Há alguns anos quando fui a primeira vez para Houston coincidiu com um Europeu de futebol. Foi em 2006. O único português que conheci fazia também o doutoramento em Rice University. O único contacto que tinha com a pátria era através telemóvel e do skype. Quando me perguntavam a nacionalidade achavam sempre que Portugal ficava no Brasil ou em Espanha. Apesar de Houston ser muito conhecida pela diversidade de restaurantes de várias nacionalidades, não havia restaurantes portugueses. Descobri um, já lá estava há algum tempo, que se chamava Oporto Café que era de um filho de um madeirense e nem português falava. Mas tinha um imenso orgulho da sua portugalidade. Todos os apartamentos que tive em Houston ficavam num condomínio que se chamava Maryland Manor e ficava numa das ruas com mais kms que conheci na vida. Chamava-se Bissonnet Street e atravessava Houston. A loja de conveniência mais perto de minha casa ficava a uns 5 mns de bicicleta. Era num posto de gasolina cujas pessoas que lá trabalhavam, ao contrário da maior parte dos locais em Houston, não eram mexicanos mas indianos. Quando me começaram a perguntar de onde era, a empatia foi imediata e nunca mais falavam de outra coisa a não ser Cristiano Ronaldo. Foi em 2006, longe de Portugal, num lugar improvável, no sul dos Estados Unidos que começou a minha simpatia pelo Cristiano Ronaldo! Esses indianos tinham até uma camisola da selecção portuguesa do CR7! Com o passar dos anos a minha admiração por ele só aumentou. A principal razão deve-se ao apego e respeito pela família. Não renega as origens, mostra-as. Dá à família aquilo que nunca poderiam ter se não fosse o sucesso dele. E eu admiro a união daquela família e a sua vida cigana. Andam juntos para todo o lado, vivem juntos, viajam juntos, passam férias juntos. E quando chega à altura de Ronaldo receber os prémios maiores de todos, não renega a sua origem e apesar de dominar pelo menos mais de 3 línguas, fala sempre em português. Nos agradecimentos, as maiores palavras vão sempre para a família. Já fui muito admiradora de futebol, há uns anos que não ligo muito. Quando me perguntam qual o melhor jogador do mundo digo sempre que é o Cristiano Ronaldo. Sou suspeita, eu sei. Mas para além de um excelente profissional, com características espectaculares, é um grande ser humano. E se é muito importante sermos grandes no nosso ofício, muito mais valor se acrescenta quando se é ainda uma grande pessoa. Cristiano, és um grande orgulho!
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