terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Mais uma semana

Desculpem a minha ausência por aqui. Vou ter uma apresentação para o grupo amanhã. Mais os projectos da FCT... não sobra muito tempo. O fim de semana que passou foi o primeiro que fiquei em casa desde que cheguei. 

Depois do "bichinho" da NETFLIX transmitido pelo F., eis que subscrevi o serviço. Até comprei um leitor de DVD. Agora é esperar que me chegue o primeiro filme pelo correio. Para quem não sabe, a NETFLIX é um serviço pago, que permite, de acordo com o plano subscrito, ver filmes, séries na internet ou receber via correio o(s) DVD(s). Os meus amigos pegaram-me este micróbio... e vamos ver, se agora, para além da pilha de livros que acumulo para ler, começo a acumular uma lista de filmes para ver. 

Esta é também a "Semana dos Orfãos do Meal Plan". O Meal Plan é um serviço de refeições (apenas jantares) que os grad ou MD/PhD students de Columbia podem subscrever. As opções vão de 1 a 3 jantares/semana e cada jantar fica em média por 6 dólares. Um óptimo negócio para os preços de NYC. O meal plan inclui saladas à escolha, prato principal com a opção de vegetariano, sopa, duas peças de fruta, sobremesa e duas bebidas (lata/garrafa). É um tipo de serviço de cantina mas de melhor qualidade e maior variedade do que a maioria das universidades em Portugal. Obviamente que eu estaria à partida excluída do meal plan porque não sou estudante... Mas como nos últimos tempos tenho sido bafejada pela sorte (da mesma forma que consegui um estúdio nos apartamentos de Columbia) consegui inscrever-me. Tudo isto para dizer que esta semana não há meal plan porque é o "Spring Break"... logo faço parte dos "orfãos do meal plan". Esta semana o Tamaya, Coogans, entre outros, é que vão ficar a ganhar.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Michael Cunningham



Na vida há alguns momentos de sorte. Este foi um deles. Na semana passada depois de não conseguir bilhetes para ver uma conversa com o Woody Allen, acabei por saber que o Michael Cunningham ia fazer uma leitura no The Center for Fiction. Eu nem sabia onde era nem quanto se pagava. Na sexta enviei um email para saber mais informações e, como ontem foi feriado, recebi hoje de manhã um email: "We look forward to seeing you tonight at 7pm for our event with Hilma Wolitzer and Michael Cunningham". Tive que ir a casa na hora do almoço para ir buscar os livros e tive que preparar o meu dia para sair do lab às 6. 

Preparei a minha viagem de metro e teria apenas que mudar na 59 para o B ou D. Saio na 59 e entro no primeiro metro que vejo.... onde fui parar? À 42!!! Já atrasadíssima apanho um táxi. Cheguei ao evento a tempo, ainda não tinham começado. Eu estava de pé e uma senhora muito simpática disse-me que havia lugares vagos (que eu já tinha visto mas que não fui porque ia ficar esmagada no meio de pessoas obesas). Não tive como dizer que não à senhora e lá fui eu ser esmagada. O evento começou. Nunca pensei que o Michael Cunningham fosse uma pessoa tão divertida e simpática. Fez uma leitura de uma parte do livro novo que está a escrever. A leitura dele foi magnífica, muito teatral. Depois seguiu-se a parte de perguntas que foi a melhor. Se eu tivesse que escolher uma palavra para descrever o Michael Cunningham era: simpático. Assinou-me os 4 livros em inglês que tenho cá e despediu-se porque ainda tinha que ir jantar e amanhã dava aulas...

Domingo: Lower East Side e East Village

Quando saio do meu "território" aka West Side tenho que planear sempre a coisa bem. A C. no ano passado até me comprou um mapa do metro com letras grandes para eu não precisar de óculos! O Lower East Side e East Village conheçia muito mal. Embora a noite conhecesse bem: Beauty Bar, Lit Lounge, Webster Hall...Já tinha estado de dia duas vezes em St Marks Place de dia. É umra rua espectacular para se gastar dinheiro em t-shirts vintage.

