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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A imperdível rota dos escritores em NYC


Uma das perguntas que se coloca é qual a razão de Manhattan não ter a vida e a boémia literária de outros tempos? Um dos possíveis diagnósticos é o da proibição de fumar nesses locais boémios. Outro dos diagnósticos, embora eu discorde, parece ser a internet. Acho que se vê  muitos escritores nas mesas dos cafés a trabalhar e a procurar a inspiração de uma massa. Há quem diga que a paixão que uma determinada geração nutria pela poesia e ficção foi canalizada para a comida, fazer pickles, chocolate ou cerveja. Hoje os interesses são outros.

Outra das coisas que foi dita, e com a qual concordo, é que hoje os escritores não estão nos bares a beber até morrer, como Dylan Thomas, mas em cafés. Muitos explicam também que a cena literária mudou-se para Brooklyn porque as rendas são bem mais baratas. Por mais que me expliquem e me apresentem razões que morar em Brooklyn é que é, e que ser hipster é que é, e que aquele lado do rio é que está na moda, não me convence. Para mim, Manhattan é Manhattan e ponto.

No "Café Loup" ainda se encontram muitos editores, académicos e escritores. Nos finais dos anos 90, Susan Sontag e Paul Auster eram dos frequentadores habituais.

Muitas das livrarias de Manhattan têm fechado, mas muitos hotéis inspirados em livros têm aberto. Um deles é o “The library Hotel" na Madison, não muito longe da New York Punlic Library na 5ª Avenida e Bryant Park. Este hotel tem almofadas com a seguinte frase: “Book Lovers Never Go to Bed Alone.” Aquelas etiquetas que se colocam nas portas dos quartos para que sejam arrumados ou não se ser incomodado têm a frase: “Please dust off my books.” Uma das razões para se passar algumas horas na "New York Public Library": a loja da biblioteca tem dos melhores presentes relacionados com leitura e livros. Porque é que eu nunca entrei na loja???

O "The Plaza" no Central Park foi onde Truman Capote fez a sua festa “Black and White Ball” em 1966 e onde F. Scott Fittgerald colocou partes no “The Great Gatsby”. Tennessee Williams viveu no último andar do Hotel Elysée em Midtown. Há ainda o mítico Chelsea Hotel onde toda a gente desde Charles Bukowski, Leonard Cohen até Patti Smith por lá ficaram.Arthur C. Clarke escreveu “2001: A Space Odyssey” no Chelsea Hotel.

Em Chelsea, “192 Books”, uma das livrarias que mais frequentei até já  escrevi um post. Fazem muitas leituras com escritores consagrados.  Não é muito grande e tem uma pequena mas brilhante selecção de ficção e não-ficção Para mim esta livraria é adorável.

Há tantas e tão boas livrarias em Manhattan: “Book Book”, também conhecida por ser a antiga livraria das biografias, uma livraria muito pequenina na Bleecker St. repleta de bons livros e alguns em saldo.

A “Book Culture” em Morningside Heights na 112 st com a Broadway. Uma livraria que me faz lembrar a Centésima Página. Cheia de fotos de escritores. Com dois andares, onde as pessoas percebem de livros e sabem aconselhar, onde há cadeirões para nos sentarmos a ler. Passei horas e horas no inverno de NYC nesta livraria por ser muito perto das casas onde morei

Imperdível também a “McNally Jackson" no Soho ou NoLiTa também espectacular. Tem um café e uma loja. Mais do que livros, tem clubes de leitura, apresentações de livros, leituras e muitos eventos.

A St. Marks Bookshop” é uma livraria independente  no Lower East Side, logo, uma zona da cidade que não frequentava muito, só mesmo à noite. Aqui a selecção de livros é excelente, é um edifício renovado, moderno, espaçoso. Tem uma selecção óptima de de revistas literárias e jornais estrangeiros . Vale a pena a visita.

A “Strand” em Union Square, pela localização, pelas pessoas que a frequentam, pelo ambiente da zona , não sei explicar...para mim é um achado. É gigantesca, a sua frase mais conhecida é: “18 Miles of Books.” Na parte exterior tem dezenas de carrinhos com livros de $1 a $5. Encontrei grandes livros no meio destes milhares. Depois, no interior vende-se de tudo dos mais pop, aos tops, a usados, a revistas de especialidade, todos os souvenirs da strand. Tem também no andar superior uma secção de livros antigos, de verdadeiras preciosidades e onde se fazem as leituras e apresentações de livros. Mas o andar inferior é o que mais gosto. Tem sempre imensos livros e CDs a bons preços. Nunca vim de lá a não ser carregada
Há também um novo restaurante e cocktail lounge, Dalloway, na Broome Street- SoHo, ao qual nunca fui. Diz-se que está impregnado com o Espírito de Virginia Woolf. Dizem que é um espaço adorável, com grandes velas, com uma clientela “girl bar scene” (as donas são lésbicas assumidas). Se assim é o restauranet só pode ser bom e de bom gosto.

"The White Horse Tavern", em West Village, também já escrevi um post específico, é uma instituição. Foi onde Dylan Thomas bebeu até morrer, Anaïs Nin e Seymour Krim conversavam e onde alguém um dia rabiscou na parede da casa de banho: “Go home, Kerouac!” durante os anos em que o escritor da geração Beat bebia lá. Vale a pena a visita mas o atendimento é péssimo. Na esplanada pode apreciar-se as vistas e ver por ex a Julianne Moore ou a Natalie Portman.

Acho que já estive no “McSorley’s Old Ale House” em East Village com a C. no St Patrick’s Day. É o mais antigo bar irlandês de Manhattan, meados do séc. XIX. Nos seus frequentadores incluem-se visitors Abraham Lincoln.

Texto inspirado no artigo “A Critic’s Tour of Literary Manhattan” do do crítico literário DWIGHT GARNER.

Credits“The New York Times” 

sexta-feira, 29 de junho de 2012

192 Books


Tempo é mesmo o que me falta. Mesmo dormindo poucas horas não consigo fazer tudo o que quero. NY lá fora e eu enfiada no lab. Pelo menos as coisas começaram a correr melhor. Consegui uns minutos para me sentar a uma sexta à noite e quero escrever sobre a apresentação do livro do Daniel Mendelsohn onde se falou da compilação dos poemas do grego C.P. Cavafy na 192 Books em Chelsea. 
O que me levou a esta apresentação não foi o autor do livro, nem o poeta sobre o qual escreveu, não conhecia nenhum dos dois. Fui porque na apresentação estaria também o Michael Cunningham. Sou mesmo admiradora dele. Primeiro dos livros, e mais tarde, da leitura teatral e enfática dele. Quando cheguei à 192 Books, atrasada como sempre, quase nem tinha espaço para estar espremida no meio de tanta gente. É este tipo de coisas que admiro em NY. As apresentações de livros, as livrarias independentes, as leituras, as palestras, qualquer coisa que tenha livros, está sempre lotada. Nesta apresentação em particular falou-se de C.P. Cavafy e as três pessoas que apresentaram o livro: Jonathan Galassi, Michael Cunningham e Daniel Mendelsohn (autor) leram cada um 5 poemas escolhidos por eles. Comprei o livro, que para além de pesadíssimo, foi bastante mais caro do que se comprasse na Amazon... Aqui ficam uns recuerdos:

  Da esquerda para a direira (bem lá no fundo): Jonathan Galassi, Daniel Mendelsohn e Michael Cunningham (Copyright: 192 Books)





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