Dizem que o amor cega-nos... Cegar por amor, por menos
merecido que seja, nunca deve ser mau. Alguma coisa deve aprender-se com esse
sentimento. A ingratidão, que até há muito pouco tempo, era para mim o
sentimento mais intolerável, passou a deixar de o ser desde ontem. O pior
sentimento do mundo é a injustiça. Felizmente, só aos 33 anos é que senti nas
profundezas do meu ser esse sentimento tão cruel. Acho que esse sentimento só
será apaziguado com o tempo e/ou drogas legais e/ou uma asneira. Quando no
último mês lia o “Diários” do Al Berto não entendia a tendência dele para a
depressão, para a noite, para o sombrio, para o mar revolto nos dias de
inverno, por becos, pelas insónias... ontem, senti-me como ele. E achava que
hoje ao acordar seria outro dia. Aquela história de que “não há nada como um
dia depois do outro” ou “amanhã é outro dia” são apenas frases feitas... Hoje é
um dia de sobrevivência. E muitos mais virão assim. E nestes dias que me
aguardam só espero não perder a fé, que é a única coisa que me resta.
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