Saí de casa em direcção ao metro, com tudo apontado onde deveria mudar e essas coisas. Juro que fiz tudo direitinho... mas sabem onde fui parar? A Fulton St que para quem sabe é mesmo perto do Ground Zero. Muito bom... Para quem queria ir para a Allen St com a East Houston... Ainda pensei em regressar ao metro... mas se não consegui com instruções imaginem sem elas... Apanhei um taxi. Lá passamos do lado oeste para o lado este e subimos a Allen Street desde Chinatown. O que via da janela não me convenceu. Depois alternei entre a 1st Avenue e a Avenue A até à 12th Street. Restaurantes, bares, pubs, lojas vintage, lojas de tatoos, mercados de rua, lojas de design, lojas de viagens num ambiente degradado/ mas a querer parecer com estilo. Não troco a West Village pela East Village. Entrei em três livrarias (Bluestocking, East Village Books and Records e St. Mark's Bookstore). Só gostei da última e o prejuízo não foi muito, só comprei um livro do Don DeLillo (que também vou ver daqui a umas semanas a receber um prémio). O regresso, não sei como, foi atinado. Consegui chegar a casa. Claro que não fui ao yoga...

The girl with the dragon tatoo


No sábado à noite fui ao cinema ver "The girl with the dragon tatoo", já passava das 10, numa sala de cinema perto de Times Square a abarrotar, onde sobravam apenas as cadeiras junto ao ecrã. Duas horas e quarenta minutos de filme e desta vez não pude queixar-me que não conseguia ver bem as caras. Este filme foi adaptado pela segunda vez pelo David Fincher (Seven e Fight Club) sobre a primeira parte da trilogia do escritor sueco Stieg Larsson.  

Mikael (Daniel Craig) é jornalista, casado e pai de uma filha. Um dia é procurado por um intermediário de Henrik Vanger (Christopher Plummer- o Capitão von Trapp da "Música no Coração) empresário que tem como objectivo principal saber o que aconteceu há 40 anos com a sobrinha: fuga, suicídio ou homicídio? Vanger acredita que alguém da família poderá estar relacionado com o desaparecimento da sobrinha, cujo corpo nunca foi encontrado. O empresário faz uma proposta irrecusável ao jornalista: dá-lhe acesso total à sua vida, documentação pessoal, empresa, dados familiares e excelente remuneração em troca de uma solução para o caso. A actriz principal, a tal das tatuagens e dos piercings, que dá o nome ao filme é Lisbeth Salander, assistente do jornalista. Completamente inadaptada socialmente, nunca olha as pessoas nos olhos e evita o contacto físico.  Sem saber conviver com pessoas,  viciada em solidão, computador, cigarros e coca-cola, ah, claro, tatuagens e piercings.  Com uma inabilidade visível para manter conversa (apenas monocórdica). Percebe-se que tem um passado misterioso. Tem qualidades informáticas de fazer inveja ao Bill Gates e ao Steve Jobs e com uma memória prodigiosa. Conhecia a Rooney Mara apenas do papel do “Social Network”. Neste filme ela está irreconhecível. De uma palidez de meter medo à morte, anorética, cabelo pretíssimo, sobrancelhas descoloradas, carregada de piercings. Li algures que o escritor, Larsson, ter-se-á baseado  no síndroma de Asperger para compor a personagem. 

O filme é assustador, repleto de segredos ("as pessoas têm sempre segredos, é uma questão de os descobrir"), abusos de menores, violações, crimes macabros. O filme tem cenas pesadíssimas mas para isso eu já ia preparada. A verdade revelada é cruel .  Este filme, baseado no livro de  Larsson, passa-se na Suécia onde a educação é exemplar e gratuita, E que instituiu o prémio Nobel,  é recordista em qualidade de vida, tem o Ikea, os Abba...mas onde as estatísticas revelam 4000 violações/ano  num universo de 9 milhões de habitantes. Com 10 milhões, Portugal não ultrapassa as 500 por ano. Dá que pensar...



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Wit-2nd Round


Na sexta fui ver novamente a peça “Wit”. Não resisti. Uma excelente interpretação da Cinthya Nixon. E nada mais a propósito porque ando completamente mergulhada no livro do Siddhartha Mukherjee “The Emperor of all maladies – A Biography of Cancer” e nos livros de/ e sobre Susana Sontag (também muitas vezes citada no livro por ter sido uma sobrevivente de dois cancros mas que sucumbiu no terceiro). 

