"I left my true love in the Dominican Republic when I was very young. My family was leaving for Puerto Rico. I ended up marrying a man who did not treat me well, and moving to America. My true love is married now as well. I still talk to him, but we cannot be together. It is impossible. Maybe when we die, it will be possible. I hope that we die at the same time."
"What was the greatest day you ever spent together?"
She laughed, looked down, and said: "A week before I left the Dominican Republic, he said to me: 'If you don't come to the hotel with me, I will kill myself."
In "Humans of New York"
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
domingo, 27 de outubro de 2013
LOU REED 1942 - 2013
Perfect Day
Just a perfect day
Drink sangria in the park
And then later, when it gets dark
We go home
Just a perfect day
Feed animals in the zoo
Then later a movie, too
And then home
Oh, it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you
Oh, such a perfect day
You just keep me hanging on
You just keep me hanging on
Just a perfect day
Problems all left alone
Weekenders on our own
It's such fun
Just a perfect day
You made me forget myself
I thought I was someone else
Someone good
Oh, it's such a perfect day
I'm glad I spent it with you
Oh, such a perfect day
You just keep me hanging on
You just keep me hanging on
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
You're going to reap just what you sow
A carta emocionada de Susana de Moraes para Vínicius de Moraes
domingo, 20 de outubro de 2013
Centenário do nascimento de Vinícius de Moraes
De passagem pelo Estoril, enquanto aguardava o navio partir,
Vinicius de Moraes escreveu aquele que talvez seja o mais famoso poema de sua
obra: “Soneto de Fidelidade”, dedicado a Tati (Beatriz Azevedo de Melo Moraes,
sua primeira mulher e mãe dos seus filhos Susana e Pedro). Este poema
celebrizou-se pelo terceto final, que guarda uma das mais belas definições do
amor já produzidas em língua portuguesa: “Eu possa me dizer do amor (que
tive)/ Que não seja imortal, posto que é chama/ Mas que seja infinito enquanto
dure”.
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Os bichos
Nunca tive animais de estimação. O meu pai sempre teve peixes
e tartarugas. E tivemos um canário que se chamava Francisco. De resto, tirando
os cães dos meus avós na infância, a minha experiência era quase nula. Quanto a
gatos, durante anos detestei-os porque quando tinha 3 anos, para largar a
chupeta, que eu fazia questão de a perder por todos os cantos, os meus pais
decidiram culpar o gato da minha avó. Levaram-me a acreditar, tal era o vício
da chupeta, que o gato tinha feito cocó nela. E do que é eles se lembraram? De
colocar café em pó molhado em cima da chupeta... Durante dias o gato não pode
aproximar-se de mim. E durante anos tive essa injusta aversão a gatos. O pobre
do gato não teve culpa nenhuma...
Anos mais tarde conheci gatos adoráveis que até pareciam
cães. E ainda tinha a esperança de poder ter um. Mas com a desculpa de durante
o doutoramento não ter horas para nada, as viagens serem muitas e o meu poiso
mudar a cada 6 meses, desisti da ideia.
Racionalmente, eu sou a pior pessoa para ter animais domésticos.
Vivo num apartamento pequeno, passo pouco tempo em casa, gosto de liberdade,
gosto pouco de ter amarras, gosto de fazer o que me apetece e muitas das vezes
sem planos... Agora, vejo-me com a Bu, uma cadela bebé que não deve ter mais de
4 meses e não chega aos 5 kgs. Acho que ela deve passar o dia a dormir. Se não
passa, deve sofre de insónias, como eu. Passa as noites a abanar com o rabo
sentada à porta do meu quarto. Quando me apanha a dormir tenta subir para a
cama. Quando estou acordada, nem se atreve a entrar no quarto. Quando tomo o
pequeno-almoço partilho o pão com manteiga. No início comia tudo. Agora lambe a
manteiga e deixa ficar o pão. Um dia deste deixei cair leite com café no chão.
Nos segundos que demorei a limpar o chão descobri que também é uma grande
adepta! Quando não faço o que ela quer, gane. Quando quer ir à rua gane também.
