Saímos já tarde de Braga e ainda foi o caos para entrar no Porto. Tínhamos mesa marcada no Kyoto na Baixa para as 8 e conseguimos chegar às 8:45!!! A peça, começava às 9:30. O desespero era tanto que implorávamos que tínhamos que sair às 9:25... A verdade é que conseguimos... levar a comida num "taparueco". Conseguímos, evidentemente, chegar atrasadas...
Encontro entre o encenador Nuno M. Cardoso e o dramaturgo Mickael de Oliveira, "Boris Yeltsin" é uma incursão teatral feita de humor negro e mordaz ironia pelo lado b da vida doméstica, mas também pelo espectáculo da discricionariedade política e suas devastadoras consequências num mundo em que se festeja a falência moral e económica.
Encontro entre o encenador Nuno M. Cardoso e o dramaturgo Mickael de Oliveira, "Boris Yeltsin" é uma incursão teatral feita de humor negro e mordaz ironia pelo lado b da vida doméstica, mas também pelo espectáculo da discricionariedade política e suas devastadoras consequências num mundo em que se festeja a falência moral e económica.
“É um relato de uma família disfuncional, com um pai,
Argaménon (António Durães), vindo do ultramar, de um Portugal já longínquo, com
uma visão um pouco extremada, ainda com linhas fascistas e conservadoras; uma
mãe (Luísa Cruz) que ficou em Portugal, com uma visão socialista da realidade e
consegue lidar melhor com a mudança e que gosta de casos extraconjugais; e um
filho, Orestes, na casa dos trinta, interpretado pelo actor Albano Jerónimo,
que é médico mas que vive não se sabe de quê. A família vive num conflito
geracional, económico, social, político, eco do Portugal contemporâneo, entre
pai e filho, onde a mãe tenta, sem sucesso, desempenhar um papel conciliador,
que culmina no momento trágico da morte do primeiro às mãos do filho. Este
momento trágico simboliza o gatilho de mudança para outro registo completamente
diferente, que de outra forma nunca seria possível. Tal como a personagem que
dá nome à peça, Argaménon está preso e é vítima de um processo que escapa ao
seu controlo: o facto de o poder político não conseguir alterar realmente as
coisas.
O que está descrito acima é o que li
depois da peça. Há coisas que durante a peça não percebi. Se quiserem ver o
Albano Jerónimo nu durante muitos minutos aproveitem. Faz bem aos olhos!
Habitualmente, dizem que as pessoas costumam ser melhores vestidas do que nuas.
A Mafalda Lencastre é o contrário. Vestida fica aquém do que sem roupa. Até
parece mais gorda, quando na realidade tem a magreza da juventude. Quando a
peça acabou fiquei a pensar “que peça marada!”. Há por ali muito complexo de
Édipo pelo meio. São claras as ligações às tragédias gregas.
E no final, como era a estreia, ainda fomos à festa no bar do Teatro Nacional São João. A S. apresentou-me o António Durães, que por sua vez, nos apresentou o Albano Jerónimo: "Olá, muito prazer, eu sou o Albano".... Dah!!! Claro que sei!!!
E no final, como era a estreia, ainda fomos à festa no bar do Teatro Nacional São João. A S. apresentou-me o António Durães, que por sua vez, nos apresentou o Albano Jerónimo: "Olá, muito prazer, eu sou o Albano".... Dah!!! Claro que sei!!!
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