A Cynthia Nixon na peça está com uma bata de hospital, um boné e descalça. A palidez, os olhos azuis e a iluminação fazem um jogo perfeito que ela parece mesmo doente. A parte final é a mais dramática, tem um final catártico tão desesperante de apetecer encolher na cadeira. Na azáfama de tentarem “ressuscitá-la” quando ela tinha escolhido “No code” e naquele desespero da enfermeira tentar explicar isso aos médicos, o final é lindo: “Vivian steps out out of the bed. She walks away from the scene, toward a little light. She is now attentive and eager, moving slowly toward the light. She takes off her cap and lets it drop. She slips off her bracelet. She loosens the ties and the top gown slides to the floor. She lets the second gown fall. The instant she is naked, and beautiful, reaching for the light – Lights out”.

Depois, podia ter entrado no metro logo ali na 50. Mas preferi andar a pé com a N. até à 34 e aí entrar no 1. Passamos pelo meio de Times Square sempre a abarrotar de gente mesmo depois das 10 da noite. Quem vive em Manhattan, Times Square não é o seu lugar de eleição. Demasiado barulhento e confuso, repleto de turistas, filas, vendedores de rua, performers... Mas de vez em quando, sabe bem voltar lá e relembrar que quando se vai pela primeira vez a NYC, o impacto que aquele lugar causa. E nos primeiros dias que cheguei a NYC, uma cidade solitária, independente, amarga e estranha para quem chega para viver cá pela primeira vez, ia a Times Square para me sentir rodeada de gente.



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

E assim acontece... na América


No lab ao fim da tarde começo a ver umas movimentações... Lab é o que eu chamo ao piso onde trabalho. Um lado do corredor é só gabinetes e o outro é onde fica o laboratório propriamente dito. Depois das 5 as pessoas começam a sair e às 6 vê-se... umas 6 pessoas... e às 8, bem, isso é uma loucura ver mais do que 3!!! Mas hoje por volta das 6 era a azáfama habitual das 3 da tarde e não do fim do dia... Descobri depois que estavam a preparar uma festa surpresa para a “lab manager”. Ah? Faz anos? Não... hoje faz um ano que chegou ao grupo!!! Isto é mesmo muito fora! Mas assim mesmo à grande com direito a bolo e muito champanhe. Eu sei que a miúda é fixe mas não é preciso tanto! Parecia uma homenagem que se faz a quem volta da guerra! Dica número um para os americanos: é péssimo beber a essas horas porque vocês não lancham! E a última coisa que o vosso estômago devia ter visto foi um bagel ou talvez um pacote (dos pequenos) de batatas fritas há umas seis horas atrás... Um dia destes um americano com quem jantava dizia para um dos meus amigos portugueses: “Não pareces um europeu. Não gostas de vinho, não fumas...”. A festa lá se fez. Mas o champanhe era mais do que muito. Eu, apesar de ter lanchado, não abusei porque ia jantar a seguir e ainda precisava de voltar para o lab. Pelas movimentações e pela animação percebi que aquela quantidade de álcool não ia dar muito bom resultado. E assim foi! Quando volto de jantar e entro no laboratório até gente de garrafa na mão vi (mas no laboratório mesmo)!! Se a L. estivesse aqui, ui, nem depois de todas as certificações em Harvard!!!! Este pessoal nunca mais voltava a entrar num lab que muitos de nós conhecemos! Passadas algumas horas, o ambiente acalmou, o número de pessoas que não são "habituees" da noite reduziu-se drasticamente... Mas ainda me cruzei com uma colega que já não conseguia  andar em linha recta e que me disse: “I’m so tired”. Claro que compreendo que ela está cansada mas amanhã é que vou ter mesmo pena dela. Quando acordar vai ter uma imagem distante e nublada do que hoje se passou, a cabeça vai parecer um galinheiro e o estômago vai parecer que está num mar revolto! O fim de semana para alguns deles vai começar mais cedo.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