Acabei por descobrir a diferença baseada nas horas.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Os ossos do ofício
Há exactamente 9 dias, ainda a Bu não sabia andar direito na rua, nem eu a sabia guiar, aconteceu-me isto. Fomos levar uma garrafas de vinho para a reciclagem e o barulho foi tanto que ela devia ter pensado que o mundo estaria a acabar e desatou a fugir. Eu, com o susto, e por ter sido apanhada de surpresa, segurei a trela como pude... antes de a segurar, a parte de plástico bate-me na mão e fez-me este golpe. Pela localização do corte que se situa numa parte delicada por ser muito perto do osso, não pude ser suturada. O que deveria ser uma ferida pequena, foi piorando com os dias, até que me imobilizaram os dedos. Hoje, finalmente vou ver-me livre da ligadura e deixar de andar "presa".
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
Prece
Talvez
que eu morra na praia
Cercada
em pérfido banho
Por toda a espuma da praia
Como um pastor que desmaia
No meio do seu rebanho.
Talvez que eu morra na rua
E dê por mim de repente
Em noite fria e sem luar
E mando as pedras da rua
Pisadas por toda a gente.
Talvez que eu morra entre grades
No meio de uma prisão
Porque o mundo além das grades
Venha esquecer as saudades
Que roem meu coração.
Talvez que eu morra de noite
Onde a morte é natural
As mãos em cruz sobre o peito
Das mãos de Deus tudo aceito
Mas que eu morra em Portugal.
Por toda a espuma da praia
Como um pastor que desmaia
No meio do seu rebanho.
Talvez que eu morra na rua
E dê por mim de repente
Em noite fria e sem luar
E mando as pedras da rua
Pisadas por toda a gente.
Talvez que eu morra entre grades
No meio de uma prisão
Porque o mundo além das grades
Venha esquecer as saudades
Que roem meu coração.
Talvez que eu morra de noite
Onde a morte é natural
As mãos em cruz sobre o peito
Das mãos de Deus tudo aceito
Mas que eu morra em Portugal.
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
A Bu Riscas
Faz hoje exactamente uma semana que encontrei a Bu na
estrada. Um dia de sol, como tantos outros, com a S. ao lado, descíamos
calmamente a Falperra até às Taipas e reparamos no que inicialmente parecia ser
um cão pequenino, desorientado no meio da estrada. Não saía da estrada. Parei o
carro e fomos buscá-lo, antes que
passasse à história, ou que não fizesse história de todo. Reparei imediatamente
que era uma cadela. Ela encantou-se connosco e nós com ela. Não tive dúvidas.
Não sei o que se me passou pela cabeça mas quis que entrasse imediatamente no
carro. Foi na parte de trás com a S. a fazer-lhe festinhas o resto do caminho.
Chegadas ao lab toda a gente que a viu adorou-a. Tratamos de improvisar-lhe um
recipiente de água. E nesse dia a minha
vida, tal como a conhecia, mudou. Animais para mim eram seres desconhecidos.
Nesse dia, comprei-lhe comida, trelas, brinquedos, desparasitei-a (interna e
externamente) e dei-lhe banho. Deram-me uma bata branca velha para a levar no
carro, tal era o festival de pulgas! Elas eram tantas que eu até fiquei com uma
epidemia psicológica. A coceira só passou no dia seguinte. Depois começaram as outras sagas: aprender a
fazer xixi e cocó no jornal; aprender a andar na rua; regular o ritmo biológico
de acordo com as idas à rua (de manhã e à noite); ensiná-la a não ganir... Até
ao dia de hoje faz tudo mais ou menos com a excepção audível do ganir. Ganir é
sagrado. Seja quando vou para a cama ou quando saio de casa. No primeiro e
segundo dia, fez cocó e xixi por todos os cantos da casa com excepção dos
quartos. Nunca a castiguei ou lhe ralhei. Foi sempre o reforço positivo: fazer
a festa quando acertava! Nos dias seguintes acertou sempre e desde ontem que
faz exclusivamente na rua! Grandes evoluções! Isto não seria possível, claro,
sem todas as dicas preciosas de amigas experientes. Eu que nunca ia para a cama
antes das duas da manhã, obrigo-me a ir a horas decentes para que a Bu faça o
seu festival de voz, sem que os vizinhos percam a paciência. Às 7:30, seja
