26 de Abril. Início da tarde. Não ia ao Largo do Intendente
há uns 10 anos. Está irreconhecível. Renovadíssimo. Típico. Limpo.Moderno.
Cosmopolita. Com algumas das mesmas pessoas de sempre. Miúdos a brincar.
Esplanadas. Música. Azulejos. Segurança total. Muitos polícias. Desde NY que
aprendi a querer ir onde são as melhores reviews.
Pois bem, desta vez: O das Joanas.
Não entrei. Limitei-me à esplanada. Arrependo-me. Quem me atendeu tratou-me na segunda pessoa.
Depois dos 30 simpatizo imediatamente com quem me trata assim!. Fiquei a tarde
toda. Li 100 páginas d’O último cabalista
de Lisboa. Tarde toda com a vista magnífica dos azulejos da fachada. Ouvi
as conversas das mesas à volta. Uns vinham da visita guiada pela Catarina Portas
à loja A vida Portuguesa, mesmo ao lado. Uma mesa
atrás de mim, com muitas imperiais. Aprendo novos calões. “Atão puto?”. “Estamos
a beber uma jolas”. “Ei, bro”. Toda a santa tarde os ouvi. Bem me apetecia as
imperiais deles... mas como era manhã para mim, já que tinha contado estrelas
enquanto o dia nascia...Fiquei-me pelo brunch,
o completo, não o low cost.
Assustei-me quando o vi. Tinha a tarde toda para não envergonhar ninguém. Dava
à vontade para duas pessoas. Escolha de bebida quente: galão. Escolha de sumo:
laranja (o do dia era manga/laranja). Não gosto de misturas...Cesto de vários
pães e croissant, que dava para quatro... Manteiga, doce de abóbora e de
morango. Taça de morangos. Queijo fresco. Prato de queijo e salpicão (ou seria
paio?).Fatia de bolo de laranja molhado. Só de ver este banquete. Restava-me a
tarde toda. Não acabei, claro está. Tudo muito bom! Eu é que ainda tinha memória
(e os estragos) dos melhores mojitos de Lisboa (Bairro Alto Hotel). Uma das
Joanas (a de óculos) tira-me a conta e, muito simpática, pergunta-me porque não comi o queijo
fresco, “é de ovelha mesmo”. “Não morro de amores” - respondi eu. Simpatizei com toda a gente naquela tarde.
Vale a pena, vão por mim!
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