yoga

Ontem fui "brunchar" ao Café Fiorello em frente ao Lincoln Center. Não tirei fotos do que comi: NY Scrambled eggs and scotish smoked salmon and caramelized onions. O brunch incluía um cesto de muffins, croissants e pão e uma bebida (Bellini, Bloody Mary, Mimosa ou Prosecco). Como nenhuma delas me agradava, optei pelo Prosecco que sempre é uma imitação de champanhe. O restaurante tem uma decoração muito bonita. Fez-me lembrar os cafés de Paris. O que comemos não era nada de especial. Os preços, esses sim, eram comparáveis à elegância do restaurante). Antes disso tinha ido ver o filme "A marine story" no Athena Film Festival baseado numa história verídica da política militar dos EUA até há pouco do "Don´t Ask Don´t Tell". Ainda fui mudar o meio às células ao fim do dia e acho que não vai ser preciso bater-lhes...
The Metropolitan Opera @Lincoln Center

Hoje, depois de alguns adiamentos, muito usuais em mim, fui pela primeira vez à yoga. A última vez que estive numa aula de yoga ainda nem tinha entrado na universidade. Durante 2 anos fui às aulas de yoga com o meu irmão e mais uns amigos. Eram divertidíssimos esses tempos. Lembro-me até hoje que o nosso professoar naquela altura dizia que o Homem era o único animal que bebia leite em adulto e que isso estava errado porque todos os outros animais deixavam de o beber nos primeiros meses de vida. Uma viciada em leite como eu, não poderia ter ficado muito contente... Achei as aulas muito diferentes. Estas foram muito mais exigentes, posturas difíceis, principalmente de equilíbrio. Não sei se sofro de algum problema de labirinto... mas quem me estivesse a observar, acharia que teria bebido antes de ir para a aula. tudo o que implicasse estar apoiada num dos pés e os braços esticados... pronto... lá estava em a fazer umas bonitas figuras... então quando em simultâneo tinha que ter os olhos fechados... sem comentários. Mas o melhor de tudo foi quando começaram a fazer aqueles sons tipo "OMMMMM". Só me apetecia rir. Acho que não tenho muita vocação para este tipo de relaxamentos. Mas agora que paguei vou fazer por ir. Na próxima quarta: Pilates. Se a yoga foi o que foi vou sair toda partida da aula de Pitates!!!


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Quando as coisas começam mal acabam melhor

Depois de me ter levantado às horas que costumo adormecer, ou seja, quase de directa, e de ter chegado ao lab e a pessoa com quem combinei não ter cumprido horas, e não ter preparado o que devia com antecedência.... Acabei por saber às 3 da tarde o que deveria ter sabido às 8 da manhã. Não vou dizer o número de células que foram isoladas de n corações que tenho até vergonha. Quando não se pode atribuir a culpa à péssima preparação das pessoas e à autonomia que deveriam ter como alunos de doutoramento. Uma vez que que não se pode bater em ninguém, a melhor atitude a tomar é fechar o computador e apanhar ar. Mas quando ia fazer isso recebo um email com o que parecia um sinal. Alguém a milhares de kms lembrou-se de me fazer rir perdidamente e esquecer o dia....



Já vi o vídeo dezenas de vezes e não paro de rir! "Não compres um ipad!!" Muito bom! E quando se tem amigos (as) tem-se quase tudo! Para quem não perceber o teor da conversa aqui vai:
-Martinez, como é que é?
-Olha, o R. teve esta ideia maluca de querer mandar isto.
-Deixa o ipad para trás, não compre nada disso!
-Compra formalina!
-Beijinhos Martinez.
-Beijinhos miúda

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

One if by Land, Two if by Sea


Na terça fui ao que é considerado o restaurante mais romântico de NYC: One if by Land, Two if by the Sea. O jantar estava marcado para as 8:30 e ainda tinha que ir a casa deixar o computador. Sem tempo para mais nada, saí a voar de casa e não tinha nada que enganar. Era somente entrar na 116 e sair na Cristopher St. Como a minha carteira era pequena, não levei sequer um livro para ler no metro mas levei o ipod. Pelos cálculos do google maps demorava apenas 26 mns a chegar. Saí 30 mns antes de casa. Mas nem assim! Quando reparo, era para sair... mas já não fui a tempo... continuei até à próxima paragem: Houston st. Saí e voltei a entrar para regressar à paragem onde deveria ter saído. Chego à rua do restaurante e reconheci a entrada. Lá vou eu toda contente, já uns minutos atrasada (teria tudo corrido bem se saísse onde devia), e espreito através da janela, vejo uma porta e entro.. era a errada.. mas fiquei logo junto aos sofás onde eles estavam à minha espera. Copo de vinho no restaurante: 14 dólares!! Copo não, aquilo parecia mais um shot. 

