Acordei relativamente cedo para um domingo. Desci para o
pequeno-almoço. Por mais coisas, apetitosas ou não, o meu pequeno-almoço é
sempre o mesmo: leite com café e pão com manteiga. Nunca escolho, é sempre
mecânico.Felizmente, este hotel, não aderiu à revoltante “moda” daquelas
máquina de café e leite instantâneo que fazem tudo e em que tudo sabe ao mesmo.
Enquanto as pessoas nos sites dos hotéis preocupam-se em avaliar o número de
coisas por metro quadrado que encontram para comer, a minha avaliação incide unicamente
na qualidade do leite, se é instantâneo ou não, e na qualidade do pão. Tudo o
resto para mim são artefactos.
Pequeno-almoço tomado e foi só atravessar a Av. da República
para ir ao Centro Comercial do Campo Pequeno comprar um presente para o mais
novo bebé que conheço. Tenho péssimo jeito para estas coisas. Fui cheia de
entusiasmo e boa-vontade à loja, que tinha previamente pesquisado, na internet.
Levava inclusive no tablet o que queria comprar. O que eu havia gostado não
tinham. Requisitos: qualquer coisa que se comparasse a um boneco e que tivesse
música. Depois de ver alguns, apaixonei-me pelo rato (tinha bigode e tudo!!!). [“Rato”
era como os meus pais me chamavam até à minha adolescência. Provavelmente o nome
deve-se ao tamanho e peso insignificantes, semelhante a um rato, com as minhas
1600 g quando nasci. Mas como a adolescência é acompanhada sempre por dose
máxima de estupidez, dei o meu grito de Ipiranga, e proibi os meus pais de me
chamarem “Rato”. Passadas a estupidez e a adolescência, quis voltar o tempo
atrás e que voltassem a chamar-me “Rato”... não mais consegui... acho que só o
consigo quando estou doente...]. Adiante, posso também dizer que os ratos são a
imagem de marca da minha investigação durante o meu doutoramento. Daí estas
duas ligações afectivas profundas que me fizeram cair de amores por aquele rato
da loja. Não estive mais do que 10 minutos na loja mas a senhora que me estava
a atender parecia estão num dia mau ou não gostar do que estava a fazer. Sempre
que eu pedia opinião ou questionava se o dito animal tinha música, se era
indicado para menino ou menina, de que animal se tratava...Tudo questões
simples, era o que fazia. Fiquei muito decepcionada porque a senhora era
brasileira e geralmente os(as) brasileiros(as) são sempre simpáticos(as). Como
a minha paciência estava a esgotar-se pela falta de paciência dela, e o rato
não tinha música, decidi-me, à pressa, por uma abelha (que não parecia uma
abelha mas que tinha música). E afinal, uma das mães adora abelhas, pelo menos
nisso, não estava a errar!
Segui para a Gulbenkian com o objectivo de conhecer o La. Uma
perfeição! Em duas horas não o ouvi mas consegui ver-lhe os olhos! Lindo de
morrer! Dizem que os bebés são todos iguais. Não acho, acho é que há uns que
nos arrebatam mais do que outros. Percorremos os lindos jardins da Gulbenkian e aquilo que parece uma vegetação tropical cheia
de sombras, recantos, riachos, jardins, arbustos, esconderijos, anfiteatros,
caminhos...
De tarde fui ao Museu da Cidade. Voltei, depois, à
Gulbenkian, ao Centro de Arte Moderna (CAM) para a exposição do Amadeo de Souza
Cardoso. Uma colectânea de imensos quadros deste pintor, nas suas mais diversas
fases. Alguns deles já os tinha visto na exposição conjunta Amadeo + Mondrian.
Para quem ainda não foi, aqui fica o desafio, a não perder!
Sem comentários:
Enviar um comentário