Há uns tempos lia
que muita gente achava a Isabel Moreira uma histérica, principalmente por causa
do célebre debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, onde acharam
que o tom e voz foram excessivos. Na minha opinião, com uma bancada do contra,
como aquela, quem não perderia a pose? Mas de facto, não detesto a voz da
Isabel Moreira. A voz que eu detesto é a da Fernanda Câncio. A senhora até pode
falar muito bem, escrever muito bem, ter muitos conhecimentos e achar que sabe,
mas aquela voz e aquela pose que só lhe falta a mão na cintura, fazem-me
apetecer mudar de canal. Eu não aguento ouvi-la muito tempo, principalmente
quando o tom aumenta.
O discurso do
Marinho Pinto foi ridículo e inacreditável. Se eu não tivesse visto com os meus próprios olhos, provavelmente acharia
que estariam a exagerar. A única coisa que durante todo o programa concordei
inteiramente foram os elogios que fez aos pais da Isabel Moreira [Adriano
Moreira e Mónica Mayer]. Este homem não parece deste tempo! Este senhor não se
pode esquecer que ali não era apenas o Dr. Marinho Pinto mas o mais alto
representante dos advogados. E convenhamos que ficou muito mal na fotografia. O
auge do ridículo foi quando perguntou a um dos casais de mulheres presentes na plateia: “Tem o direito a esconder um pai às
suas filhas?. O Dr. Marinho Pinho sabe que os casais inférteis podem
recorrer à fertilização in vitro com um espermatozóide de dador desconhecido?
Claro que todos
sabemos e concordamos que uma criança é fruto da fecundação de um óvulo com um espermatozóide Mas não é isso que está em causa, mas o de garantir direitos a
quem não os tem. Esta coisa de podermos opinar em causas alheias é muito bonito
e prático. Mas de facto, nós desconhecemos [ou eu pelo menos, falo por mim] o
que é criar um(a) filho(a) como tal e ter a remota possibilidade de no futuro
não ter qualquer direito sobre ele(a). E encheu-me de orgulho, os partidos mais
à direita terem dado liberdade de voto aos deputados que puderam votar em
consciência.
Para não falar do discurso
pouco científico do Luís Villas Boas, do Refúgio Aboim Ascensão, e
que segundo li é psicólogo. O senhor, com as suas opiniões infundadas,
parecia estar preocupado que as instituições como a que dirige ficassem sem
crianças e que isso não lhe garantisse emprego no futuro. As crianças precisam
de um pai e de uma mãe?! Então as que são criadas parte da vida em instituições
como as que dirige? E os filhos de pais que morrem e são criados por apenas um
deles ou por família? E aqueles por qualquer outro motivo nunca viveram com os
pais? E já agora, se a homossexualidade “se pega”, provavelmente por osmose ou
por convívio, de onde “aparecem” tantos homossexuais, na sua maioria criados
por um pai e uma mãe heterossexuais?
A Isabel Moreira,
que eu não conheço pessoalmente, mas conheço o que escreve e o que defende,
teve uma paciência acima da média a tentar explicar o quão discutível é opinião
de quem é contra a lei da co-adopção. Foi clara, aliás, claríssima e deu os
exemplos mais concretos de quem esta lei vai conseguir proteger. O Paulo
Corte-Real, com a voz linda que tem, é sempre um gosto ouvir.
Aquele pai todo beto
que ao defender a sua família com 3 filhos biológicos e 1 adoptado que dizia
que este último classificou como uma “estupidez” esta lei. Coitadinho do menino,
formatado por estes pais, como poderia ele ter outra opinião? Já está no bom
caminho...
Então a queque da
advogada que falou contra a lei...pelo amor de Deus!!! Aquela miúda, que não
deveria ter mais idade do que eu, se eu fechasse os olhos, teria pensado que era
alguém da geração dos meus avós de uma terra algures perdida no interior do
nosso país!!!
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