O ambiente era intimista, um piano ao fundo, lareiras, pouca luz (aquela que a Blanche do “Eléctrico chamado desejo” havia de gostar). Tenho a dizer que havia toalha de pano na mesa. A coisa prometia! Em NYC toalha de pano já é um bom indício. Flores naturais. As nossas acho que eram rosas mas podiam também ser camélias... provavelmente estou a dizer uma grande asneira.  A minha mãe fica sempre muito triste por causa desta minha falta de conhecimento em relação às flores e às plantas em geral. Eu tento, juro que tento, mas a minha indiferença não muda. Cada um é para o que nasce! Continuando, prato para o pão e faca de manteiga, outro sinónimo de luxo cá! Trouxeram o pão que nos foi servido com talheres directamente de um grande tabuleiro: um parecia um pão de leite e o outro parecia um pão saloio mas bastante salgado, eu gostei. Quando cheguei já sabia o que escolher: Chestnut Tagliatelle (entrada), Risotto Beech Mushroom (prato principal) e Meyer Lemon Tart (sobremesa). A massa estava muito boa, al dente, mas não consegui perceber o sabor das castanhas. O rissotto estava no ponto, cremoso e achei até demais. Partilhei com a N. Braised Short Rib que foi do melhor que já comi no que respeita à qualidade do produto e confecção. 

A bomba da noite foi a tarte de limão, que apesar de parecer pequena na foto, era mais que suficiente. Bastante doce a contrastar com o amargo do limão e depois suavizado com o gelado. Excelente escolha. Foram umas horas muito bem passadas porque o nosso tempo foi dividido entre longas conversas (é verdade que os portugueses falam muito e têm sempre assunto), e em adivinhar o que as diferentes mesas estariam a fazer. A mesa a que dedicamos mais atenção estava com um casal com umas flores diferentes de toda a sala, a combinar com o pullover do suposto noivo e com o vestido da suposta noiva. As nossas apostas eram para que ele ia oferecer-lhe o anel... Ele bebeu sempre chá, depois veio champanhe... e depois veio a conta... Quando ele olhou para a conta (enquanto ela foi à casa de banho) até se engasgou. O que reparamos é que todo o molho de notas que tinha na carteira foi para o jantar. Se houve anel ou não, não o vimos....


Photo by Neide Vieira

Photo by Neide Vieira

O que veio depois do pão 
Photo by Neide Vieira

Chestnut Tagliatelle
venison ragout, pecorino ginepro
Photo by Neide Vieira


Beech Mushroom Risotto
castelmagno, superfino carnarolli
Photo by Neide Vieira


Braised Short Rib
kombu dashi, korean glaze, local radishes, sticky rice
Photo by Neide Vieira

Meyer Lemon Tart
meringue, hibiscus sorbet, pâte sucrée
Photo by Neide Vieira





sábado, 4 de fevereiro de 2012

Sábado em NY


Hoje a temperatura convidava a aproveitar a cidade. Temperatura amena para esta altura do ano, a rondar os 8ºC, sem chuva e sem neve. O meu plano era ir a Washington Square e depois ir a pé até Union Square. Acho que nunca vou atinar com o metro. Não sei o que me dá quando chego à plataforma, o primeiro metro que vejo, entro. E claro, dá sempre mau resultado. Mudança de planos, fui directamente para Union Square, o que implicou uma mudança de linha e depois fui a pé para Washington Square. Em Union Square tinha (fiquei hoje a saber que fechou) uma loja enorme que tinha uma vista espectacular sobre a praça. Dei meia volta e fui andar pela praça. Hoje havia o GreenMarket (todas as segundas, quartas e sábados) em que se vende produtos orgânicos de todo o tipo. Mas o que achei mesmo mais interessante foram os desenhos e as pinturas que por lá vi. Bem baratas, em constraste com a turística Times Square, e com qualidade. As compras tiveram que ser adiadas porque ainda ia passar por uma livraria e ainda tinha que ir ao laboratório antes de voltar para casa. 

