Nas últimas semanas que se lê em todos os jornais e se vê em
todas as televisões e se ouve todos os comentadores falar nos cortes de bolsas
de doutoramento e pós-doutoramento, no decréscimo abrupto do investimento em
ciência, na pouca transparência dos concursos da FCT, eu desta vez não fui
afectada. Mas no tempo das “vacas-gordas”, no tempo em que todos tinham bolsas
de doutoramento e pós-doutoramento, eu fui talvez das pessoas que mais
concorreu a bolsa de doutoramento da FCT e não conseguiu. Fiz o meu doutoramento
paga por um projecto europeu. Agora, assisto a milhares que se sentem
injustiçados, como eu várias vezes, durante muitos anos, me senti. Confesso que
neste momento não tenho dados suficientes para ter uma opinião a favor ou
contra sobre a questão. Sei que as bolsas de doutoramento e pós-doutoramento
foram reduzidas em valores superiores a
40% e que as taxas de aprovação foram em média de 10%. Sei também que a FCT
criou os programas doutorais e sei também que no concurso para investigadores
aumentaram os contratos de 80 para 220. Paremos
para pensar. Reflectir sobre os dados. Um país sem educação e sem cultura é um
país menos competitivo e mais pobre. É no investimento em educação e cultura
que se formam gerações mais preparadas.
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