sábado ou domingo, tenha ido dormir há uma hora ou a noite toda, ela dá a voz
da alvorada! E eu, qual independente convicta, deixo-me dominar pelos caprichos
dela. Eu que nunca saía de casa sem banho tomado, a única coisa que tenho tempo
de fazer é vestir qualquer coisa, tomar a minha vacina em jejum, colocar a
trela na Bu e rezar para que ela aguente até ao exterior do prédio. Das duas
vezes que tentei tomar banho antes, a Bu não aguentou mais a vontade. Agora o
segredo é correr bastante. Faz-me bem a mim porque retomei a actividade física
e à Bu que se cansa e pode dormir bem. Depois é voltar a casa, tomar o pequeno
almoço enquanto lhe atiro os ratos que ela faz questão de trazer de volta,
tomar banho e rezar para que não seja um dia entusiasmado para ganir quando
fechar a porta.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
Boris Yeltsin
Saímos já tarde de Braga e ainda foi o caos para entrar no Porto. Tínhamos mesa marcada no Kyoto na Baixa para as 8 e conseguimos chegar às 8:45!!! A peça, começava às 9:30. O desespero era tanto que implorávamos que tínhamos que sair às 9:25... A verdade é que conseguimos... levar a comida num "taparueco". Conseguímos, evidentemente, chegar atrasadas...
Encontro entre o encenador Nuno M. Cardoso e o dramaturgo Mickael de Oliveira, "Boris Yeltsin" é uma incursão teatral feita de humor negro e mordaz ironia pelo lado b da vida doméstica, mas também pelo espectáculo da discricionariedade política e suas devastadoras consequências num mundo em que se festeja a falência moral e económica.
Encontro entre o encenador Nuno M. Cardoso e o dramaturgo Mickael de Oliveira, "Boris Yeltsin" é uma incursão teatral feita de humor negro e mordaz ironia pelo lado b da vida doméstica, mas também pelo espectáculo da discricionariedade política e suas devastadoras consequências num mundo em que se festeja a falência moral e económica.
“É um relato de uma família disfuncional, com um pai,
Argaménon (António Durães), vindo do ultramar, de um Portugal já longínquo, com
uma visão um pouco extremada, ainda com linhas fascistas e conservadoras; uma
mãe (Luísa Cruz) que ficou em Portugal, com uma visão socialista da realidade e
consegue lidar melhor com a mudança e que gosta de casos extraconjugais; e um
filho, Orestes, na casa dos trinta, interpretado pelo actor Albano Jerónimo,
que é médico mas que vive não se sabe de quê. A família vive num conflito
geracional, económico, social, político, eco do Portugal contemporâneo, entre
pai e filho, onde a mãe tenta, sem sucesso, desempenhar um papel conciliador,
que culmina no momento trágico da morte do primeiro às mãos do filho. Este
momento trágico simboliza o gatilho de mudança para outro registo completamente
diferente, que de outra forma nunca seria possível. Tal como a personagem que
dá nome à peça, Argaménon está preso e é vítima de um processo que escapa ao
seu controlo: o facto de o poder político não conseguir alterar realmente as
coisas.
O que está descrito acima é o que li
depois da peça. Há coisas que durante a peça não percebi. Se quiserem ver o
Albano Jerónimo nu durante muitos minutos aproveitem. Faz bem aos olhos!
Habitualmente, dizem que as pessoas costumam ser melhores vestidas do que nuas.
A Mafalda Lencastre é o contrário. Vestida fica aquém do que sem roupa. Até
parece mais gorda, quando na realidade tem a magreza da juventude. Quando a
peça acabou fiquei a pensar “que peça marada!”. Há por ali muito complexo de
Édipo pelo meio. São claras as ligações às tragédias gregas.
E no final, como era a estreia, ainda fomos à festa no bar do Teatro Nacional São João. A S. apresentou-me o António Durães, que por sua vez, nos apresentou o Albano Jerónimo: "Olá, muito prazer, eu sou o Albano".... Dah!!! Claro que sei!!!
E no final, como era a estreia, ainda fomos à festa no bar do Teatro Nacional São João. A S. apresentou-me o António Durães, que por sua vez, nos apresentou o Albano Jerónimo: "Olá, muito prazer, eu sou o Albano".... Dah!!! Claro que sei!!!
