sábado, 23 de junho de 2012

Fim de semana passado


O melhor de NYC é que raramente se repete alguma coisa. Descobrimos sempre coisas novas e lugares aos quais talvez não voltaremos. Desta vez tive a visita da S. Que chegou duas horas atrasada por causa da trovoada em Miami. Acabamos por ir jantar ao Metro Diner que foi talvez onde mais jantei no ano passado. Não sei que branca me deu mas quando fomos para pagar, quando o gerente  dá o troco, eu pego em todas as notas e moedas e saio. Mal saio do restaurante a S. pergunta-me da gorjeta e aí voltei à realidade. Não sei o que me deu mas por momentos pensei estar em Portugal e esqueci-me completamente da obrigatória gorjeta. A maioria dos turistas, principalmente europeus, discorda. Muitos deles escapam-se de dar a “aconselhada” gorjeta de 15-20% e é por isso que muitos dos restaurantes quando desconfiam que são turistas incluem na conta a gorjeta. Se me perguntarem se concordo, discordo completamente. Mas é um sistema enraizado. A maioria das pessoas que trabalha nos restaurantes ou não tem ordenado ou recebe pouquíssimo e o seu salário baseia-se na “aconselhada” gorjeta. Agora imaginem-me a não dar gorjeta e pensar que a pessoa que me serviu fica sem salário. É que aqui não tem nada a ver com Portugal, a gorjeta não é um complemento ao ordenado, é mesmo o ordenado.
No dia seguinte fomos ao Boathouse no Central Park a conselho de um conhecido da S. Antes disso passamos por Strawberry Fields que eu não conhecia e pela Bethesda Fontain. O Boathouse tem uma vista espectacular para o lago com barcos no Central Park. É um lago do Bom Jesus gigante, como disse a S. Esperamos uma hora por uma mesa. O brunch não foi dos melhores mas o lugar e a vista valem a visita e o preço. Percorremos o Central Park até Columbus Circle e fomos de Metro até Chelsea onde entramos no High Line até ao MeatPacking District. Continuamos a descer pelas ruas de West Village e paramos para um copo no White Horse Tavern onde Dylan Thomas bebeu até morrer. O objectivo era “ver o ambiente” no Top of the Standard Hotel (o antigo Boom Boom Room) famoso pela melhor vista de de NY, tudo em vidro, inclusive as casas de banho. Mas como não atinei com o hotel, decidimos ficar na esplanada do White Horse Tavern. E grande escolha, segundo a S., que acabou por ver a Julianne Moore e a filha. Pequenina, magrinha e tão bonita ao vivo como na tv, de preto e com uns óculos Ray-Ban iguais aos meus! Continuamos a descer em direcção à Freedom Tower, passamos por Chinatown e por Tribeca e paramos numa trattoria italiana para um aperitivo. Acabamos a comer uma salada e mais copos de vinho. O objectivo era ver o pôr-do-sol em Battery Park. Ainda chegamos a tempo e tivemos a ideia de atravessar o Ferry até Staten Island porque a S. Nunca tinha andado e eu nunca o tinha feito ao fim da tarde/noite. Vale a pena! Depois, continuamos à beira rio até ao Pier 17 e seguimos para Chinatown onde levamos a S. ao mítico Joe’s Shanghai para provar os soup dumplings. A S. não ficou fã. Eu, por mais que lá vá, gosto cada vez mais... Seguimos para Little Italy para a sobremesa na Little Ferrara. Depois do dia inteiro a andar ainda faltava mais uma coisa: Stone Rose Lounge, aconselhado por um expert de Miami. O sítio só podia valer a pena. Lá regressamos a Columbus Circle e estavamos vestidas com a roupa que andamos todo o dia, e eu especificamente de ténis All Star. A S. deu-me a táctica infalível de colocar os óculos de ler. Ahahhaha. Entramos sem problema. Tinha uma vista espantosa sobre Columbus Circle e Central Park. Tinha um DJ com música boa, pessoas bonitas mas que não vêm à cidade só ao fim de semana, o dress code não era o típico “quanto mais mostrar melhor” nem os tacões (que a maioria não sabe equilibrar-se com classe neles). Os cocktails eram bons e fortes, pelo menos os que experimentamos. Ao entrar no táxi de regresso a casa reparamos que duas miúdas com o habitual dress code de fim de semana não conseguiram entrar... A táctica dos óculos funcionou!














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