Brooklyn para mim era apenas a ponte de Brooklyn que já fiz
duas vezes a pé. Chegada ao lado de lá apanhava o metro e regressava a
Manhattan. Para além de uma ida a Brooklyn para uma hipotética mega party com a
C., já a madrugada ia muito avançada, num táxi, serviu para ver apenas uma cidade com
menos luz do que Manhattan e a ponte de Brooklyn iluminada à noite. Estas eram
apenas a minha abordagem mais próxima à cidade da moda. Paul Auster e muitos
dos artistas é lá que moram. Desta vez convidaram-me para ir "brunchar" a
Brooklyn. Disseram-me que demoraria uma hora. Comecei logo a torcer o nariz.
Felizmente, não demorou nada parecido. Chegados ao outro lado saímos no que
parecia algo semelhante a um bairro chique de Londres. Andamos uns metros e
chegamos ao museu de Brooklyn a fazer lembrar algo entre o Metropolitan e a New
York Public Library. De facto, as pessoas em Brooklyn parecem mais dadas às
modas. Muitos hipsters, como não podia deixar de ser. Muitos bigodes. Muitas
meias pelo joelho. Muitos laços, muitos cabelos com gel e risco ao lado. Muitas
sacolas ao ombro. Muitos magros. Muitas magras. Muitos óculos retro. Muitas
barbas. Muitos vestidos às bolinhas. Muitos jardins. Muitas crianças. Muitas
casas baixinhas. Qualidade de vida. Fomos ao Tom’s Restaurant (não o do
Seinfeld na Broadway com a 113). É um típico diner americano que não tem
marcações. Muito kitch. Enquanto estamos na fila vão servindo várias amostras da ementa. Eu
e a C. escolhemos panqueca com morangos e Eggs benedict. Muito barato é o que
podemos dizer. À tarde, enquanto todos preferiram o jardim botânico de
Brooklyn, eu preferi o museu. De todos os museus de NY deve ser o que tem o
acervo pior mas tinha pelo menos um quadro do Hopper e da O’keeffe e um do
Diego Rivera. Tinha também uma cervo de arte egípcia. Fico sempre intrigada
como é que estas peças vêm parar ao outro lado do mundo. Roubadas. Só pode. É
para isto que servem as guerras?
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