terça-feira, 12 de março de 2013

Dia 8 na Grande Maçã

Compras em Chelsea e depois segui para Union Square onde era o “Factory” do Andy Warhol. Uma mistura de estúdio com local onde tudo podia acontecer. Nas festas que aconteciam lá todos queriam entrar mas poucos eram os que conseguiam. Hoje, desses tempos, sobra apenas o parque e a estátua intemporal prateada do Warhol. Não sei se é porque tenho mais tempo e mais disponibilidade para prestar atenção mas acho que NY está com mais sem-abrigo. Já não reconheço os mendigos que habitam a paragem do 1 na 168... nem os da 116...No entanto, não pude deixar de reparar que os novos habitantes dos bancos, são muito jovens. Hoje duas das pessoas que esperavam pelo metro junto a mim eram dois viciados ou doentes mentais. Não consegui distinguir. Um imitava vozes de desenhos animados e inventava diálogos e diferentes vozes entre elas. O outro, era mais velho, e tinha apenas um dente no maxilar superior. Ria-se muito. Estava num monólogo mas que para ele deveria ser um diálogo. Numa altura em que discute tanto o estado social em Portugal, faz-nos bem sair da nossa realidade e perceber como o mundo é bastante mais injusto que o nosso país. Em NY as pessoas são invisíveis. Aqui nada é de graça! Um destes dias uma pessoa gritava no metro enquanto apelava à caridade das outras: “Do not lose your apartment”. Um desempregado aqui cai de repente na miséria. Não existe estado social que lhe valha. Não tem qualquer tipo de subsídio.  Estou sentada no Whole Foods de Union Square a olhar para azáfama de pessoas e carros que se confundem. Vou à Barnes &Noble, um edifício de vários andares, lindo. Procuro uma cadeira para me sentar mas nada. Há 6 meses atrás era possível sentar no chão. Agora por razões de segurança, já não. Passo em frente à New York Film Academy em direcção à Strand. Impossível não me perder... mas como nõ imagino como vou levar o que já acumulo... limito-me a 3 livros...





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