O Cristiano Ronaldo não
precisa que o defendam. Mas num mundo como o que vivemos, que é muito mais
fácil criticar do que enaltecer, e muito mais fácil humilhar do que aplaudir,
junto-me ao grupo daqueles que não esquecem os feitos deste grande jogador.
Não podemos nunca esquecer
qual a origem do Ronaldo e que faz dele um grande exemplo. Um menino de uma
zona muito pobre da Madeira que tinha, se não fosse o seu enorme talento e
trabalho, um destino comum ao de tantos outros. No entanto, ainda menino foi
para Lisboa onde se formou nas escolas do SCP e antes do 20 anos era já jogador
do Manchester United. Depois, tornou-se numa das mais caras transferências de
sempre do futebol quando se transferiu para o Real Madrid. Este jogador pago a
peso de ouro, ajudou toda a família, amigos e muitos mais. As irmãs e a mãe têm
mais do que uma mala Birkin que custam mais de cinco milhares de euros,
numeradas e feitas manualmente. Ele faz com que os sonhos dos seus mais
próximos se concretizem como se da lâmpada de Aladino se tratasse. O Ronaldo
nas passagens de ano manda fechar o Ritz do Funchal a família e amigos. Aluga
barcos e aviões. Paga férias de luxo aos que mais gosta. Tem casas em Madrid,
Lisboa, Gerês, NY e Algarve, só para dizer algumas.
Sei de muitas doações
que faz anonimamente a crianças e adultos vítimas de cancro e doenças raras. Já
todos vimos as muitas acções que faz quando alguém lhe pede uma camisola ou
alguém que contra tudo e todos quer com ele tirar uma selfie.
Assume e tem orgulho da
família que tem, tem nela o seu exemplo e a sua maior força, vive
orgulhosamente com a família. E depois, é unânime o que dizem sobre ser um
profissional exemplar, metódico, correcto, trabalha sempre muito, mais e
melhor.
Há 12 anos quando
estava a tirar o Doutoramento em Houston ia frequentemente a uma loja de
conveniência e um dos funcionários adorava o Ronaldo. Naquela altura ainda não
era o astro mundial de hoje mas esse rapaz já lhe previa um grande futuro.
Tinha uma camisola dele da selecção portuguesa. Lembro-me que nesse ano foi o Mundial
de 2006 na Alemanha e a diferença horária era de 6 horas. Os jogos eram sempre
de manhã ou à hora de almoço. Só quem está fora do país é que sabe do que é que
falo. Não se explica por palavras. Parece que somos melhores portugueses. Chora-se
a ouvir o hino. Temos um orgulho imenso e qualquer motivo é suficiente para nos
juntarmos. E foi o Ronaldo que levou novamente o nome de Portugal ao mundo. É
verdade, por mais que muitos queiram negar e não ver as evidências. Lembro-me
ainda há muitos mais anos ouvir uma entrevista da Purificação Tavares no rádio
em que ela dizia que quando estava nos Estados Unidos fazia kms para ir ver uma
equipa portuguesa de qualquer coisa.
Em NY toda a gente
conhece o Ronaldo, principalmente pelos grandes cartazes de publicidade da Armani espalhados pela cidade. Foi por
causa do Ronaldo que a Irina Schayk se tornou numa modelo mediana e com acessos
directos a mundos restritos. Ronaldo é um nome por si só que tem valor.
Basta de crucificarem o
rapaz porque falhou um penalti e porque muitos dos seus remates teimaram em não
entrar. Mas não o acusem, por favor, de não ter lutado! Há dias assim, menos
bons para todos, E ele, apesar de especial, é (também) humano.
Hoje, concordo com a
Dona Dolores que Portugal vai ganhar e eu acredito (ainda mais) que vão ser
vários os golos. Os emigrantes merecem esta festa para comemorarem. Os
portugueses merecem para se esquecerem (por horas) da crise em que teimamos não
sair. Os jornais e os jornalistas precisam de fazer um mea culpa.
E eu espero que depois
deste Europeu, dos anos de sucesso que o Cristiano Ronaldo ainda tem pela
frente como jogador, tenha a coragem, tal como outros, de fugir ao preconceito
instalado e ao machismo no futebol e assumir-se orgulhosamente. Um homem
honesto, talentoso, um exemplo só se tornará ainda maior quando se assumir por
inteiro. E aí sim, ainda mais palmas e elogios merecerá porque os enormes
exemplos são eternos. É o que sobreviverá para sempre e ficará escrito nos
livros.
Copyright: RR |
P.S. Quanto ao episódio de hoje de manhã em que o Ronaldo atirou o microfone da CMTV ao lago fez muito bem. Pegar no microfone e atirá-lo sem magoar ninguém foi a coisa mais sensata que fez. Aquilo que aqueles pseudo-jornalistas fazem não é jornalismo... nem sei que nome chamar aquilo. Podia ter sido muito pior. Eu atirava-o ao jornalista ou dar-lhe-ia um murro.
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