Tenho 37 anos, e felizmente, na minha vida entre este país à
beira mar plantado e o outro do lado oposto do Atlântico não conheci nas minhas
relações violência doméstica. Sou filha de pais casados há quase 41 anos (fazem
em Dezembro). O meu pai continua a oferecer flores semanalmente à minha mãe e
nunca lhes assisti a uma discussão. Claro que as deviam ter, como todos os
casais, mas nunca à nossa frente, nem nunca envolveram vozes altas nem gritos.
Nos últimos tempos, e bem, as denúncias de violência
doméstica têm disparado. Obviamente, que nem homens nem mulheres se tornaram
mais violentos. A coragem, a divulgação e as consequência é que aumentaram. Seja
por que motivo for, a violência, verbal e/ou física, são condenáveis. Quando se
chega a este ponto, o sentimento que é o pilar das relações humanas, o
respeito, terminou e não há volta a dar. Há limites que nunca se podem
ultrapassar.
A minha experiência é outra. A violência por parte das
mulheres. Conheço três casos concretos. O primeiro soube-o há alguns anos,
ainda era aluna de doutoramento em Houston. Quando me contaram e me mostraram
as marcas fiquei tão petrificada que só acreditei na evidência, vendo. Porque
os olhos não mentem. Perante aquele absurdo só disse que era inadmissível e
como era possível se sujeitar aqueles maus tratos. Na minha inocência de quem
nunca vivenciou uma cena de violência perguntei porque não se defendia. Foi-me
respondido: “Se reagir posso matá-la”. Aconselhei a pessoa em causa a não dar mais
nenhuma oportunidade e revoltei-me, obviamente, com a agressora com quem não
falo até hoje. Independentemente dos motivos, ninguém tem o direito de levantar
a mão a ninguém. Nada se resolve assim. E nada disto se justifica.
Mais tarde, outro amigo disse-me que um homem com filhos
quando terminava uma relação tinha uma coisa a fazer quando quisesse sair de
casa e não ser privado dos filhos: fazer queixa à polícia de violência
doméstica. Não entendi. Mas percebi com a experiência que era a única forma da
justiça não optar pelo lado errado.
Façam um estudo e mostrem as estatísticas. A maioria das
mulheres perante a iminência da separação, que aceitam ou não, usam os filhos
como arma de arremesso. Primeiro, quando os filhos são pequenos, dominadas pelo
instinto de vingança e aconselhadas perversamente por maus advogados,
acusam-nos de violência doméstica contra si e os seus filhos e em simultâneo,
para acabar de vez com a dignidade de uma pessoa de bem e reduzi-lo aquilo que
ninguém aceita, a machadada final é dada com a acusação de abuso sexual dos
filhos. Investiguem as falsas denúncias. Ouçam e leiam grandes peritos neste
tema como o Prof. Daniel Sampaio e Dra Maria Saldanha Pinto Ribeiro. Imaginem,
por um instante, ser acusado de uma coisa tão idionda que não se cometeu.
Imaginem o que essa mentira provocará na vossa vida. E os efeitos dela. O pai
que me contou ser vítima desta situação era um homem destruído, cansado,
choroso, privado da sua filha de dois anos e quem eu dizia que a primeira coisa
a fazer era apoiar-se na família, fortalecer-se psicologicamente e acreditar
que a justiça dos homens funcionasse. Isto foi há 3 anos. Pelo menos já
conseguiu provar que a mãe da filha mentia. Está outro homem. Melhor. Mas os
estragos provocados ficarão lá para sempre.
O último e não menos importante caso tem 4 anos. O casamento
nunca correu bem. Ele era pai, mãe, sustento da casa, quem tratava dos filhos,
quem cozinhava, quem acordava de noite. Para além dos 2 filhos tinha a mulher
que parecia ser mais um. Toda a gente conhecia a situação. Era visível demais.
Ele era o pilar. E ia aguentando como podia para bem dos filhos. Os problemas
começaram quando começou por não deixar os filhos ao fim de semana na casa dos
pais. Continuaram porque ela deixou de trabalhar e pioraram com um facto grave
que foi o fim. Os pais dela que sabiam de toda a situação gostavam dele e
apoiavam-no. Quando se separaram fizeram um acordo escrito, acordado e tratado
pelos respectivos advogados, e assinado pelas partes que incluía a permanência
dos filhos em determinado colégio. Antes de dar entrada no registo, a mãe
rasgou o acordo e andou com os filhos em parte incerta e o pai não os viu
durante dois meses. Espalhou um sem número de mentiras. Dizia-se vítima de
espancamentos sucessivos, vítima de violência e até de atropelamentos.O mesmo
aplicado aos filhos. Factos zero. Provas zero. Relatos dos vizinhos zero.
Chamada para a perícia médico-legal não compareceu. Na primeira avaliação
psicológica a única coisa que demonstra é querer, sem razão, é não permitir a
convivência dos filhos com o pai. Os pais dela desmentem a versão. Não vou
entrar em pormenores sórdidos que incluem medicações perigosas para os filhos,
mudanças várias de escolas e de casas, retirada dos filhos à mãe... O que
mudou: quase nada. Apenas os pais dela, que inexplicavelmente, em vez de
defenderem os netos preferem defender as loucuras da filha. Apesar de este pai
ser um bom pai, de ter emprego fixo e estável, avaliação psicológica e social
mais do que positiva, nenhum juíz (e já lá vão 3) lhe atribuiu a guarda
(ainda). Tem tido azar em tudo. Juízes demasiado jovens, sem coragem, médicos
incompetentes, psicólogos maus,técnicos pouco aplicados. Vítima de funcionários
do Estado que se demitem do seu papel e que não acham este caso (demasiado)
grave nem urgente. Este é o perigo dos casos que os outros não consideram
graves. Há outros com maior prioridade e (realmente) graves. Gente que faz
pouco ou nenhum trabalho de casa e que mal sabe investigar. E gente que dorme
bem à noite, sem qualquer remorso. Até lá, espera-se com uma paciência estoica
e com um fé que se pede que não desvaneça. Este pai sente-se inútil e impotente
por não poder fazer mais do que lutar pelo melhor para os seus filhos e esperar
que a justiça dos homens seja feita. Responsabiliza os juízes que optam sempre
pela solução mais fácil que é não decidir. Que é passar a responsabilidade para
o outro. Isto é o que mais se tem visto. Gente de verdade com muita coragem.
Justiceiros. Juízes como Joaquim Silva a quem chamam “defensor dos filhos com
pais em guerra”.
E por último, coloquemos na ordem do dia, tal como a
violência doméstica, o síndrome de alienação parental. Pessoas que acham que os filhos são
propriedade sua, pais que querem que os filhos escolham e/ou gostem de apenas
um dos progenitores e da sua família. Isto é uma calamidade social. E é preciso
vive-la de perto. Passar por ela para que saibamos a sua dimensão.
E como me disse uma grande amiga é “ser confiante que as
coisas só podem melhorar”. É essa a fé no futuro. E confiar que as pessoas más
não triunfarão e que a maldade tem que ser punida.
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