segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Presente no Futuro

Seguiu-se a brilhante conversa entre um dos maiores pensadores contemrâneos, Eduardo Lourenço, e uma das vozes mais bonitas de Portugal e um grande condutor de conversas, Carlos Vaz Marques.



A penúltima sessão do dia foi “Música e liberdade”. Aline Frazão, Amélia Muge, Mitó e Lura moderadas por José Carlos Araújo. Não percebo muito de música e tão pouco estou actualizada com as novas tendências. De todas estas pessoas só reconheci a Amélia Muge mas nem sequer conheço o trabalho dela. De todas, foi a que melhor falou.
Aline Frazão veio de Angola para estudar jornalismo e acabou na música. Falou de outro tipo de realidade: ter comida na mesa”. Falou da falta de democracia em Angola (esta, real). Falou de míninos necessários numa sociedade, finalmente já ultrapassados em Portugal: “comida na mesa, escola e assistência médica”.

Lura disse que para ela “a liberdade é posta ao serviço de Cabo Verde e que serve para ultrapassar a timidez e a dizer aquilo que sente em palco”.

Mitó é vocalista da A naifa. Tem uma voz poderosa mesmo sem cantar. Um corpo tão franzino e uma voz tão forte. Não a conhecia. De todas foi, talvez, a que apresentou um discurso mais radical: “nunca deixem de de pensar pela vossa cabeça nem de lutar pelos vossos direitos”. Falou da música Tourada que foi reinterpretada por ela e que descreve o ambiente político e social de 1973 que é muito semelhante ao de 2014”. Exagerada, no mínimo. A Mitó em 2014 pode fazer estas afirmações sem que nada lhe aconteça e em 1973 nem nascida devia ser, e com mais certeza ainda, não poderia fazer estas afirmações, de facto. Mas tenho a certeza que deve ser muito melhor intérprete do que comentadora política.


A última sessão do dia foi do Governo Sombra. Começaram por falar da vitória de António Costa, o Gandhi de Lisboa, como o apelidou um jornal indiano. E da sua primeira atitude enquanto líder do PS: “abster-se violentamente de citar Seguro”. Imaginaram o futuro de António José Seguro como Provedor da Santa Casa da Misericórdia. Criticaram a “maneira de ser muito plástica” de Seguro, “como se tivesse uma vassoura num sítio que os pombos são analisados na China”.

João Miguel Tavares foi indicado para Ministro do perímetro (orçamental), Pedro Mexia para Ministro da estupidez e Ricardo Araújo Pereira para Ministro das condições.
A parte que mais gostei foi quando falaram de um artista de Braga (na verdade, de Barcelos) que fez os bustos comemorativos do centenário da República. Pelo vistos, este artista, já tinha apresentado uma obra Padres, Prostitutas e Paneleiros (aka 3P’s) que mostrava “o padre a colocar as mãos nas nádegas das duas restantes entidades”.

Mesmo no final, o João Miguel Tavares, mostrou o livro com a obra completa de Machado de Assis editado pela Glaciar com a Academia Brasileira das Letras e que estará disponível em todas as bibliotecas públicas nacionais.




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