terça-feira, 29 de maio de 2012

Crianças vs aviões

Há anos que ando de avião e nunca tive crianças tão mal educadas perto de mim como nestes últimos dois vôos. Toda a gente sabe que enquanto se espera numa sala de embarque o nosso olhar é quase magnético a procurar pelas crianças. Não são os bebés. Esses normalmente, não fazem birras de 7 hrs. Podem, pontualmente, estar com cólicas, mal-dispostos mas nunca horas seguidas. Nunca foram os bebés que me incomodaram nas viagens de avião. O que me incomoda e o que acho intolerável são aquelas crianças de 2-3 anos que para além de choronas, têm birras intermináveis e educações que deixam muito a desejar. A culpa não é delas, é dos pais que acham que viajam sozinhos sem ninguém à volta. Normalmente estas crianças têm determinadas características comuns: não obedecem a regras, fazem o que querem, habitualmente são crianças que deveriam falar quase correctamente mas têm linguagem de bebés de colo de tanto mimo que têm, querem tudo o que as outras crianças têm (mesmo que não seja adequado à idade), não obedecem aos pais, nunca param quietos (são hiperactivos, a nova palavra que está na moda para designar crianças com falta de regras)...No penúltimo vôo mesmo ao meu lado estavam 3 crianças com gradientes crescentes de mau comportamento. O miúdo mais bem comportado não tinha mais de 3 anos e apesar de mal-disposto esteve sempre distraído com os presentes que as hospedeiras lhe trouxeram e nunca se ouviu acima do volume normal. As outras duas crianças eram impossíveis, não tinham mais do que 2 anos mas já mandavam nos pais. As hospedeiras fizeram de tudo para que não perturbassem as outras pessoas e os pais ainda achavam que a culpa era dos outros. Eu imagino o quanto seja difícil ter uma criança bem comportada durante 8 horas. Mas este tipo de crianças são aquelas que se comportam mal mesmo fora dos aviões. Não me venham com a teoria  que lhes dá uma coisinha e que ficam assim de repente. Os pais com crianças assim deviam sentir-se, no mínimo, envergonhados por este festival. Mas não! Ainda acham que os outros é que estão errados por ouvir  berros, gritos, guinchos e afins (que não envolve linguagem e que mais parece típico dos animais). Só para dizer que o menino de 3 anos, mal o avião parou, eu olhei para trás e achei que ele estava muito pálido e a transpirar. E estava a dizer à mãe que não estava bem. Mal acaba de dizer isto e vomita a mãe. O menino, tão bem comportado, não deu um grito, não levantou a voz, não fez cenas. Após vomitar, recupera a cor e diz à mãe que já não se sente mal. Eu só imagino como teria sido o comportamento das outras duas nesta situação...
No vôo de ontem a coisa piorou muito. Duas crianças mesmo ao meu lado... Qual delas a pior... Tinham uns 3 anos e a única coisa que faziam era gritar. Mas gritar de troça. Daqueles berros irritantes de provocação. E acreditam que ninguém lhes fazia nada? Os pais não tinham mãos? Nunca nas 8 hrs vi uma sapatada, um castigo, nada. Os pais ali a ouvir os berros e só diziam para pararem... E claro que eles com o respeito que lhes tinham berravam cada vez mais. Estas crianças no futuro, não só vão berrar, vão falar alto, insultar e quem sabe bater nos pais. E estes pais bem merecem de tão totós que são. Pois, está bem, hoje em dia não se pode dar uma sapatada numa criança porque vai traumatizá-las. Pois é, fica mal dar uma sapatada mas não fica mal ter este comportamento arruaceiro em tão tenra idade e incomodar dezenas de pessoas que não podem fugir para lado nenhum.
Eu falo disto e não falo sem conhecimento de causa. Eu sempre tive mau feitio e sempre fui teimosa. Fui desde muito cedo castigada pelo meu comportamento, por ser refilona, por responder mal, para terminar as refeições.... Tenho o meu sobrinho mais novo que é assim. Desde que tem 1 ano que quando não lhe fazem o que ele quer, ou o obrigam a fazer qualquer coisa que ele não quer que: ou se atira para o chão ou inclina a cabeça a dar 3 horas. Agora que começou a comer à mesa com os adultos quer, na maioria das vezes, sair da mesa sem acabar de comer ou antes de pedir autorização. E é vê-lo ali com a cabeça de lado até toda a gente terminar. Ele não entende isso agora mas quando for mais velho vai agradecer as regras que a sociedade lhe impõe. E já disse ao meu irmão que as crianças e os aviões não combinam.

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