A primeira vez que vi a chef Luisinha foi na inauguração do City
Sandwich e no Portugal Day no Central Park (em que estava com a
Catarina Portas e o Tiago Mexia). O sorriso da Luisinha é a marca da sua
personalidade. Quando a vemos, tão pequenina, não imaginamos o mundo que tem lá
dentro. Semanas depois fomos ao Robert beber um cocktail. De conhece-la
apenas de vista, a conhecê-la mesmo, foi nesse dia que começou a nossa amizade.
Senti-me em casa, em família, aquilo que mais falta nos faz em NY: o conforto
de uma família. Nunca mais me esqueço que nesse dia nos presenteou com uma panna cotta e bambolinis. Depois desse dia, muitos
jantares se seguiram. Ofereceu-nos tanta coisa sem preço. Tratou-nos tão bem.
Levei lá toda a gente que conhecia, recomendei muita gente e inclusive o Ruben
Alves ainda hoje me fala do jantar memorável que lá teve.
A chef Luisinha é o exemplo que nenhum sonho é impossível.
Quando nos faltarem as forças, lembremo-nos dela. Foi enfermeira chefe muitos
anos, perdeu um grande amor, e há mais de 10 anos reformou-se e veio para NY
lutar pela sua outra paixão: a cozinha. Começar uma vida de novo, depois do
meio século de vida, longe de casa, do outro lado do Atlântico, não é fácil,
nem é para todos! [Ainda hoje me lembro da história da “morte do Bono!!!]. Não
são só sorrisos nem alegrias. Mas a força da Luisinha venceu tudo e tornou-se
uma chef reconhecidíssima.
Não me esqueço de todas as histórias fenomenais que a Luisinha
contava do hospital, de muitas aventuras de NY, do jantar que tivemos no LOURO (em que a Luisinha pagou a maior parte
porque nós, coitadinhos, éramos investigadores - nas palavras dela), dos
jantares memoráveis no Robert em que a Luisinha se sentava à nossa
mesa e bebia apenas uma água com gás, de como éramos tratados com verdadeiras
honras.
A Luisinha, apesar de ter viajado muito, antes de ter mudado para
NY nunca aqui tinha estado. Sempre disse que quando viesse a primeira vez
ficaria aqui para sempre. É de perder a conta quantas pessoas ajudou. E este
exemplo da Luisinha é fundamental, também, para percebermos como a cozinha é
uma forma de arte. Para além disso, adora flores como ninguém. E tem a neta uma
das suas maiores admiradoras.Tal como a avó, ama NY intensamente.[ Queria há
uns anos ter uma banca na Quinta Avenida].
PAPS, Portuguese Circle, principalmente em cidades difíceis como
NY, continuem com este excelente trabalho de aproximar os portugueses. Usem
sempre o exemplo da Luisinha e nunca estarão sós.
Luisinha, até muito breve,
pessoalmente. A vida sorri sempre a pessoas tão boas e com o coração tão
grande. Muito obrigada por nos fazer sentir tão perto de casa e por nos ter
mimado tanto.
Com um beijo meu,
A. (M)
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