terça-feira, 12 de maio de 2015

Porto-Faro

Jantar rápido na mãe. O sobrinho mais velho janta com o apetite das quartas-feiras. O afilhado está mal disposto porque adormeceu no carro. Colo, muito colo, sempre. Estou com uma dor de cabeça que não me larga desde ontem. O tempo, como quase sempre em Braga, está mau. Janto rapidamente. Vou apanhar o avião ao Porto. A fila está imensa e o voo atrasado. O frio é muito. Eu vestida como quem vai para o Algarve. À espera ao relento. Desta vez não implicam com a mala. Dormi o tempo todo na vã expectativa que a dor de cabeça me passasse. Chegada a Faro e parece que estamos noutro país. A temperatura está amena. Vou em direcção aos táxis. Quando chego ao local de espera dos passageiros sinto-me em Lisboa, tal a fila de táxis. Apesar de quase não haver passageiros os táxis organizam-se em 3 filas. Qual delas escolho? Qual é a ordem? Entre o olhar para afrente e para trás para ver se alguém me da uma indicação, só vejo caras mal dispostas e a abanarem os braços em direcção à sei lá o quê. Vou a entrar para um táxi. Gritam-me que não é aquele e que há uma ordem. Vou para outro. Já com a minha mala na mala do táxi. Entro e o taxista diz-me que a minha mochila não pode entrar ou se entrar só pode ir no chão. Ainda não refeita da afirmação incompreensível e a tentar entender manda-me: " a mochila não entra ou vai no chão porque os clientes seguintes podem ficar todos cagados". Eu, entre a estupefação do que acabei de ouvir saí do táxi. Como aquilo deve tratar-se de uma máfia achei que ficaria no aeroporto a noite toda porque arranjei um problema. Ninguém me queria levar. No próximo que entrei, tratei de não discutir e fazer tudo o mais inócuo possível. Coloco a mochila e a mala na mala do táxi. Aqui os taxistas não ajudam as pessoas com as malas. É a lei do "faça você mesmo". Quando chegamos ao hotel demorei ligeiramente a encontrar a carteira, na mochila... Lembram-se daquela que coloquei na mala porque não entrava no táxi... O taxista não tem mais nada, depois de eu ter demorado não mais do que um minuto: "ó dona, vai demorar muito?". E eu já sem palavras, porque nunca tenho resposta à altura quando sou apanhada de surpresa, limitei-me ao silêncio. Subo ao quarto e reparo q a tv não funciona. Desisto e vou dormir. Há dias que mais vale dormir e esperar pelo dia seguinte. Almoço com o P. e a J. em frente à universidade. Pelo menos aqui as pessoas parecem ser simpáticas. O tempo é de verão e convida a esplanar. Resto da tarde aulas intensivas. Apesar de serem alunos de mestrado em Ciências Biomédicas, todos querem Medicina, excepto uma que quer veterinária. Cruzo-me no intervalo com o Rui Vieira Nery e vejo muitos professores com a toga de doutorado. Dizem-me depois que é o Doutoramento Honoris Causa do professor Sampaio da Nóvoa e que a universidade tinha dado tolerância de ponte nessa tarde. Como a aula terminava às 6 e como só tinha avião às 8 ainda deu para ir à ilha de Faro beber uma Margarita e comer uma bifana. Já passava das 7 quando me deixaram no aeroporto e deu tempo para tudo. A maioria dos passageiros eram turistas daqueles que foram aproveitar bem a praia. A sua indumentária denunciava-os. Havaianas, calções, chapéus. E a cor alternava entre o quase bronzeado e o camarão. Chegado ao Porto, um dilúvio aguardava-nos. Muita chuva é muito frio para os padrões algarvios. O Porto nunca nos desilude!





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