ilegais. Ladrões. Não passam facturas. Não pagam impostos. São um perigo. Eu estendo-lhe a nota. E o homem continua distraído com os insultos a mexer nas moedas. Eu bem lhe digo para arredondar. O táxi está mal estacionado atrás de outros. De repente: “Pum”. E eu só penso: “o mundo vai acabar”. O motorista de um conhecido político, ao sair do estacionamento, bate exactamente na minha porta. Acabou tudo. Não tenho por onde sair. Digo ao taxista que pode ficar com o troco. E ele diz-me para esperar. Sai do carro aos berros. O motorista do conhecido político só pede desculpas. “Desculpa não, vai pagar e bem!”. E insulta o homem de tudo. Eu só quero sair do táxi. Tento manter-me calma. Mas ao mesmo tempo só me apetece rir. Tudo a olhar e ninguém faz nada. O taxista entra novamente. Volta às moedas mas parece não prestar atenção. Felizmente, chega o táxi à frente. Saio. “Espere minha senhora”. “Fique com o troco”, respondo eu. E despeja toda a ira no coitado do motorista que teve o azar de não reparar no táxi. Ninguém faz nada. Eu só digo: “Vá, calma”. O motorista: “Eu pago”. O taxista: “vai pagar muito bem. Querem entrar com os carros em todo o lado”. Queria ter tido a coragem de fazer muito e mais. Acho que consegui que o taxista não chegasse a vias de facto. Virei as costas sem o troco e sem factura.


No fim da tarde, quando regresso ao hotel, vejo o cavalo. Sem a cara tapada mas com os olhos. Apetece-me fazer alguma coisa. Mas o que posso eu? No dia seguinte: o cavalo outra vez de cara tapada. Penso que deve ser legal porque com tanta polícia e tantas pessoas, alguém já se deve ter apercebido. Que vida animal é esta? Para além de amarrado não pode sequer ver o mundo? Século XXI. Escravo e cego. 








Presente no Futuro

Seguiu-se a brilhante conversa entre um dos maiores pensadores contemrâneos, Eduardo Lourenço, e uma das vozes mais bonitas de Portugal e um grande condutor de conversas, Carlos Vaz Marques.



A penúltima sessão do dia foi “Música e liberdade”. Aline Frazão, Amélia Muge, Mitó e Lura moderadas por José Carlos Araújo. Não percebo muito de música e tão pouco estou actualizada com as novas tendências. De todas estas pessoas só reconheci a Amélia Muge mas nem sequer conheço o trabalho dela. De todas, foi a que melhor falou.
Aline Frazão veio de Angola para estudar jornalismo e acabou na música. Falou de outro tipo de realidade: ter comida na mesa”. Falou da falta de democracia em Angola (esta, real). Falou de míninos necessários numa sociedade, finalmente já ultrapassados em Portugal: “comida na mesa, escola e assistência médica”.

Lura disse que para ela “a liberdade é posta ao serviço de Cabo Verde e que serve para ultrapassar a timidez e a dizer aquilo que sente em palco”.

Mitó é vocalista da A naifa. Tem uma voz poderosa mesmo sem cantar. Um corpo tão franzino e uma voz tão forte. Não a conhecia. De todas foi, talvez, a que apresentou um discurso mais radical: “nunca deixem de de pensar pela vossa cabeça nem de lutar pelos vossos direitos”. Falou da música Tourada que foi reinterpretada por ela e que descreve o ambiente político e social de 1973 que é muito semelhante ao de 2014”. Exagerada, no mínimo. A Mitó em 2014 pode fazer estas afirmações sem que nada lhe aconteça e em 1973 nem nascida devia ser, e com mais certeza ainda, não poderia fazer estas afirmações, de facto. Mas tenho a certeza que deve ser muito melhor intérprete do que comentadora política.


A última sessão do dia foi do Governo Sombra. Começaram por falar da vitória de António Costa, o Gandhi de Lisboa, como o apelidou um jornal indiano. E da sua primeira atitude enquanto líder do PS: “abster-se violentamente de citar Seguro”. Imaginaram o futuro de António José Seguro como Provedor da Santa Casa da Misericórdia. Criticaram a “maneira de ser muito plástica” de Seguro, “como se tivesse uma vassoura num sítio que os pombos são analisados na China”.

João Miguel Tavares foi indicado para Ministro do perímetro (orçamental), Pedro Mexia para Ministro da estupidez e Ricardo Araújo Pereira para Ministro das condições.
A parte que mais gostei foi quando falaram de um artista de Braga (na verdade, de Barcelos) que fez os bustos comemorativos do centenário da República. Pelo vistos, este artista, já tinha apresentado uma obra Padres, Prostitutas e Paneleiros (aka 3P’s) que mostrava “o padre a colocar as mãos nas nádegas das duas restantes entidades”.

Mesmo no final, o João Miguel Tavares, mostrou o livro com a obra completa de Machado de Assis editado pela Glaciar com a Academia Brasileira das Letras e que estará disponível em todas as bibliotecas públicas nacionais.




domingo, 5 de outubro de 2014

A liberdade constrói-se?

