Chegar a Lisboa, vinda do Sul, atravessar a Ponte 25 de
Abril e aparecer aquele mar imenso de claridade, aquele rio gigante e aquela
cidade que se debruça sobre nós, é algo que não se explica por palavras. E a
luz de Lisboa é única!
Como o dia anterior tinha sido longo, com uma lecture e como
arguente principal numa tese de Mestrado, não tinha dormido quase nada. Mas o
dia acabou com um brilhante peixe de mar fresquíssimo. Vinho branco, salada montanhesa e torta de amêndoa. Se é para fazer asneira,
é em grande. Depois seguimos para o “artistas” uma associação cultural tipo
Velha-a-Branca mas centenário. Decorria uma festa electro com dois DJs.
Como não sou mais tão jovem assim, não fiz muitos planos
para Lisboa. Mas tinha uma conversa marcada por volta das 6. Essa que me fez ir
a Lx. Saí do hotel e fui ao El Corte Inglês procurar uns ténis da Tiger Mexico
66. Acreditam que não sabiam o que era nem a marca?? Na secção se desporto!!
Perdi-me nos livros e depois fui jantar ao gourmet. Tinha combinado ir à festa
do “fim do Mundo” do “Alfama-te” mas estava cansadíssima.
No dia seguinte tinha combinado peq. almoço com duas amigas.
Acabei por tomar o meu no hotel e seguimos para o Corte Inglês. Falamos imenso de política e de discordar e muita coisa mas concordar em tantas outras.
Atrás de mim estava uma senhora que quando eu defendia a inutilidade da greve
se insurge e diz-me:...As minhas amigas foram umas queridas e levaram-me ao CCB
porque eu queria ver a exposição do Hélio Oiticica. Até lá chegarmos fizemos um
verdadeiro tour por LX, melhor do que aqueles autocarros do City Sightseeing.
Lá cheguei ao Museu Berardo e já passava da uma. Comecei
pela exposição do Hélio Oiticica que tinha uma projecção do Magic Square nº 5
permanente do Museu do Açude no Rio de Janeiro. A exposição valeu por ter visto
de perto os “Parangolé Pamplona” a capa que “a gente mesmo faz”.
A colecção Berardo estava muito reduzida nem Paula Rego, Nem
Warhol, Licheistein, Mondrian, Klein, Picasso... nadinha. Só 2 Julião Sarmento
e o retrato do Joe Berardo pelo Julião Sarmento. O resto não reconheci nada.
Depois andei nos jardins dos Jerónimos e fui aos pasteis de Belém comprar uns
mimos para os papis e mano.
Regresso à Rua da Prata, vejo as lojas, vou para a
Rua Augusta com lojas engraçadas e artistas de rua, rua cheia. Na rua Augusta
apaixono-me por uma aguarela de um eléctrico com um motivo de azulejo. Vou para
a Rua do Ouro.
Subo pela Rua Do Carmo, a abarrotar de gente. Que bem me senti
ver a minha capital com as lojas foras dos centros comerciais repletas de
gente, castanhas a assar, pessoas a passear, muita gente. Entro na Foot Locker
e pergunto novamente pelos ténis: “Ah? Não conheço essa marca...” OMG, estou na
capital ou na província?! Quem trabalha nas lojas não é suposto ter formação??
Fui à Assírio e Alvim onde no dia anterior tinha sido a apresentação do livro do Al Berto.
Adiante, sigo para o Chiado para a Benard mas estava fechada. Torro dinheiro na
Massimo Dutti e sou ainda ajudada pelo Nuno Santos que via o mesmo pullover que
eu queria para o meu irmão mas que não tinha a certeza do número. Ele questiona
a funcionária sobre a existência da mesma com cotoveleiras e eu aproveito para
pedir o mesmo. Perguntei se sabia se um L corresponde ao 40 ao que ele diz: “Eu
sou um XL”.
Depois fui à rua
Anchieta aos saldos da Bertrand, nada que me agradasse. Sigo para a “Vida Portuguesa”
onde me perdi pelos sabonetes da Ach Brito, um táxi dos antigos vermelho e
verde para o meu sobrinho mais velho e uma moto com condutor e com uma carroça
para o mais novo.
Sigo para o Cinema São Jorge para o Festival da Ler para ver
a conversa entre o Carlos Vaz Marques e ainda me cruzei com o Gonçalo M.
Tavares. Saio, com muita pena minha às 6:40 para ainda passar no hotel e seguir
para o Oriente. O taxista dizia-me que era quase impossível chegar a tempo...
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