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Ser espiritual – da evidência à ciência de Luís Portela
Há duas semanas fui à apresentação do livro “Ser espiritual –
da evidência à ciência” do Luís Portela apresentado pelo Nuno Sousa. O Nuno
Sousa, médico, e investigador na área das neurociências, a apresentar um livro
assim parecia uma antítese. Afirmou que este livro não é anti-ciência e
refugiou-se no senso-comum da questão: “o que é uma boa obra?”. E no caso
pessoal, citou um seu professor: “Como sabes que desta uma boa aula?”. Referiu
que uma boa aula é aquela que desperta a curiosidade, que nos leva a procurar.
E terminou a dizer que depois de ter lido este livro sentiu-se curioso.
O Luís Portela começou por elogiar o Nuno Sousa, a quem
chamou “força da natureza”. Disse que este era “o seu livro”. Dedicou-se à
Bial. Foi escrevinhando uns textos para a Visão e para o JN que foram
posteriormente compilados em livro. Sentiu que aos 60 anos tinha o direito de
fazer na vida aquilo que lhe desse mais prazer. Intensificou a busca que lhe interessou nos últimos 50 anos.
Referiu que gosta desde os tempos da juventude de religião, ciências nestas
áreas, yoga, budismo e leitura comparada da Bíblia. Mistérios e milagres que
não tinham resposta lógica aos olhos da ciência convencional. Foi para Medicina
para explicar muitas das dúvidas espirituais e que a ciência pudesse dar resposta.
Foi professor de psicofisiologia e ia fazer o doutoramento em Oxford. Devido à
morte prematura do pai, aos 27 anos foi para a presidência da Bial. Prometeu a
si próprio que iria apoiar a investigação nesta área. Após 5 anos, a Bial criou
o Prémio Bial. Após 10 anos, criaram a Fundação Bial para apoiar projectos de
investigação científica, principalmente na área da Psicofisiologia. O conselho
científico da fundação é constituído por 30 personalidades do mundo científico
e são eles que seleccionam os projectos.
A primeira razão da escrita deste livro, para Luís Portela,
foi a partilha da sua forma de pensar, o prazer dessa partilha. Este livro
pretende ser um sinal de alerta. O que andamos aqui a fazer. Um esforço para se
entender de onde se vem e para onde se vai. Levanta o tema que cabe à ciência
descortinar, levantar o véu da verdade, cabe à ciência dar um esclarecimento.
Defende que estamos neste mundo para aprendermos e que cada pessoa vai
evoluindo mais ou menos consoante se esforça mais ou menos. Não acredita no acaso.
Acredita no passado. Afirmou que desde a antiguidade existem descrições de
pessoas que vêem imagens, que ouvem e sentem coisas que a maioria não vê, não
ouve e não sente. Descrições de contactos com um mundo para além do mundo físico.
Existem inúmeras descrições de pessoas que passaram por condições perto da
morte. Pessoas que viram o seu corpo físico mas não se reconheceram e observavam-se
fora dele. Relatam os túneis. E depois consciencializam-se que a sua missão
ainda não acabou e regressam ao mundo físico. Falou de cientistas que estudaram
apenas crianças em vários locais do mundo que referiam vidas passadas. Defendeu
que a ciência pode até ser relutante em aceitar estes casos mas que não percebe
a razão de não os estudar. Falou ainda de psiquiatras que usam a regressão para
explicar situações traumatizantes e descreveu duas situações impressionantes que
ele próprio assistiu. Para além disso, referiu a transcomunicação instrumental,
que nunca tinha ouvido falar. Teve a humildade de dizer que este livro não tem
nenhuma verdade científica final mas factos que precisam de ser mais estudados.
Falou-se ainda da parapsicologia que não é ainda uma ciência mas uma disciplina
da ciência. Citou-se ainda Abel Salazar: “Nada do que é estranho ao Homem pode
ser estranho à Medicina”.
E eu termino a fazer a pergunta que queria ter feito mas
não houve tempo para a colocar: o que distingue afinal um esquizofrénico de
uma pessoa que vê, ouve e sente coisas que a maioria não consegue?
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