Hoje de manhã li um post
da Laurinda Alves que fala tão bem e tão claramente de um assunto que tenho
discutido com muita gente. Quem tem família, nomeadamente pais e avós, em algum
momento da vida já se questionou sobre isto. Numa época que se lê tantas
histórias nos jornais e ouvimos amigos a falar do que se passa nos hospitais,
este texto da Laurinda Alves é tão reconfortante:
“O MAIOR PRESENTE DA
VIDA? Poder ter os meus pais a morar comigo naquele que é seguramente o último
ciclo da vida deles, e podermos todos fazer esta escolha com liberdade e sem
aflições. Ou seja, sem ser em estado de emergência, estando eles ainda com
saúde e muita autonomia. Não concebo maior dádiva do que esta, e sei que muitos
filhos gostariam de poder fazer o mesmo com os seus pais, em vez de os
visitarem à pressa na vertigem dos dias ou, pior, de os irem ver ao hospital ou
a um lar de onde é impossível não sairmos sempre meio desolados. Confesso que o
testemunho que os meus próprios pais deram, quando trouxeram os meus avós para
nossa casa, me marcou para o resto da vida. A minha querida-adorada avó
Laurinda morreu na sua cama, no seu quarto, em nossa casa, rodeada por toda a
família alargada e numerosa. Não consigo imaginar uma morte mais tranquila.
Deus queira que este nosso ciclo familiar ainda seja longo e feliz, mas há
muitos anos que sonhava com isto. Comove-me a realização deste sonho e se há
pais que merecem este suplemento de alegria e ternura, são pais como os meus. E
há muitos como eles, felizmente. Amanhã, depois e depois estamos em mudanças.
Muito cansativo, mas muito bom."
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