quarta-feira, 22 de junho de 2016

Cristiano Ronaldo

O Cristiano Ronaldo não precisa que o defendam. Mas num mundo como o que vivemos, que é muito mais fácil criticar do que enaltecer, e muito mais fácil humilhar do que aplaudir, junto-me ao grupo daqueles que não esquecem os feitos deste grande jogador.

Não podemos nunca esquecer qual a origem do Ronaldo e que faz dele um grande exemplo. Um menino de uma zona muito pobre da Madeira que tinha, se não fosse o seu enorme talento e trabalho, um destino comum ao de tantos outros. No entanto, ainda menino foi para Lisboa onde se formou nas escolas do SCP e antes do 20 anos era já jogador do Manchester United. Depois, tornou-se numa das mais caras transferências de sempre do futebol quando se transferiu para o Real Madrid. Este jogador pago a peso de ouro, ajudou toda a família, amigos e muitos mais. As irmãs e a mãe têm mais do que uma mala Birkin que custam mais de cinco milhares de euros, numeradas e feitas manualmente. Ele faz com que os sonhos dos seus mais próximos se concretizem como se da lâmpada de Aladino se tratasse. O Ronaldo nas passagens de ano manda fechar o Ritz do Funchal a família e amigos. Aluga barcos e aviões. Paga férias de luxo aos que mais gosta. Tem casas em Madrid, Lisboa, Gerês, NY e Algarve, só para dizer algumas.

Sei de muitas doações que faz anonimamente a crianças e adultos vítimas de cancro e doenças raras. Já todos vimos as muitas acções que faz quando alguém lhe pede uma camisola ou alguém que contra tudo e todos quer com ele tirar uma selfie.

Assume e tem orgulho da família que tem, tem nela o seu exemplo e a sua maior força, vive orgulhosamente com a família. E depois, é unânime o que dizem sobre ser um profissional exemplar, metódico, correcto, trabalha sempre muito, mais e melhor.

Há 12 anos quando estava a tirar o Doutoramento em Houston ia frequentemente a uma loja de conveniência e um dos funcionários adorava o Ronaldo. Naquela altura ainda não era o astro mundial de hoje mas esse rapaz já lhe previa um grande futuro. Tinha uma camisola dele da selecção portuguesa. Lembro-me que nesse ano foi o Mundial de 2006 na Alemanha e a diferença horária era de 6 horas. Os jogos eram sempre de manhã ou à hora de almoço. Só quem está fora do país é que sabe do que é que falo. Não se explica por palavras. Parece que somos melhores portugueses. Chora-se a ouvir o hino. Temos um orgulho imenso e qualquer motivo é suficiente para nos juntarmos. E foi o Ronaldo que levou novamente o nome de Portugal ao mundo. É verdade, por mais que muitos queiram negar e não ver as evidências. Lembro-me ainda há muitos mais anos ouvir uma entrevista da Purificação Tavares no rádio em que ela dizia que quando estava nos Estados Unidos fazia kms para ir ver uma equipa portuguesa de qualquer coisa.

Em NY toda a gente conhece o Ronaldo, principalmente pelos grandes cartazes de publicidade da Armani espalhados pela cidade. Foi por causa do Ronaldo que a Irina Schayk se tornou numa modelo mediana e com acessos directos a mundos restritos. Ronaldo é um nome por si só que tem valor.
Basta de crucificarem o rapaz porque falhou um penalti e porque muitos dos seus remates teimaram em não entrar. Mas não o acusem, por favor, de não ter lutado! Há dias assim, menos bons para todos, E ele, apesar de especial, é (também) humano.

Hoje, concordo com a Dona Dolores que Portugal vai ganhar e eu acredito (ainda mais) que vão ser vários os golos. Os emigrantes merecem esta festa para comemorarem. Os portugueses merecem para se esquecerem (por horas) da crise em que teimamos não sair. Os jornais e os jornalistas precisam de fazer um mea culpa.


E eu espero que depois deste Europeu, dos anos de sucesso que o Cristiano Ronaldo ainda tem pela frente como jogador, tenha a coragem, tal como outros, de fugir ao preconceito instalado e ao machismo no futebol e assumir-se orgulhosamente. Um homem honesto, talentoso, um exemplo só se tornará ainda maior quando se assumir por inteiro. E aí sim, ainda mais palmas e elogios merecerá porque os enormes exemplos são eternos. É o que sobreviverá para sempre e ficará escrito nos livros.

Copyright: RR

P.S. Quanto ao episódio de hoje de manhã em que o Ronaldo atirou o microfone da CMTV ao lago fez muito bem. Pegar no microfone e atirá-lo sem magoar ninguém foi a coisa mais sensata que fez. Aquilo que aqueles pseudo-jornalistas fazem não é jornalismo... nem sei que nome chamar aquilo. Podia ter sido muito pior. Eu atirava-o ao jornalista ou dar-lhe-ia um murro.

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