quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

One if by Land, Two if by Sea


Na terça fui ao que é considerado o restaurante mais romântico de NYC: One if by Land, Two if by the Sea. O jantar estava marcado para as 8:30 e ainda tinha que ir a casa deixar o computador. Sem tempo para mais nada, saí a voar de casa e não tinha nada que enganar. Era somente entrar na 116 e sair na Cristopher St. Como a minha carteira era pequena, não levei sequer um livro para ler no metro mas levei o ipod. Pelos cálculos do google maps demorava apenas 26 mns a chegar. Saí 30 mns antes de casa. Mas nem assim! Quando reparo, era para sair... mas já não fui a tempo... continuei até à próxima paragem: Houston st. Saí e voltei a entrar para regressar à paragem onde deveria ter saído. Chego à rua do restaurante e reconheci a entrada. Lá vou eu toda contente, já uns minutos atrasada (teria tudo corrido bem se saísse onde devia), e espreito através da janela, vejo uma porta e entro.. era a errada.. mas fiquei logo junto aos sofás onde eles estavam à minha espera. Copo de vinho no restaurante: 14 dólares!! Copo não, aquilo parecia mais um shot. 

O ambiente era intimista, um piano ao fundo, lareiras, pouca luz (aquela que a Blanche do “Eléctrico chamado desejo” havia de gostar). Tenho a dizer que havia toalha de pano na mesa. A coisa prometia! Em NYC toalha de pano já é um bom indício. Flores naturais. As nossas acho que eram rosas mas podiam também ser camélias... provavelmente estou a dizer uma grande asneira.  A minha mãe fica sempre muito triste por causa desta minha falta de conhecimento em relação às flores e às plantas em geral. Eu tento, juro que tento, mas a minha indiferença não muda. Cada um é para o que nasce! Continuando, prato para o pão e faca de manteiga, outro sinónimo de luxo cá! Trouxeram o pão que nos foi servido com talheres directamente de um grande tabuleiro: um parecia um pão de leite e o outro parecia um pão saloio mas bastante salgado, eu gostei. Quando cheguei já sabia o que escolher: Chestnut Tagliatelle (entrada), Risotto Beech Mushroom (prato principal) e Meyer Lemon Tart (sobremesa). A massa estava muito boa, al dente, mas não consegui perceber o sabor das castanhas. O rissotto estava no ponto, cremoso e achei até demais. Partilhei com a N. Braised Short Rib que foi do melhor que já comi no que respeita à qualidade do produto e confecção. 

A bomba da noite foi a tarte de limão, que apesar de parecer pequena na foto, era mais que suficiente. Bastante doce a contrastar com o amargo do limão e depois suavizado com o gelado. Excelente escolha. Foram umas horas muito bem passadas porque o nosso tempo foi dividido entre longas conversas (é verdade que os portugueses falam muito e têm sempre assunto), e em adivinhar o que as diferentes mesas estariam a fazer. A mesa a que dedicamos mais atenção estava com um casal com umas flores diferentes de toda a sala, a combinar com o pullover do suposto noivo e com o vestido da suposta noiva. As nossas apostas eram para que ele ia oferecer-lhe o anel... Ele bebeu sempre chá, depois veio champanhe... e depois veio a conta... Quando ele olhou para a conta (enquanto ela foi à casa de banho) até se engasgou. O que reparamos é que todo o molho de notas que tinha na carteira foi para o jantar. Se houve anel ou não, não o vimos....


Photo by Neide Vieira

Photo by Neide Vieira

O que veio depois do pão 
Photo by Neide Vieira

Chestnut Tagliatelle
venison ragout, pecorino ginepro
Photo by Neide Vieira


Beech Mushroom Risotto
castelmagno, superfino carnarolli
Photo by Neide Vieira


Braised Short Rib
kombu dashi, korean glaze, local radishes, sticky rice
Photo by Neide Vieira

Meyer Lemon Tart
meringue, hibiscus sorbet, pâte sucrée
Photo by Neide Vieira





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