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quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Dia 3 - Roma


O hotel que escolhi fica na Piazza Vittorio Emanuele. Tinha uma entrada de metro mesmo em frente e ficava a 10 minutos a pé da maior estação de Roma, Termini. O hotel era um pequeno hotel familiar, boutique, simpático, cómodo, silencioso. Mas aprendi, ou antes, confirmei que os hóteis em Itália, com a excepção das cadeias internacionais, quando se reserva um quarto individual implica (sempre) a existência de apenas uma cama individual. E como tal, também, uma só almofada. O quarto era pequeno mas não precisei de maior. Outra coisa menos boa é que a casa de banho tinha um chuveiro com cortina de banho e não com vidro. Para além disso, a tampa da sanita era de plástico. No entanto, quando cheguei tinha uma carta personalizada do director do hotel a dar as boas vindas e um convite para um aperitivo ao fim da tarde no bar.

Depois do pequeno-almoco comecei o dia em direcção à Praça de Espanha. Outro dia infernalmente quente. Domingo. Dia de sol. Outro mar de gente. Saí na paragem mais perto e soube aqui, mais do que nunca, o significado de “todos os caminhos vão dar a Roma”.  Caminhei alguns minutos até ao cimo das escadarias da Praça de Espanha. A primeira persqectiva foi vista de cima. A escadaria estava cheia de gente. Pessoalmente parece mais pequena mas, nem por isso, menos bonita. Ao redor encontram-se algumas das lojas mais exclusivas com preços que não são para toda a gente. Como as cidades também são feitas de cafés históricos, não deixo de entrar no Cafe Greco, o mais antigo café de Itália depois do Florian, em Veneza. Um cappucino e um tiramisu 24 euros. Caro, mas um paraíso, quase sem pessoas. Sem wifi. Só a temperatura certa e a decoração antiga de sofás e cadeiras em veludo cor de vinho. Uma chávena em Porcelana, um copo de água de cristal, um tiramisu que parecia caseiro. Um deleite.





Sigo a pé até à Fontana di Trevi. Muitos alfaiates que vendem fatos por medida. Ruas estreitas. Apesar de haver muito boas indicações, é impossível não seguir o caminho certo. E quando chego lá, apesar da multidão e de ser a hora mais quente do dia, no pico da tarde, não é uma desilusão. Em Roma, mais do que noutra qualquer cidade do mundo, talvez por ser aquela onde mais aglomerados de gente vi, as pessoas querem registar o momento. Os turistas não querem ver nem sentir. Não querem tentar gravar na memória. Não querem simplesmente olhar. Aquilo que antes se atribuia apenas, ou mais, aos turistas japoneses, infectou a maioria dos turistas. A maioria só fotografa, grava, regista. E outra coisa que reparei é que não é apenas registar o monumento, ou o quadro, ou a escultura, ou a pedra. É combinar o retrato com o monumento, o quadro, a escultura ou a pedra. E então, é ver centenas de pessoas a pentear-se ao o telemóvel, a fazer o seu melhor sorriso, a prestar atenção se tem algum resto de pizza do almoço ou talvez um verde da rucula nos dentes. Esta posição de colocar os cotovelos para fora é uma arma branca para os mais distraídos como eu. Perdi a conta das vezes que choquei com cotovelos em Roma. No mais, a Fontana di Trevi, é numa praça pequena, que parece fechada e pequena mas aquele azul piscina é uma maravilha de se olhar, apenas. A sombra das casas que a rodeiam invade a praça. Dizem-me que à noite é uma calmaria e ainda mais bonita. Vejo alguém a vender castanhas assadas debaixo de mais de 40 graus e não quero pensar que depois do verão será outono.







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