Eu sou o que se chama “ignorante” quando o assunto é
música. Quase não oiço música. E a pouca música que oiço é quase sempre a mesma
há muitos anos. De vez em quando, muito raramente, lá oiço qualquer coisa nova que
me mostram e adiciono à minha lista. Não consigo fazer nada, que exija concentração, com música. Nunca fiz parte dessa percentagem de pessoas que
conseguia estudar com música, ou escrever, ou adormecer... A única altura em
que oiço música é quando conduzo (e muito pouca, porque normalmente prefiro
ouvir notícias), ou quando corro (também, infelizmente, muito raramente), e
deixei de o fazer enquanto andava de metro (já não o faço mais porque aprendi a
não ficar enjoada enquanto leio).
Tudo isto para dizer que fui ver o Antony Hegarty (mais conhecido como Antony and The Johnsons) ao Radio Music City Hall. Gostei desde sempre da voz dele. Quando soube que ia fazer uma performance única em NYC com o patrocínio do MoMa quis desde logo ir. O espectáculo chamou-se “Swanlights”. O Antony tocou com uma orquestra a que ele chamou “The Jonhsons New York Orquestra” e apareceu vestido com uma espécie de túnica branca, uma mistura de vestido de diva e a túnica de Jesus, quase sempre sozinho no centro do enorme palco. O cenário estava lindíssimo. Tinha um mobile gigante que mudava de cor durante o espectáculo, havia vários jogos de luzes e lazers. Durante a maior parte da performance não se viu a orquestra e mais para o fim uma das cortinas subiu e mostrou a orquestra que estava no fundo do palco. Ele escolheu as canções mais contemplativas. Ao contrário do que é habitual, o público manteve-se extremamente calado, como o espectáculo exigia, aplaudindo apenas entusiasticamente no fim de cada música. Foi um concerto coeso, concentrado, pequeno...curto, como a vida. E ainda mostrou que o pop, para além de ser uma corrente muito forte na arte, pode transformar-se em poesia, quando o assunto é música. Antony fez da música da Beyoncé “Crazy in love” parecer um poema: “Got me hoping you’ll save me right now”.
Após a última música, ele abandonou o palco e as cortinas fecharam-se. O público bem insistiu durante uns cinco minutos para que voltasse... Como anti-pop que é, não usou o vulgar truque do encore, e não voltou.
Tudo isto para dizer que fui ver o Antony Hegarty (mais conhecido como Antony and The Johnsons) ao Radio Music City Hall. Gostei desde sempre da voz dele. Quando soube que ia fazer uma performance única em NYC com o patrocínio do MoMa quis desde logo ir. O espectáculo chamou-se “Swanlights”. O Antony tocou com uma orquestra a que ele chamou “The Jonhsons New York Orquestra” e apareceu vestido com uma espécie de túnica branca, uma mistura de vestido de diva e a túnica de Jesus, quase sempre sozinho no centro do enorme palco. O cenário estava lindíssimo. Tinha um mobile gigante que mudava de cor durante o espectáculo, havia vários jogos de luzes e lazers. Durante a maior parte da performance não se viu a orquestra e mais para o fim uma das cortinas subiu e mostrou a orquestra que estava no fundo do palco. Ele escolheu as canções mais contemplativas. Ao contrário do que é habitual, o público manteve-se extremamente calado, como o espectáculo exigia, aplaudindo apenas entusiasticamente no fim de cada música. Foi um concerto coeso, concentrado, pequeno...curto, como a vida. E ainda mostrou que o pop, para além de ser uma corrente muito forte na arte, pode transformar-se em poesia, quando o assunto é música. Antony fez da música da Beyoncé “Crazy in love” parecer um poema: “Got me hoping you’ll save me right now”.
Após a última música, ele abandonou o palco e as cortinas fecharam-se. O público bem insistiu durante uns cinco minutos para que voltasse... Como anti-pop que é, não usou o vulgar truque do encore, e não voltou.
Foi mágico! Visualmente
inesquecível! Estou comovida com o Antony, com o som, com a orquestra, e as
instalações. Isto só podia ter acontecido em NYC, a cidade onde tudo acontece! Tantas tribos, tão
diferentes. Nunca me senti tanto em NYC como nesse dia..
Photo By Neide Vieira
Photo By Neide Vieira
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