Há um ano atrás ninguém, nem a pessoa mais ferrenha apoiante
da coligação, do PSD ou do CDS acreditaria sequer numa vitória, nem tão pouco
coagitaria uma maioria clara, absoluta, simpática, segura, certa, governável
(ou qualquer outro adjectivo, a mesma palavra para dizer o mesmo).
Quando o António José Seguro ganhou (por pouco) as
autárquicas e as europeias, toda a gente se levantou para dizer que não
chegava. Num ambiente hostil, debaixo de um protectorado, sob as ordens da
troika, mergulhados na mais alta taxa de desemprego que havia memória, dos
muitos cortes de salários pensões e feriados, depois da irrevogável demissão de
Portas, não ter uma vitória clara (por muito) era pouco. Este foi o motivo que
levou António Costa a concorrer a secretário-geral do PS, a quebrar a sua
promessa de ficar até ao fim na Câmara Municipal de Lisboa e a afastar o António José Seguro que não
conseguia descolar nas tendências de votos e mostrar uma unanimidade clara.
No mês de Agosto, estava eu em frente para ao Tejo, na
Ribeira das Naus, e comentava com os meus pais que se o país conhecesse a
governação de António Costa em Lisboa, o resultado das eleições seria
diferente. Nesse dia eu diria que o mal do país era não conhecer Lisboa. E hoje
digo que o mal de António Costa foi achar que o país era Lisboa. Não consigo
encontrar “o” erro de António Costa ou do PS. Este problema, como mostram as
intenções de voto no tempo de António José Seguro e agora com António Costa não
tem a ver com “a pessoa” mas com o partido que não conseguiu convencer ou
mobilizar as pessoas. O grande erro começa pelo fraquíssimo líder da bancada
Ferro Rodrigues. Depois, apesar de o programa económico ter sido liderado pelo
Professor Mário Centeno, mostrou-se com qualidades oratórias piores do que o
outro académico Professor Vitor Gaspar. Depois, as diferenças abissais entre o
pacífico Mário Centeno em confronto com o radical João Galamba. Depois, a
história dos cartazes. Mais o erro colossal de dizer que chumbaria o orçamento
de estado da coligação mesmo sem o conhecer. E hoje vem culminar com a
aceitação da privatização da TAP autorizada pela Autoridade da concorrência,
tendo António Costa dito que revogaria a privatização se chegasse ao governo.
E eu, que nunca votei no PS, com António Costa, e por ele ter
escolhido para deputados pessoas que eu conheço pessoalmente e que muito
estimo, tive a esperança um dia de mudar o meu sentido de voto. Mas como todas
as utopias, não passam disso. E hoje, voltando à realidade, o meu voto está decidido.
Hoje o meu apelo é: votem! Não fiquem em casa! Dignifiquem a democracia e
exerçam esse poder soberano dos povos. Dizem que vai chover no domingo. A
desculpa desta vez é a chuva. Às vezes é o sol. Quando se quer há sempre uma
desculpa. Mostremos que somos uma maioria que escolhe e que a maioria não é a
abstenção.
Lisboa é maravilhosa esteja lá Costa, Santana ou Carmona e, mesmo antes destes, já Lisboa se destacava....sim porque o verdadeiro reaparecimento de Lisboa, o reflorescer de Lisboa....começou em Santana Lopes a quem teimam em não dar créditos! Este Costa limitou-se a corrrer para um tacho, porque tinha ficado sem governo...e depois a por em prática projectos que estavam traçados e delineados...há longo tempo!
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