Ao mesmo tempo decorria "A liberdade constrói-se?". Como a "Liberdade e digital" terminou antes, sem direito a perguntas dos espectadores, corri para o Grande Auditório. Pelos 15 minutos que vi, já só apenas de perguntas, percebi o que verdadeiramente perdera. O painel era de luxo: Joana Vasconcelos, Carrilho da Graça, José Gil e Miguel Tamen. Moderados excelentemente pela sempre preparadíssima Anabela Mota Ribeiro.


sábado, 4 de outubro de 2014

Liberdade e digital: a perspectiva empresarial

3 de Outubro. O 3º Encontro Presente no Futuro da Fundação Francisco Manuel dos Santos começou, para mim, com o debate "Liberdade e digital: a perspectiva empresarial". Muito bem moderado pelo Luís Pedro Duarte (que eu não conhecia) que é o director financeiro da Accenture. O painel era constituído pela Graça Fonseca, licenciada em Direito, Mestrado e Doutoramento em Sociologia, vereadora da Câmara Municipal de Lisboa com os pelouros de Economia, Inovação, Educação e Reforma Administrativa.

Gonçalo Morais Leitão entertainer, que já fez de tudo um pouco: animador, homem-sanduíche, porteiro, publicitário, até que encontrou a profissão com que sempre sonhou depois de um curso de apresentador e começar na  Sic Radical o programa Filho da Pub.

Eugénio Apolo formado em programação, já foi professor, programador e já participou em vários projectos relacionados com internet até que chegou o momento de criar o cryptoescudo (a moeda portuguesa electrónica). Actualmente dedica a totalidade do seu tempo na gestão desta moeda virtual. Diz que a moeda electrónica pode ajudar a pagar a dívida do país. “Há quem pense que o cryptoescudo podia ser a nova moeda oficial portuguesa”. “Um cryptoescudo está a quase nada, o que é a parte interessante da coisa, só pode melhorar”. Recuso-me a fazer comentários sobre estas afirmações porque ainda vou ser acusada de difamação.

Tinha que escolher esta sessão e “A liberdade constrói-se?”. Como faço sempre más escolhas, decidi-me por esta. Só conhecia a Graça Fonseca e como foi a única que falou alguma coisa de jeito (para além do moderador), o entusiasmo e o optimismo que carrega nas palavras, já valeu a pena. Falou-se do caso de sucesso da STARTUP LISBOA (que criou 900 postos de trabalho), da qual é presidente, e que resultou de uma proposta do orçamento participativo. Foi uma das propostas mais votadas de 2009 (pelos vistos, nem sempre o povo escolhe mal). Falou que o objectivo da CML não é ser empreendedor porque esse não é o papel das entidades públicas, mas criar as condições para que as pessoas possam empreender: encontrar parceiros, espaços e sobretudo, confiança. Referiu, também, que as crises têm sempre um lado bom: “Estas são alturas em que as entidades públicas e privadas têm que reconfigurar para as ideias que estão a surgir e para pessoas que querem ousar”.  Falou-se também dos estrangeiros que a STARTUP LISBOA atrai. “os portugueses são óptimos a não gostar do que temos e os estrangeiros são óptimos a gostarem imenso do que temos”. As decisões que as pessoas tomam no que respeita a mobilidade tem a ver com a qualidade da cidade, segurança, equipamentos para os filhos, acessos fáceis e qualidade das infraestruturas. Terminou a sugerir duas coisas: 1) introduzir nas escolas a obrigatoriedade das crianças para programar nas escolas (Graças a Deus que já acabei a escolaridade obrigatória!!!); 2) jovens desempregados licenciados por ex em História e aprenderem a programar. Graça Fonseca mostrou que tem humor e soube falar claro e inteligentemente no meio de pessoas que não estavam ao nível dela.



A única coisa que o Gonçalo Morais Leitão disse de jeito foi que em época de crise é uma boa altura para se questionar tudo. Mas depois veio com a pergunta retórica de quem é que naquela sala continuava a fazer o que fazia se lhe saísse o euromilhões. No caso dele, que foi simples diga-se, descobriu o curso que tinha que fazer na net (?), contactou o Pedro Boucherie Mendes (director da Sic Radical) por email...é o que se pode chamar de “gajo com sorte”. Vamos lá todos questionar o que fazemos, não ligar para o dinheiro, tirar um curso na net e fazer uns contactos por email. Acabaríamos todos indigentes! Neste caso particular (que deve ser menor do que a prevalência de doenças raras no mundo), o digital foi a “única” forma de alcançar o sucesso. “O dinheiro é importante mas mais importante é fazer aquilo que se gosta”. 


Copyright: CML

Nota prévia

Ausente há muito. Sem tempo para quase nada. Os meus dias são passados apenas a escrever, comer e dormir (pouco). Tenho posts atrasados de NY e das férias e quero ter a esperança de publicá-los. Escrita de projectos europeus desde 15 de Agosto é a tudo o que se resume a minha pobre vida. Ah, claro, e crises de vesícula. Em pouco mais de um mês já lá vão duas. A partir de 14 de outrubro regresso em pleno. Desculpem, os que tiverem paciência, os que não...

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