Depois fui à Strand, que é uma livraria, como eles dizem, independente e com 18 milhas de livros. É uma verdadeira perdição, principalmente a secção de livros usados e as t-shirts. Acabei por sair uns Kgs mais pesada. Em seguida fui pela 5ª Avenida até Washington Square, onde nunca tinha estado. É talvez a zona mais emblemática da NYU (New York University) e tem o famoso arco, de onde se pode ver o Empire State Building. Tarde passada, a noite a chegar, fui ao laboratório (o que tenho agora que fazer diariamente). Estes dias são apenas por precaução, quem sabe o que é um liofilizador... é só para me certificar que não explode!! A partir de terça será para alimentar as células e rezar para que elas consigam simular o batimento cardíaco. Amanhã, para exercitar o corpo e a mente (ahahah, a precisar muito, principalmente desde que deixei de fumar) começo as aulas de yoga e pilates. Os fins do dia de domingo serão dedicados à yoga e os de quarta a pilates.

Washington Square ao fim da tarde

Pianista em Washington Square

As compras de hoje na Strand

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Lab meeting


Semanalmente temos a reunião de grupo do lab. Vai toda a gente, desde alunos de doutoramento, estagiários, postdocs, internos e a chefe, claro. Quando estive cá na primeira vez, as reuniões eram à sexta, às 9 da manhã. A chefe trazia o pequeno-almoço para toda a gente. Era vê-la no metro carregada de sacos cheios de fruta, baguetes (daquelas mesmo boas da loja gourmet), presunto, queijos, fiambre e sumos... Eu detestava que fosse à sexta e principalmente às 9... A quinta à noite em NYC é a melhor! Quantas vezes fiquei em casa porque não aguentaria uma directa (a idade começa a pesar...eu sei). [A respeito da idade que tenho e da idade que aparento ter. Estávamos um dia destes a jantar no Bard (Meal Plan) quando uma miúda se sentou e começou a falar que era aluna do programa MD/PhD e tal, a C. lá lhe diz que também é e quando chega a minha vez lá lhe digo que sou Postdoc, ela fica admirada e a C. (com o seu bom feitio) diz-lhe: "Ela não aparenta mas já é velha!!! E a miúda, simpática, lá respondeu que não parecia...]. 

Voltando às reuniões de grupo, agora são à hora de almoço à quinta. Já não temos direito a pequeno-almoço mas a muita fruta. Eu sou a única que não toco em nada. Sou daquelas pessoas que não come feijoada, nem ovos ao pequeno-almoço mas também não come fruta a substituir o almoço. Tal como não como com colher o que é para comer com garfo, nem como só com um talher... E acho que não tem jeito nenhum comer fruta antes do almoço.

Mas o que eu queria realmente falar era do comportamento demasiado “cool” desta gente. Se fosse no meu lab em Portugal "caía o Carmo e a Trindade". Há uma meia dúzia de pessoas que vai para as reuniões e comportam-se como se estivessem na praia. Deitam-se nas cadeiras, alguns dormem, quando se servem de comida é como se não houvesse mais ninguém, não têm maneiras e raramente dizem obrigado. Não me parece que seja uma coisa cultural porque já estive noutro laboratório, noutra cidade, nos Estados Unidos. Mas aqui há demasiado à-vontade. A chefe marca uma reunião para determinada hora e nunca chegam a tempo, coisas assim. Eu sempre fui terrível com as horas mas no que respeita a trabalho, posso não dormir, mas à hora marcada estou lá. Quanto aos restantes eventos, sou como a Susan Sontag, chego sempre tarde "menos à ópera e para apanhar um avião" e como ela dizia as pessoas deviam andar sempre com um livro para ler enquanto esperavam.

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